Capítulo 13

3.8K 271 137
                                    

Fui para a cozinha e abri a geladeira. Vazia. O Alemão veio atrás de mim e viu que tinha acabado as brejas. Daniel entrou e o Alemão foi logo falando:

— Vamos comprar mais breja comigo na padoca, vai moleque.

E foi empurrando o Daniel de forma que não teve como ele escapar. Enchi um copo com água e virei. Estava escorrendo suor, minhas costas estavam molhadas.

— Tem água aí? — Tábata perguntou se aproximando.

Enchi meu copo e dei pra ela. Ela bebeu me olhando. Passei a mão nos cabelos dela colocando a franja atrás da orelha.

— Posso te falar uma coisa? — Eu perguntei.

Outra música começou. A gente tinha que falar no ouvido pra conseguir entender o que o outro dizia. Ela fez que sim com a cabeça.

— Você é a mina mais gata que está aqui dentro hoje. — Eu disse.

Ela balançou a cabeça como quem diz "seu safado".

— Cadê o Dani? — Ela perguntou.

— Foi comprar cerveja. Finalmente a sós. — Disse pra ela.

Ela riu. Era o que eu queria. Tinha caído na minha. Ninguém que me beija esquece tão fácil assim.

— Se eu te pedir uma coisa você me dá? — Perguntei.

— Depende. — Ela respondeu balançando o corpinho, segurando o copo, com uma das sobrancelhas erguidas.

— Me dá um beijo? — Perguntei.

Ela fez cara de desentendida e colocou o copo na pia.

— To ficando com o teu amigo, Fábio. — Ela disse — Deveria ter me procurado antes.

— Vai negar que está com vontade? — Perguntei me aproximando.

Ela viu meu corpo suado, peito nu. Engoliu seco e me deu as costas. Saiu da cozinha. Fiquei com cara de cu olhando pros lados.

Não ia deixar as coisas assim. Corri atrás dela, a puxei pelo braço com força e arrastei ela até o quarto mais próximo, que era o do Daniel. Sorte que estava vazio.

— Pára com isso. — Ela berrava.

Entrei e fechei a porta. Fiquei parado obstruindo a saída.

— Só deixo você sair daqui se me der um beijo. — Eu disse.

— Ce está é maluco? — Ela disse — Dá licença?

— Um beijo e você sai.

— Dá licença? — Ela insistiu. Pegando na maçaneta, tentando abrir.

Coitada, quis competir forças comigo.

— Vamo vê quem tem mais força? Vamo vê? Vamo? — Disse apagando a luz e agarrando ela.

Ela se debateu, mas consegui segurar sua cabeça e tascar um beijo. Claro que com ela daquele jeito o meu lábio mais esfregava no seu rosto do que dava beijo. Mas ela cedeu. Colei minha boca na dela e nos beijamos. Nos beijamos muito. Nem sei por quanto tempo. Quando vi que ela tinha relaxado minha mão foi direto pra uma das teta dela.

— Ela me empurrou.

Nos afastamos na mesma hora em que a porta abriu e a luz acendeu.

— Daniel! — Ela disse assustada.

Virei bem devagar. Encarei ele parado na porta olhando mais pra mim do que pra ela. Era a minha vez de apanhar, pensei.

Mas ao contrário disso ele fechou a porta e recebeu a Tábata de braços abertos. Me olhava fixamente. Não sabia se era um olhar de fúria ou decepção. Não era pra menos. Tinha pego a mina do cara.

2 HÉTEROS NUMA BALADA GLS (2016)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora