Capítulo 4: Inverno - parte 5/final

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Pegamos um táxi e corremos para o aeroporto. Chegamos lá e procuramos pelo vôo que chegaria as duas, direto Chicago para Nova Iorque. Falando em Chicago; "Hard to say I'm sorry" da banda de mesmo nome e cidade, era o que tocava no rádio do carro que pegamos. Uma das agentes de Aeroporto nos informou sobre o vôo que procurávamos, ele tinha acabado de chegar. Corremos fomos em direção do portão de desembarque.

Tinha muita gente, olhei para Gil e perguntei como faríamos para que meu irmão nos visse ao passar pelo portão. Ele colocou as mãos na cabeça e começou a pensar. Passou um reciclador com uma carrocinha com vários materiais de reciclagem, entre eles, uns pedaços de papelões. Gil pediu licença e pegou um daqueles papelões, correu até a recepção do aeroporto e com uma das agentes, pegou uma caneta permanente retro projetor e escreveu um cartas que dizia: "Bob irmão de Andrew, de Chiacago à NY: Manhattam.". Ele passou pelo portão de desembarque, gritamos e balançamos aquele cartaz improvisado.

Diziamos: "Ei, aqui! Bob, aqui!". Ele conseguiu nos ver no meio de toda aquela gente, veio até nós com um largo sorriso no rosto. Logo Gil o cumprimentou, apertou sua mão e perguntou se aquele era o tão famigerado Bob. Bob respondeu brincando que não era nem um astro de Hollywood, mas que realmente tinha uma grande fama e a fama lhe caía bem. Gil apertou sua mão e em seguida o abraçou, dizendo: "Bem vindo, maninho!". Bob ficou meio sem reação a princípio, mas logo correspondeu ao abraço de Gil, o abraçando ainda mais forte. Eles se soltaram, nos olhamos e todos rimos. Bob perguntou para nós, o que viria agora, se aquela era toda a recepção que tínhamos preparado para ele. Gil respondeu dizendo: "Você não perde por esperar, brow.". Não sabia se devia ou não me preocupar com aquilo. Conhecendo ele como o conhecia, não sabia o quê, mas era certo que ele tramava alguma. Gil apenas disse para relaxarmos, que a noite seria especial hoje. Quando ele disse isso, senti um leve calafrio; do pescoço ao final da espinha. Pegamos outro táxi e fomos para o meu apartamento, onde Bob deixou suas coisas e começou a se acomodar.

Testando as acomodações ele disse que ali era um belo lugar, perguntou quanto pagava, quanto tempo fazia, se Gil dividia o lugar comigo também ou se morava só, fez um zilhão de perguntas. Devagar e sempre, respondi a todas as indagações que fez, não satisfeito, ele perguntou ainda mais e lhe dei ainda mais respostas. Todas aquelas perguntas estavam me dando fome, aproveitei que já ia almoçar e chamei aqueles dois. Tinhamos uma missão agora, preparar um almoço sem muita demora, para três esfomeados com pouca experiência na cozinha. Perguntei a eles se sabiam cozinhar algo além de bom, além de sopa e um prato feito. Eles ainda tinham menos experiência que eu, mas por sorte, alguém bateu em nossa porta naquele momento. Perguntei quem era e a pessoa respondeu: "Eu". Perguntei: "O Chapolin colorado?!" e a voz respondeu: "Não contavam com minha astúcia". Nessa parte eu ri e pessoa na porta também. Gil e Bob ficaram sem entender nada e pergutaram-me quem era, perguntei:

-Por que não vêem por vocês mesmos.

E abri a porta. Do outro lado estava Noah. Gil disse que, bem que ele estava reconhecendo aquela voz e perguntou o que diabos tinha sido aquilo. Rimos e respondemos que era de um seriado de comédia mexicana que tínhamos visto outro dia. Gil se sentiu ofendido e indagou como podíamos ter assistido uma série de comédia mexicana juntos, sem ele. Respondemos que não tinha sido por mal e com certeza o chamaríamos na próxima.

