O Sol na minha janela

Capítulo 6: Como um mês só nosso - parte 2

A mãe da Michelly nos contou que antes de chegarmos, estavam fazendo a festinha de aniversário da Mia no quintal. Eu lembrei disso e logo dei os parabéns a Mia. Michelly tinha me contado antes de fazermos a viagem que era o aniversário de uma pessoinha muito querida para ela, sua irmã Mia. Ela até comprou uma casinha de bonecas para dar a sua irmãzinha, que ficou muito feliz com o presente. Ficou pulando de alegria. Dormiriamos aquela noite ali. Eu falei que podia dormir na sala e Michelly disse que talvez fosse melhor dormir no seu velho quarto e concordamos que veríamos onde seria melhor. Não me importaria em dormir no sofá ou onde quer que fosse.

Deixamos as bagagens no quarto de Michelly, tiramos algumas roupas e pertences e colocamos na cômoda. Tinha trazido comigo minha caderneta, me velho bloco de notas como o chamava e meu notebook. Sentei na cama pensando no quê Gil tinha me dito a algumas semanas:

-Nessa vida, tem duas qualidades de pessoas; as que sonham e as que concretizam. Qual você é Gabb? Sei que você tem um sonho, todos temos e todos sabemos. Mas o que você está fazendo para tornar esse sonho mais possível? Você acredita mesmo que seu sonho pode se tornar real? A gente vive, do quê a gente acredita. Em quê você acredita? Quem é Andrew Gabriél?

Só conseguia pensar nessas palavras e na minha resposta. Sentado na cama, abri o notebook e comecei a escrever, Michelly sentou do meu lado, bem no meio da cama e ficou me observando atentamente. Depois de alguns minutos me vendo, ela perguntou:

-O que você tanto escreve, Andrew? Quer ajuda? Ou é algo particular?

-Estou escrevendo o que seria o esboço de uma história minha. Se quiser me ajudar, pode me sugerir ideias, me falar mais de você pra me inspirar, digitar pra mim quando meus dedos cansarem ou simplesmente ficar aqui e me fazer companhia. Adoro sua companhia.

-Também adoro a sua companhia Andrew Gabriél. Adoro sua campanhia e esse seu jeito, esse seu cabelo, esse seu cheiro. Você é um doce, ouviu? Nem nos meus melhores sonhos, um dia imaginei alguém como você na minha vida. Você é diferente Andrew, é diferente de todos que vieram antes e dos que poderiam vir depois, porquê acho que não terá ninguém depois. E mesmo que tivesse, ainda não apagaria o que você foi e é para mim, não apagaria seu brilho na minha vida.

-É lindo o que você disse. Eu fico muito grato e o que posso dizer em resposta é que, não importa quem foram seus primeiros, com tanto que eu possa sempre ser o seu último. - Disse isso enquanto segurava suas mãos.

-Isso foi muito bonito, mas teria sido ainda mais bonito se não fosse uma frase pronta, seu mala. {Risos}. O que eu falei foi de coração, Andrew. Você é um escritor poxa! Podia ter feito melhor.

-Quer melhor? Vou tentar melhor... Não importa quem ou o quê veio antes, tudo isso já passou. Essas coisas ficaram no passado. Eu estou aqui agora. Eu sou o seu presente e não importa o que aconteça, sempre poderá contar comigo. O que sinto por você, não passou hoje e não há de passar. Saiba que comigo sempre poderá contar. Amo você Michelly Steinfeld.

-Eu também te amo Andrew Lincoln Wachowski. Amo muito, muito, assim, desse tantão. -Ela falou enquanto esticava os braços em direções opostas e media o comprimento de seu amor.

Ela me deu alguns minutos de silêncio e observação, e constatou que eu escrevia rápido e muito bem. Ela pegou o computador de minhas mãos, rindo e disse:

-Deixe eu ler melhor um pouco do que você escreveu. Vamos lá, vou começar pelo título. "Mãos ao vél". Esse é o título? Você quem escolheu?

-Sim para as duas perguntas. Esse é um título provisório, o escrevi porque achei que fazia sentido com o que estava escrevendo.

-E o que você está escrevendo exatamente? Me conta mais detalhes.

-Acho que já falamos sobre isso. Deve ter uns quatro meses que iniciei essa história. Começou apenas com ideias soltas e diálogos que ia escrevendo, e assim como uma teia, algo maior foi se formando. Acho que já contei a você, mas na dúvida, direi de novo. Estou escrevendo um romance.

