Você veio me salvar?

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ESSE CAP MOSTRA A "VOLTA" DE JOSEPH, ESTÃO PREPARADOS??? 


— Olá querida, posso entrar?

A tenente invade o aposento transmitindo sua áurea positiva. Leva consigo uma bandeja coberta por um pano colorido, o cheiro familiar ocasiona em Marchand possíveis hipóteses.

— Não que eu tivesse muita opção de escolha... — Helô cruza os braços na altura do peito.

— Como você está? — sorri. Helô fisga em Louise características que se assemelham à tradicionais mulheres que servem ao marido com extravagantes sorrisos. — George disse que você está tendo um ótimo progresso pós-operatório.

— Eu não operei... Quer dizer, ninguém rasgou meu nariz.

— Isso é ótimo. — Louise vasculha o aposento da francesa dando sutis olhares desgostosos. – Achei que tivessem limpado o quarto.

— Limparam. — Heloísa suspira. — Não há muito o que melhorar.

— Sinto muito...

— É claro que sente.

Helô sente-se incomodada com a falta de assunto. Recusa-se a tratar Louise com o mínimo de amizade, a máxima relação que poderá chegar a ter com essas pessoas é rancor.

— O que é isso? — ela aponta com a cabeça para a bandeja ainda coberta.

— Quiche lorraine. Pesquisei na internet e descobri que esse é um prato tipicamente francês, achei que iria gostar.

— Você quem fez?

— Eu tentei, não prometo que está ótimo. — coça a nuca buscando apaziguar os ânimos. — Espero que você consiga ter um pedacinho da França com você.

— Eu não quero, obrigada. — ergue a postura, fica estática, não movimenta nenhum membro facial. Entrega a bandeja de volta à Louise. — Não estou disponível para servir à você como armazém de culpa, lide com sua consciência sozinha. Isso não muda nada.

Louise revela sentimentos os quais gostaria de abster, suas bochechas arderem a vermelhidão, consequências da vergonha. Intenções boas o inferno está cheio, ter em sua boca um pedaço da França não muda o fato de que sua casa está longe.

Está presa tem aproximadamente um mês. Está cheia de testes cansativos e entrevistas referentes às premonições, seu corpo implora por redenção.

Sempre que lida com o ódio tentando simpatizar com a morena de olhos esverdeados sua consciência transporta-se para o general. Louise e Harry são somente um só.

— Claro, como quiser. — sorri. — Espero que seu nariz melhore.

— Louise... — a chama. Sua voz torna-se aveludada.

— Sim?

— Que dia é hoje?

— Sete de novembro.

Helô assente, mesmo que não desejasse.

A mais de uma semana convive com a dor de cabeça, acreditava ser consequência do trauma no nariz, mas percebe-se que pouco tem a ver com a luxação. Está a base de remédios, mesmo que prefira não pedir a Dean, parece que os antibióticos vivem constantemente em sua vida.

— Parece que você não aceitou o agrado de Louise.

A porta é aberta dando luz a um indivíduo sério e imparcial.

Ele não leva consigo trágicas semelhanças do general habitual. Não existe qualquer tipo de sorriso em seu rosto, tampouco indícios de provocação. Sua aparência a faz julgar que carece de cuidados, as roupas igualmente. Disciplina e inteligência são duas particularidades que vivem presas ao militar impossibilitando desfazê-las, não entende as olheiras, mas acredita que ele não tenha deixado de trabalhar mesmo após o desaparecer do sol.

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