Homenagem: Heloísa Marchand

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Preparados para invadir a cabecinha da nossa querida Heloísa? Esse capítulo vai mostrar a narrativa onde a francesa explica sua relação com as premonições, suas angustias e principalmente a verdade sobre Joseph e Harry.

Descubram o significa de Complexo de Cassandra.

Tô ouvindo uma música que está me viciando: https://www.youtube.com/watch?v=fEOyePhElr4 --- Será que fica legal como plano de fundo da história? 

Definir a palavra premonição havia se tornado uma tarefa árdua e constante em minha vida. A busca envolvia livros e sites na internet que por meio de uma explicação chula acreditava que tudo seria completamente entendido. Em toda minha existência analisei artigos que me classificavam, aquelas folhas determinavam quem eu era e o que deveria fazer, porém a análise era apenas superficial, nada era real, certo? Não pensava assim na época. Tudo que li durante anos tomei como verdadeiro, sou um monstro, era essa a realidade dos fatos.

Ser infestada por dores e visões de uma vida futura não é fácil, ainda mais para uma garota de sete anos que de nada conhecia do mundo. Minha família luta para manter a mesma Heloísa viva, mas os demônios internos corrompem toda minha alma, sinto que é uma voz que me puxa para o caminho os quais sou incapaz de ter controle.

Minha repulsa pela humanidade cresce a cada dia. Avisto retratações e imagens que me mostram um mundo onde não quero morar. Acreditava que viver não era uma dádiva, simplesmente uma péssima oferta.

Tudo começou no acampamento de fim de ano, família toda reunida para confraternizações envolvendo diferentes culturas, mas não existia problema algum, pois reuniam-se para propagar o calor fraternal. Era uma simples criança, como seria capaz de entender o que acontecia ao meu lado?

— Não deveria aventurar-me em regiões obscuras — diziam em uníssono.

Enxergar o que ninguém mais é capaz de ver realmente me assustou. A luz forte perturbava minha tranquilidade, algo no interior da mata me assombrava, porém era desconfortável para mim somente.

Como toda garota juvenil também sofria pelo famoso espírito aventureiro e curioso, qual é? As luzes brilhantes representavam o natal e a chegada do ano novo, mesas decoradas e a tradição familiar muito tradicional no local, a ceia repleta de aperitivos enquanto a música ao fundo servia para alegrar.

Tudo aconteceu muito rápido, em questão de segundos tudo estava diferente, eu estava diferente, ouvia múrmuros sobre o barulho que surgiu perto da minha moradia, diziam ser ensurdecedor, mas eu não escutei nada. Nenhuma constatação verídica de algo sobrenatural ou diferente, apenas como resultado foi encontrado uma garota com olhos negros desacordada com leves arranhões pelo corpo, essa jovem chamava-se Heloísa Marchand.

Cresci e por sorte consegui aceitar que aquela particularidade me seguiria eternamente, não era uma doença curável ou uma simples gripe que por meio de remédios seria eliminada, tratava-se de um dom o qual não sabia usar para o bem. Sem entender minha mãe optou por uma resposta melhor do que simplesmente aceitar. Para ela foi complicado compreender que sua filha era a sorteada do momento. Vocês precisavam ver a cara de Eléonore quando foi alertada que sua amada Heloísa iria residir com o genro em uma região distante de Alsácia.

Joseph havia me convidado para ajudá-lo em assuntos que envolviam o exército, e como recompensa seria eliminada das dores, mas é tudo questão de perspectiva. Ninguém desejava extinguir as premonições, apenas cessar a angústia que vinha com ela; minha mente sempre foi um objeto de valor a ser disputado por nações e até mesmo meu ex-namorado optou por lutar a favor do meu sofrimento. Ajudar o próximo é importante, era isso todos diziam, porém é realmente necessário pensar em alguém quando sua vida está em risco? Joseph me usaria até o fim, certamente em algum momento ele iria proferir palavras afáveis que fariam eu me sentir menos descartável.

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