Reencounter | P. Coutinho

19°

Deixar Maria dormir com Philippe pela primeira vez, e sozinha, foi um desafio e tanto para mim, afinal não era só a primeira vez que ela ficava com ele, era a primeira vez que ela dormia longe de mim também.

Saí daquele hotel com o coração na boca e não vou dizer que não tentei me hospedar no quarto ao lado porque seria perda de tempo, mas pro meu azar o andar inteiro estava alugado pela CBF, então fui obrigada a ir pra casa.

__ Como foi lá? Cadê a Maria?

__ Misericórdia. Que susto, mãe! __ Exclamei levando a mão ao peito e ela fez careta.

__ E então menina? Conta logo. __ Insistiu e eu ri me jogando no sofá ao seu lado e sorrindo fraco.

__ Maria ficou lá. Quando estávamos vindo embora ela despertou e pediu pra dormir com Philippe e eu deixei, com muita dor no meu coração, mas deixei.

__ Então isso quer dizer que vocês se entenderam e está tudo bem na medida do possível? __ Perguntou e eu assenti em concordância.

__ Sim. Eu cheguei la pronta pra ouvir e rebater todos os xingamentos que imaginei que ele falaria. Mas contrariando a toda expectativa que eu tinha, ele me ouviu, claro que rebateu uma hora ou outra, mas me ouviu e escolheu me entender, graças a Deus. Foi uma conversa difícil, porém gratificante, valeu a pena e no final eu me senti uma grande idiota por não ter contado pra ele antes. __ Desabafei, seguido de um suspiro frustrado e ela me abraçou, me fazendo deitar com a cabeça em seu peito.

__ Que bom, minha filha. Você não sabe como meu coração fica aliviado de ouvir tais palavras, saber que agora você pode finalmente seguir sua vida sem medo e sem culpa me deixa realmente feliz. E Maria, como reagiu a ele? __ Me acalentou e eu sorri não só pelas palavras, mas pela lembrança também.

__ Tinha que ter visto mãe. Ela não sabia que ele tinha o cabelo liso agora, então não o reconheceu de primeira quando ele chegou no quarto, o que foi muito engraçado porque Philippe estava a ponto de ter uma síncope nervosa. Mas logo eu expliquei de quem se tratava e ela não tardou a correr para os braços dele. Foi a cena mais linda de toda a minha vida, impossível não me emocionar. __ Relembrei o encontro de ambos e pequenas lágrimas tornaram a escorrer por meu rosto, no entanto rapidamente as sequei.

__ Não posso mensurar a felicidade dela. Mas e você? Como está se sentindo, como está esse coraçãozinho?.

__ Eu me sinto em paz, mãe. Como há muito não ficava, me sinto em paz, feliz, leve... Vê-los juntos me mostrou o quanto eu estava errada sobre ele, me bateu uma culpa tamanha, mas Philippe me tranquilizou com suas falas e atitudes, tenho até medo de que seja tudo um sonho e mais tarde alguma coisa quebre esse encanto. __ Externo e ela me repreende batendo na madeira, ato que me faz rir.

__ Ta repreendido, criatura, isola. Que pessimismo é esse, Marianna? Bata nessa boca antes que eu bata. __ Nega com a cabeça e eu gargalho mais ainda de suas expressões.

__ Bom, agora eu vou dormir pois o dia hoje teve muitas emoções, preciso de banho e cama. Boa noite, dona Anna, com Deus.

__ Boa noite, minha filha. Deus lhe guarde.

Depois que me despedi da minha mãe, subi pro meu quarto na casa e troquei a roupa por um pijama e me joguei na cama. Troquei algumas mensagens com Neymar e Stella, mandei mensagem pra Bea perguntando sobre o andamento da empresa e coloquei Netflix na TV pra assistir alguma coisa antes de dormir.

O sono custou muito a vir essa noite, maratonei uma temporada inteira de The Originals antes de realmente me entregar ao cansaço. Verifiquei mais uma vez se não tinha mensagem de Philippe, aumentei os sons de notificações e me entreguei.