Capitulo 3: Outono

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Já era outono, as folhas se desprendiam dos galhos e caiam de encontro ao chão, fazendo surgir um mar de folhagens secas sobre calçadas e asfaltos. Haviam se passado apenas uns poucos meses desde o velório da amiga de Oldris, Eleonor. Oldris parecia muito triste e desconsolada desde então, o que preocupava Michelly e a mim também, procurando alguma maneira de distrair os pensamentos de Oldris, eu e Michelly tivemos uma ideia que talvez pudesse ajudar neste caso.
Nossa ideia consistia no seguinte; já tínhamos o costume de nas noites livres, passearmos pelo Central Park e irmos ao bar, lá nos reunimos com outros amigos, porque não aproveitar disto e levar Oldris pra sair com a gente? Isso a ajudaria a distrair um pouco a cabeça. Pensando bem e ainda melhor, chegamos a um ponto; porque só a noite, se poderíamos também sair com ela a luz do dia? Podiamos dar a ela, um dia cheio e bem divertido, lotado de coisas para fazer, coisas divertidas e interessantes. Foi então que chegamos a um consenso, dariamos a Oldris as melhores vinte e quatro horas daquela estação.

Após sentarmos e planejarmos, decidimos por em prática e no dia seguinte, logo depois de a biblioteca abrir, começamos a executar nosso plano de um dia perfeito.
Eu estava varrendo o piso da biblioteca, Oldris estava no balcão da recepção lendo um livro enquanto não aparecia ninguém, Michelly estava tirando os livros de uma caixa e os colocando na estante, nos olhamos, ela sorriu e soubemos que estava na hora da ação. Michelly se aproximou de Oldris e disse:

-Tia, se você não se importar, preciso sair mais cedo hoje. Daqui a alguns minutos, tenho uma coisa que preciso ver.

-Sim, claro. Eu e Andrew daremos conta. - respondeu Oldris.

-E mais uma coisinha. Acho que vou precisar da sua ajuda, poderia vir comigo quando eu for.

-Desculpe, Michelly. Mas, não vai dar... se eu for, como ficarão as coisas por aqui? Quem vai tomar conta de tudo.

Foi então que eu me pronunciei, dizendo:

-Não por isso. Não precisa se preocupar, se vocês forem, eu fico aqui e tomo conta de tudo.

-Não, isso não seria certo com você. Já imaginou, nós duas saindo e deixando você sozinho pra cuidar de tudo? Você precisa de pelo menos mais alguém pra ajudar. - disse ela.

-Oldris, antes de eu vir trabalhar aqui, você dava muito bem conta sozinha. Tenho certeza que também posso. Não é nada que exija muito de mim.

-Agradeço a sua intenção Andrew. Mas, vou ficar aqui. Ajuda é sempre bom.

-Por favor, tia. Preciso de você.

-É Oldris, ela precisa de você. Ajuda é sempre bom, não a deixe na mão agora. Vá lá. - Eu disse.

-Tudo bem, eu irei com você. Mas Andrew, se precisar de qualquer coisa, não exite em me ligar, já sabe meu número. - Cansada da nossa determinação, foi o que ela disse.

-Tudo bem. Qualquer coisa eu ligo. -falei da boca pra fora, já sabendo que mesmo que inimaginável acontecesse em sua ausência, eu ainda não me atreveria a ligar.

Passou se alguns minutos e elas saíram. Michelly não contou para ela onde iam, então ela foi o caminho todo se perguntando o que seria tão urgente assim que precisou tirar as duas do trabalho para comparecer lá. Michelly manteve total sigilo até que chegassem ao seu destino. Oldris ficou sem entender.

-Um shopping? Essa era a grande emergência que nos tirou do trabalho? Um shopping? Você só pode estar brincando comigo Michelly, eu nem estou acreditando nisso.

-Fiquei sabendo que iam fazer um anúncio importante aqui nesse shopping e hoje tem liquidação. Lembra que queria comprar uma cafeteira nova, já a algum tempo? Essa é a oportunidade perfeita. Vamos tia, vai ser divertido. Por favor, eu prometo. Vamos, já estamos aqui.

-Tudo bem. Já estamos aqui mesmo.

