Você vai matá-la!

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— Você está surtando, Underwood, não pode agir desse jeito. — Louise permanecia sentada no refeitório junto com seu amigo desnaturado. — E se as autoridades descobrirem? Tem ideia do poder da primeira ministra? Nós não somos nada, nada.

— Nada vai acontecer, confie em mim. — Harry desarrumou o próprio cabelo. — Um embate militar é uma possibilidade ilusória, não vai acontecer. Pense no estrago mundial que isso surgiria.

— Exatamente, Underwood. França é a quinta maior potência militar do mundo. Acredite se quiser, mas as consequências seriam inimagináveis e uma terceira guerra mundial não seria descartável.

— Somos o país logo abaixo na colocação, não estamos em desvantagem.

— Imagine que talvez essa guerra envolva mais nações do que simplesmente duas. Sequestrar uma jovem não é título de honra.

— Eu vou falar com a primeira ministra. Nada vai acontecer, confie em mim pelo menos uma vez.

— Eu confio em você desde sempre, mas hoje eu vejo que isso é um erro. Essa vingança é um erro, ela nunca aprovaria. — Louise tentou transmitir paz ao amigo, mas ele em um ato impensado desfez da ligação entre as mãos com raiva.

— Não ouse em falar o nome dela novamente. Eu te proibido.

— Você acha que consegue manter essa pose de machão comigo? Eu te conheço, Underwood, e sei que esse ogro é apenas fachada. — Ela deu de ombros. — Por favor, não trate aquela menina de forma tão rigorosa, ela não fez mal a ninguém.

— Eu sou o general, não você. Eu dito e você obedece, simples.

Louise sustentou o peso da cabeça nos próprios braços, analisando minuciosamente o amigo a sua frente, ele aparentava cansaço e desespero em suas atitudes. O dom de escutar a amiga não era mais o mesmo, antigamente Harry atentava-se a todo conselho que a tenente lhe enviava.

— Você vai comunicar sobre ela?

— Eu já disse que sim — Harry suspirou olhando para o relógio.—, mas não tenho certeza que devemos usá-la hoje, as cicatrizes serão aparentes.

— Você está ficando maluco, está se escutando? Usá-la? Estamos falando de um ser humano não de uma máquina.

— Os sentimentos são quase idênticos, os dois indivíduos são incapazes de sentir alguma coisa.

— Você que pensa.

— Eu tenho certeza sobre meus atos, tudo está certo. — Ele levantou-se convicto de suas opções. — Aquela menina não perde por esperar.

POV HARRY UNDERWOOD.

Era intimidador analisar sua foto sabendo que a mesma encontrava-se tão distante... Realmente, em outra órbita. Estou decidido que vou honrar seu nome para que Rossie Underwood não tenha morrido em vão, ela era a pessoa mais amável do mundo, não poderia ter partido dessa forma tão grotesca...

Tudo vai ficar bem, pequeno Harry...

A voz límpida e angelical dela eclodia em meus piores sonhos, o calor e a fatiga me acometiam posterior a esses terríveis sonhos onde sua figura sangrenta implorava por misericórdia. No instante seguinte o som dos tiros se tornavam audíveis, buscava tentar ajudá-la, mas minhas articulações impediam a concretização do ato. Minha mãe era perfeita em todos os sentidos, pena que sua alma fora levada embora tão cedo.

Não acreditava como aquela francesa medíocre cogitava que citá-la era uma boa opção, não me importaria em ver Heloísa sofrer. Meu quarto é gratificantemente espaçoso e confortável, mas eu, estranhamente, sentia-me incompleto porque aquela não era minha casa, mas eu tenho um lar devidamente? Durante tanto anos busquei encontrar meu rumo nessa vida ingrata, mas a única instituição que me aceitou fora o exército. Lembro-me do dia em que fui nomeado general-de-exército e compunha quatro estrelas em meu brasão, seria uma honra para qualquer indivíduo, mas e para aquela pessoa que não é capaz a amar a própria pátria? O título renomado se torna indiferente.

Complexo de CassandraWhere stories live. Discover now