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__ Marianna?

Olho pra trás dando de cara com Thiago parado na porta do vestiário e o mesmo abre um sorriso pra mim e eu faço um sinal de silêncio com o indicador rente aos lábios.

__ Corre aqui. __ Sussurro e ele vem no sapatinho depois de entender que eu não queria que soubessem sobre eu estar aqui.

O camisa 2 da seleção me abraçou apertado e eu juro que a lágrima quase escorreu de tanta saudade que eu estava dele.

__ Fica com o Firmino que depois daqui a gente vai la pro meu hotel e aí você vem junto pra conversarmos melhor. Deixa eu só resolver isso aqui primeiro? __ Aviso e ele concorda me desejando sorte.

Entro na sala trancando a porta atrás de mim e encontrando um Neymar devastado com o pé todo enfaixado deitado na banca.

__ Eai, o que ta pegando? __ Me aproximo do mesmo parando ao seu lado e me agacho a sua altura, limpando as lágrimas que caiam.

__ Eu tô fora da Copa, Mari __ Responde em um fio de voz e meu coração se aperta.

__ Que merda mano. Mas fica calmo, agora ja foi. Vamos tratar isso aí, cuidar dessa lesão pra você estar pronto para as Olimpíadas e pra voltar a treinar no PSG. Força, foco e a gente supera mais essa. __ Tento passar o máximo de ânimo que consigo naquele momento, mas até eu tô frustrada agora.

Neymar estava muito feliz de poder disputar isso em casa, estava ansioso ja que era um dos poucos títulos que ainda não tinha na sua carreira e ter a chance de conquistar mais esse em casa era o sonho dele, mas que foi interrompido cedo demais.

Ficamos ali mais um tempo conversando sobre as possibilidades, mas tivemos que sair quando Firmino veio nos chamar dizendo que estava na hora de irmos embora, até porque as pessoas precisavam fechar o estádio né.

__ Ta limpo lá fora? Posso sair na boa? __ Pergunto pra Roberto e ele faz um sim com a cabeça. __ Ta certo, vou indo pro estacionamento ta com o Audi?

__ Tô sim, KLT o começo da placa. __ Neymar responde e eu aceno com a cabeça saindo do local o mais rápido possível.

A porta do vestiário deles estava aberta ainda, então me limitei a passar de cabeça baixa e correr que nem uma doida. Deus, a que ponto chegamos? Tô parecendo uma fugitiva da polícia dessa jeito, que provação.

Quando cheguei no estacionamento fiquei caçando o carro de Neymar, gastei um tempo até encontrar, mas deu certo. Me apoei na porta esperando ele e Firmino chegarem e fui mandar mensagem pra minha mãe enquanto isso.

__ Mari? __ Escuto meu nome e ao levantar os olhos dou de cara com dona Dina, mãe de Philippe. Ainda bem que eu estava escorada na lataria do carro, pois caso contrário tinha caído.

__ Olá Dona Dina. __ Sorrio sem graça e endireito a postura, ficando devidamente apresentável.

__ Minha filha, quanto tempo. Você está tão linda. __ A mais velha diferente de mim, sorri sincera e estende os braços em minha direção.

Abraço dona Dina e a sensação de estar em casa é assustadora. Nós sempre tiveramos uma excelente relação, sempre gostei muito dela e a tinha como uma grande inspiração. Uma segunda mãe pra mim. Tanto ela, quanto o seu Zé Carlos são pessoas incríveis, tenho um respeito e um amor muito grande por esses dois, até porque passei minha vida toda na casa deles.

__ Obrigada, a senhora também está incrível. Em forma como sempre __ Me solto um pouco mais após o abraço e o susto arrancando uma risada dela.

__ Como está minha amiga? Desde que nos mudamos nunca mais a vi.

__ Ela está bem. E o pessoal como está? Imagino que as crianças ja estejam enormes __ Entro no assunto e ela sorri ainda mais aberto, dona Dina é apaixonada nos netos dela. Uma verdadeira vó coruja e ama falar sobre eles.

Reencounter | P. CoutinhoWhere stories live. Discover now