Michelly entrou e saiu arrastando Oldris por todo o Shopping, pararam em todos os Boxes, todas as vitrines, testaram vários aparelhos, experimentaram várias roupas, acho que foi naquele dia que Michelly estourou o limite do cartão de crédito. Mas deve ter válido apena, pelo que ela me contou depois, valeu cada centavo.
Depois de irem as compras e saírem com um belo banho de loja, o que demorou algumas horas, elas foram a uma lanchonete no centro, fizeram um lanche, passaram depois numa sorveteria e pediram uns quatro milkshakes, acho que Michelly sozinha deu conta de três.{risos}.

Em seguida, aproveitando a folga que tiraram, resolveram dar um passeio pela cidade, andaram cada pedacinho dela. Sinceramente, eu fiquei com pena da Oldris pelo tanto que Michelly a fez andar, ela não reclamou quase nada, mas era evidente que andar tanto a tinha deixado um pouco cansada. O tempo é escorregadio, ele não espera, logo entardeceu e elas chegaram. Oldris parecia mais animada, porém um pouco cansada. Elas deixaram as chaves comigo e me disseram que dariam uma passada em casa, Michelly disse que voltaria pra fechar tudo e lembrou-me novamente do nosso plano para aquela noite.
Foram então pra casa, nesse meio tempo, ainda atendi nove pessoas, fiz o cadastro de pelo menos seis delas em nosso sistema, foram feitos empréstimos de quinze livros naquele curto período de tempo, quando pensei em olhar o relógio para ver que horas eram, elas chegaram. Michelly pegou as chaves, começou a fechar tudo e disse:

-Então, vamos?

Respondi sem muita demora:

-Sim, claro. Vamos lá.

Caminhamos fazendo o mesmo trajeto de sempre, passando pelos mesmos lugares, paramos um pouco no Central Park, sentamos num dos bancos, vimos começar a anoitecer, casais de namorados passeando e velhinhos no Park. Constatamos que era realmente uma beleza aquela vista, conversamos um pouco, fizemos piada de algumas coisa, principalmente do cartão de crédito de Michelly, rimos um bocado. Oldris parecia um pouco melhor do que no começo daquele dia, parecia mais alegre, mais animada, era nítido e isso deixou Michelly muito feliz, rindo atoa. Apesar de termos feito algum progresso, ainda não podíamos nos dar ao luxo de dizer; "Missão cumprida". Conduzimos então, Oldris até o bar.

Como sempre nos esperando estavam Gil, Noah e Hellen, eles já tinham feito os pedidos, tinham pedido pra nós também. Como bons amigos que eram, eles sabiam o que planejavamos e estavam dispostos a ajudar, da maneira que pudessem.
Hellen, Noah e Gil já tinham feito reservas pra nós em um dos melhores restaurantes da cidade, que iriamos logo depois dali. Hellen e Noah tinham alguns contatos naquele restaurante e Gil, bom, Gil tinha dinheiro.
Começamos a noite com uma rodada de bebidas, ficamos conversando e Gil aproveitava pra fazer alguns elogios a Oldris, elogios pretensiosos eu diria. Gil não fazia nada sem segundas intenções, do contrário não teria a menor graça pra ele. O mesmo não conseguia esconder o interesse em Oldris, logo que a viu, perguntou:

-Wow, quem descuidou de uma das jaulas no zoológico? Temos aqui uma panterona. Quem é essa pessoal.

-Vai devagar, senhor William. Essa é a Oldris daquele dia, no velório da senhora Eleonor. -respondi.

-É, essa é minha tia Oldris. Não se lembra dela?

-Sim, claro! Como poderia esquecer daquela belezinha? Mas, ela parece um pouquinho diferente. Ela fez alguma coisa no cabelo.

-Gente, muito interessante o papo sobre a dona Oldris, mas, que história é essa de senhor William? Alguém me explica pessoal.-perguntou Noah, pois ainda não sabia sobre o nome de Gil.

-É uma longa história. -respondi.

-Uh, essa eu também quero saber. Tem um cheirinho familiar, de, talvez, constrangimento do Gil. - Disse Hellen.

Então contei a eles de novo a história do Gil e a doutora, e dessa vez não escondi nenhum detalhe, falei da descoberta que tinha feito sobre o nome de Gil ser; "Greg William". Eles ficaram impressionados, Gil reclamou comigo por ter contado e nós rimos, começamos a falar de jogos, como xadrez, damas, bilhar e poker.

O Sol na minha janela Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu