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Estou nervosa? Sim, com certeza, pra caramba, mas pelo menos o pior já havia passado.

De todos os cenários possíveis que eu poderia ter imaginado para essa noite, sem dúvida alguma esse foi o inimaginável. Philippe não me amarrou e me tocou pela janela, nem me xingou dos piores nomes, nem me ameaçou, e sim me ouviu, me entendeu e está disposto a ter uma boa convivência. Fala sério, eu já posso soltar fogos ou ainda tá cedo?

Depois do abraço que eu não esperava receber e de condenar meu subconsciente ao inferno por ter gostado, Philippe e eu saímos do quarto do jogador e estamos parados na frente da porta do quarto de Neymar.

__ Ela vai amar você. Relaxa __ Tentei mais uma vez acalmar o jogador que parecia entrar em pânico.

__ E se ela não gostar de mim? E se ela me odiar? E se ela não me quiser na vida dela? E se...

__ Philippe, para de ser viado. __ Murmurei dando um leve soco no ombro do homem e o parando de frente pra mim. __ Ela é sua filha, ela sabe sobre você e ela te ama. Sem contar que ela é só uma criança de 3 anos, não é como se ela fosse virar um Pincher e morder a sua canela por ter chego perto dela. Para de frescura e entra nesse quarto.

__ Obrigado por me lembrar o porque eu te odeio. __ Rolou os olhos e eu ri soberba.

__ Disponha, meu anjo. __ Dei um tapinha em seu peito e ele bufou, mas no fundo queria rir.

Voltei minha atenção a porta preta e bati, não demorou nem dois segundos e um Neymar afoito abriu a mesma. O camisa dez praticamente chorou de alívio aos nos ver juntos do outro lado da porta.

__ Estão bem? __ Perguntou reticente e Coutinho e eu assentimos.

O mais velho então abriu passagem e adentramos juntos o quarto tendo a visão de Maria e Davi largados em cima da cama, mas de costas pra gente.

Os olhos de Philippe ficaram na filha e se encheram d'água rapidamente, ele estava com certeza em uma luta interna muito grande para não desabar bem ali no meio quarto. Vendo que ele não teria condições de o fazer, resolvi eu mesma chamar por minha filha.

__ Ei, meu benzinho. Voltei. __ Chamei a atenção das minhas duas pestinhas e Maria correu até mim, nem se dando conta de quem estava ao nosso lado,  vidrado nela. __ Olha quem veio te ver... __ Sussurrei bem baixinho em seu ouvido que tirou o rosto da curva do meu pescoço olhando ao redor.

Maria tinha um semblante neutro, indecifrável até pra mim, a cabeça pendendo para o lado e analisando quase que milimetricamente o jogador a nossa frente.

Nesse momento, Neymar e Davi já haviam saído de fininho, o que foi até engraçado devido ao uso das moletas que o camisa dez fazia.

__ Oi __ Minha filha disse simplesmente __ É seu amigo, mãe?__ Voltou sua atenção para mim que a olhei confusa.

__ Você não lembra dele? __ Questionei intercalando meu olhar entre os dois, e ela negou. Maria estava curiosa e Philippe parecia a beira de um colapso. __ É o papai, filha. Lembra que te falei dele?

__ Mas o meu papai tem cachinhos e não tem desenho no braço __ Pontuou convicta e eu segurei a risada.

__ Filha, ele é o seu pai, ele só cortou o cabelo e ta um pouquinho mais velho. __ Expliquei e a mesma voltou seu olhar a Philippe o analisando de cima a abaixo.

__ Oi Maria... __ Ele falou pela primeira vez e ela sorriu, de orelha a orelha, reconhecendo a voz do pai.

__ PAPAAAAAI! __ Fez força para descer do meu colo e eu a deixei ir.

A cena que eu presenciei foi a mais linda do mundo, foi impossível conter as lágrimas que invadiram meu rosto.

Maria literalmente correu em direção ao jogador que se ajoelhou para receber a pequena de braços abertos, a prendendo no abraço mais apertado possível em sequência.

Reencounter | P. CoutinhoWhere stories live. Discover now