Complexo de Cassandra

Você perdeu sua prisioneira ( + TRAILER INÉDITO)

MEUS AMORES, O QUE ACHARAM DO TRAILER? O comentário de vocês é muito especial!    Ps: novo spoiler lá no final hihihihi acho que vão gostar desse!!!

— Harry deve estar surtando agora. — Helô permitiu-se sorrir. — Isso me faz lembrar da nossa conversa inacabada.

Louise, meio alheia, encara a amiga sem entender muita coisa. Ambas aguardam o carro que as levará para o lugar misterioso o qual a tenente jurou ser muito especial. Os militares fardados prestam continência à Simon, ela sorri, mas não se estende muito; todos parecem preocupados com a saída de Marchand.

— Sobre o que? Eu poderia saber? — Indagou curiosa.

— Sobre sua relação sexual com o general de exército. — lança uma piscadela.

— Ainda nesse assunto? — Louise espalma o ar, tentando livrar-se dos mosquitos. — Seu interesse é um tanto peculiar, Heloísa... Se não a conhecesse poderia dizer de olhos vendados que você o deseja.

Marchand lança o sorriso mais sarcástico já avistado, simplesmente a ideia já faz seu estômago revirar.

— Sério, Simon? Acha mesmo que se houvesse interesse eu estaria aqui, com você? — cruza os braços na altura do peito. — Aliás, se eu quiser não preciso de muito esforço, é só questão de pedir, acho que Harry não negaria.

A felicidade transparente no rosto de Louise trouxe reações diferentes em Helô; a francesa aderiu feição imparcial como sempre. O frio cortante de Andover proporciona espasmos na dupla, é possível ouvir o tilintar dos dentes de Heloísa.

— O carro chegou. — a tenente avisa.

— Eu não vou subir nisso aí. — Heloísa é a primeira a resmungar.

A caminhonete da cor vermelha sangue entra em contraste com o verde da floresta. Louise murmurou algo incompreensível, Helô sequer piscava.

— Você não vem? — Louise sorriu batendo a mão no capô do carro. — Tenho certeza que você não deseja ficar na companhia dele, certo? — ela apontou para o militar que permanecia alheio.

Heloísa não simula nenhuma expressão que compromete seu estado, porém detesta a ideia de fortalecer laços afetivos com as pessoas, principalmente aquelas que colaboram com o sequestro. Louise busca criar um cenário saudável, mas a intenção é difícil quando uma das partes recusa a conexão.

— Pensando bem, congelar ou ser dominada por mosquitos não é uma ótima forma de morrer. — disse por fim antes de imergir o automóvel.

***

— Você não o conhece. — Louise certificou com pura convicção.

— E nem pretendo. — Helô deu de ombros. — Do jeito que você fala dele parece que tem algum tipo de conexão forte desde a primeira fase fetal.

— Você não entenderia. — afundou-se na poltrona.

A pequena loja é a representação perfeita dos comércios retratados em filmes antigos, porém, por sorte, as roupas que estampam a vitrine não condizem com a decoração retórica. Heloísa ajeita o casaco em seu corpo sentindo mais intensamente o vento lhe atingir.

Louise invadiu a loja dizendo para a atendente que procuravam algo mais elegante, Helô chegou a questioná-la, mas preferiu se manter em silêncio. Horas se passam e tudo que conseguem é iniciar novas discussões as quais ninguém tem a verdadeira razão.

— É bem fácil falar isso, não é? — Helô encara friamente a tenente. — Difícil mesmo é entender o que eu passei... e ainda passo.

Flashback on.