-Ah, eu espero mesmo. - Ele disse.
Bob acompanhou a conversa e disse:

-Isso é tudo muito legal, mas quem é esse mesmo?

-É mesmo, esse eu também não conheço. - Disse Noah. - Ah! ele que é o seu irmão Gabb?

-É isso mesmo, brow. - Respondeu Gil, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

-Desculpe não tê-los apresentado ainda. - Eu disse. E fiz as apresentações. - Bob, este é Noah, meu amigo. Noah, este é Bob, meu irmão mais novo.

-É um prazer conhecê-lo - Disse Bob, estendendo a mão.

-O prazer é nosso. - Disse Noah ao apertar sua mão, em seguida o puxando para um forte abraço.

Noah contou que ouviu quando chegamos e veio nos ver. Confessou que tanto ele como Hellen estavam se mordendo de curiosidade e ansiedade em conhecer meu irmão. Falou que foi até por isso que veio ao meu apartamento, para ver se meu irmão já estava com a gente e também para nos convidar pra almoçar em sua casa. Nas palavras dele, Hellen tinha feito: "Um almoço divino". Como meus dotes culinários, sem dúvidas, não chegavam aos pés do de Hellen, decidimos por ir jantar com eles. Passamos o resto da tarde com Noah e Hellen. Mais tarde, já perto das seis, passei na casa de Michelly e a chamei. Ela desceu as escadas, me perguntou como foi, se ele já tinha chegado e se instalado. Respondi sim, a todas as perguntas e a convidei para passear no Central Park comigo. Fomos, passeamos, chegamos nos mesmos banquinhos de sempre e sentamos, e lá conversamos um pouco, assim como em todo o caminho até ali. Me perguntou se estava muito contente com a chegada do meu irmão e quando poderia também conhecê-lo. Respondi que estava muito contente sim, mas também preocupado, pois Gil tinha planos secretos para aquela noite e quando fossemos hoje ao bar, meu irmão seria devidamente apresentado a todos.

Ficamos ainda mais alguns minutos conversando e fomos para o bar. Lá já estavam Noah, Hellen, Oldris, Gil e meu irmão que já tinham se adiantado e chegado na nossa frente. Eu pensava em ir com Michelly até o bar, a deixar lá e voltar em casa pra pegar meu irmão e levá-lo até onde todos estavam, mas Gil já o tinha trazido, me poupando qualquer trabalho de buscá-lo, mas não poupando eventuais outros trabalhos que poderia ter.

Apresentei devidamente Bob a todos, eles o cumprimentaram e pareciam contentes com sua presença.

Retribuindo as indagações que Bob me fizera mais cedo, Michelly também o encheu de perguntas. Bob ficou admirado com Michelly e me parabenizou por ter uma namorada tão bonita, simpática e atenciosa. Pedimos uma primeira rodada de bebidas, conversamos e pedimos mais uma rodada. Após a terceira rodada, Gil anunciou que tinha algo especial preparado para o nosso recém-chegado Bob. Nos conduziu até lá fora, pediu um táxi. Não fazia a mínima ideia do que se tratava. Assim que o táxi chegou, ele empurrou Noah, Bob e eu para dentro, ainda teve alguma resistência de minha parte. Em seguida, disse a todos:

-Desculpem pessoal. Principalmente a vocês, senhoritas. Mas essa é uma noite, só dos cavalheiros aqui. Bye bye! au revoir. Espere, au revoir não. Ainda vamos voltar. Mas não nos esperem acordadas, damas.

Assim ele disse e assim fomos. Seria uma noite longa, segundo minha ótica. Longa, duvidosa e possivelmente, repleta de aventuras e desventuras, sem garantias de não acabarmos em problemas.

Conhecendo Gil, podíamos estar indo a qualquer lugar e poderia acontecer qualquer coisa. Esperava que desde a última vez que fizemos algo parecido, ele já tivesse alcançado alguma maturidade. Achava meio difícil, mas não fazia mal crêr em milagres.

O Sol na minha janela Where stories live. Discover now