-O título fala de vél, do quê se trata? Vél... tem a ver com casamento? O vél da noiva? Acho que seria um bom título pra um livro.

-É verdade, seria um belo título pra um futuro livro. Mas não tem nada a ver com casamentos ou noiva. Quem sabe eu inclua alguma coisa sobre, no livro. "Mãos ao vél", como já disse, é um romance. A princípio, vai falar de um casal como qualquer outro que morava em uma cidadezinha, que ainda vou decidir qual. Eles levam uma vida feliz, muito tranquila, até que um dia deixa de ser. O começo do livro aborda mais a relação entre os dois. Tem bastante diálogos.

-Entendo, mas onde o título começa a fazer sentido com a história?

-Do meio para o final, mas não posso contar ou será spoiler e quero que você seja a primeira a ler quando eu finalizá-lo.

-Aun, que lindo! Quer que eu seja a sua primeira leitora? Que fofo! Pode apostar que o lêrei. Serei sua fan número um.

-Ou até, minha fan número única. Pubicar um livro não é tão fácil como se faz parecer. Não sei se conseguirei publicá-lo. As vezes eu penso se meus sonhos não são grandes demais para mim.

-Pare com isso Andrew. Você vai conseguir sim. Eu acredito em você, acredite um pouco em si mesmo também. Olha bem pra mim e só escuta o que eu vou te dizer. Não existem sonhos grandes demais para se alcançar. O tamanho dos seus sonhos, vai depender do tamanho da sua determinação e sei que você a tem. Você não é tão pequeno que não possa alcançá-los. Veja, você é maior do que eu. Eu tenho um metro e sessenta e cinco, você tem um e?

-Um e setenta e dois.

-Um e setenta e dois, tá vendo?! Mesmo que você fosse pequeno como uma formiga, a grandeza de cada indivíduo está dentro de cada um de nós e você será grande Andrew. Eu sinto. É minha vez de sentir agora, okay? {Risos}.

-Obrigado pelo apoio Chelly. Significa muito pra mim.

-Quê isso Gabb. Sempre vou apoiar você. Sempre!

Nisso a mãe dela entra no quarto, anunciando que já era hora de jantar:

-Crianças, o jantar está quase pronto, queiram descer. Juntem-se a nós na mesa.

Descemos, Michelly foi ajudar no jantar, preparando o que faltava. O jantar era: Arroz com Strogonoff de frango, milho, ervilha e algumas vagens com uma salada de legumes e maionese. Todos nós sentamos a mesa, fizemos uma oração agradecendo pelo alimento à mesa e comemos. Enquanto jantavamos, Henry nos contava que ganhou uma promoção no trabalho, ele trabalhou muitos anos em uma usina usina hidrelétrica, mas com o passar dos anos, não se sentia mais contente com aquele trabalho, queria coisas novas, ver pessoas novas e largou o emprego. Agora ele trabalhava mais perto de casa, com uma coisa que gostava; vendas. Ele trabalhava em uma das grandes concessionárias da cidade. Ganhava muito bem, dava para manter seu padrão de vida e agora, tinha ganhado essa promoção. Ele tinha começado como vendedor de veículos, posteriormente passou a ser consultor de vendas, cargo que ocupava agora, e sua promoção era para o cargo de gerente de vendas. Ele compartilhou a notícia e o felicitamos, foi a vez da mãe de Michelly, Vivian. Ela tentava esconder o sorriso de felicidade, mas não era possível, ela esticou o braço sobre a mesa e segurou a mãe de Henry e disse que tinha uma novidade para contar junto a ele. Então ela começou dizendo:

-Olha, você sabe que depois que eu e seu pai nos separamos, nós mudamos de cidade e viemos tentar uma nova vida. Eu tive outros relacionamentos depois de seu pai e antes de Henry. Tentamos uma nova família algumas vezes e acho que agora conseguimos. Eu, você, Henry e Mia, e uma nova pessoinha... essa era a notícia que queria contar. Eu e Henry... estamos grávidos!

-Vocês estão grávidos?! Ah, mãe... meus parabéns! Fico feliz por vocês. Mia já sabe que terá uma nova irmãzinha? - Michelly perguntou.

-Sim, já contamos pra ela e não sabe como ela ficou feliz. Você devia ter visto.

-É verdade, vou ter uma nova irmã Chelly! Você ouviu? Eu vou cuidar muito bem dela. Vou ser uma boa irmã, como você. - Disse Mia.

-Aun, vêm cá maninha. - Disse Michelly chamando Mia para o abraço.