Capitulo 3: Outono - Parte 2

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  Quando chegou neste, foi unanimidade, todos eram a favor de uma boa e velha partida de poker. Não estávamos com as cartas, nem nada para apostar, mas, isso não nos impediu de imaginarmos como seria uma partida entre nós. Ficamos discutindo as possíveis estratégias até que Gil indagou:

    -E Dardos, pessoal? Vocês jogam dardos?

    -Eu era campeão em dardos no colégio, cara. - Disse Noah.

    -Ah, então você tem o braço bom? O que me diz de uma rodada, Brow?

    -Eu Super topo, Brow.

  Ao fundo do bar, havia um alvo e alguns dardos, fora Noah e Gil, todos nós concordamos que se tratando de dardos, éramos péssimos. Mas, decidimos dar uma chance e nós permitir tentar também. Gil e Noah foram os primeiros, depois Hellen, logo em seguida fui eu, vindo após, jogou Michelly e por último, Oldris todos nós jogamos, mas, quem ganhou aquela rodada foi Oldris. Aplaudimos ela, ao ouvirem os aplausos, todos os outros no bar, começaram a aplaudir também. Deixamos os dados e fomos para a Junkbox, outra vez, aquela discussão sobre qual música tocar, dentre tantas opções, uma luz; Oldris grita;

    -The Bangle, Eternal flame.

  Nos entreolhamos e concordamos, Eternal flame, com certeza. Tocamos umas três vezes a mesma música, até que olhamos no relógio e nos demos conta que já eram quase nove. Corremos pra fora para pegar um táxi e não perder as reservas que tínhamos feito, entramos no táxi e Oldris não parava de perguntar para onde estávamos indo, não parou até que enfim a respondessemos, ela ficou surpresa:

    -Um restaurante!? Meu Deus, um dos melhores restaurantes da cidade... Quando? Como? Porque tudo isso?

    -Você merece. -dissemos um após o outro.

    -Muito obrigado, meus queridos. Nem sei como lhes agradecer.

  Chegamos no restaurante, descemos do táxi e entramos. Lá era um ambiente muito bonito e calmo, todos bem trajados e a comida era ótima. Procuramos nossa mesa e nos sentamos, o garçom logo trouxe o cardápio, tinham várias opções só de arroz, após olharmos e analisarmos e fizemos nossos pedidos. Hellen e Noah pediram um espaguete contrafilé ao molho branco, Gil pediu um arroz ao champanhe com bife Kobe, Michelly e Oldris pediram um arroz á graga com filé de frango, eu sem saber para onde ir e o que pedir naquele cardápio, escolhi um arroz de forma com filé de frango a parmegiana. Não fazia a mínima ideia do que significava o "a Parmegiana", mas hellen sabia e sinalizou para mim, demonstrando que aprovava meu pedido. Aproveitamos que o garçom ainda não tinha ido e que queríamos comemorar aquela noite para pedir um belo Champanhe. Os pedidos demoraram um pouco a chegar, mas não era de se esperar menos, o restaurante estava cheio, foi uma sorte conseguirmos nossas reservas.
Assim que chegaram os pratos, os pegamos e começamos a comer, realmente, estava ótima a comida, uma delícia. Enquanto comíamos, Gil nos entretia com suas histórias aventureiras de romance:

    -Sabem, a umas semanas atrás eu saí com uma garota linda, era uma ruiva apaixonante. Nos conhecemos numa balada, sabe aquela música "Shut up and dance with me"? Já viram o clipe, era uma ruiva ainda melhor que aquela, mas o dialgo que tive com ela foi o mesmo da musica. Eu estava numa noite daquelas, a mulherada não parava de correr atrás de mim, era de assustar, foi quando esbarrei nela e disse: "e aí, gracinha. Você vem sempre aqui?" Ela se virou, tocou meus lábios e simplesmente disse: "Cale a boca e dance comigo". O que mais podia fazer? Eu dancei. E no final da noite, eu dancei mais ainda. Ela me arrastou pra sua casa, nos beijamos apaixonadamente, ela arrancou minhas roupas, meu Deus! Aquela mulher era uma fera, uma tigresa! Fizemos um pouco de love, terminamos e trinta minutos depois, fizemos de novo e de novo.

    -Oh, Gil pare com isso, por favor. Estamos comendo! - disse Hellen.

    -É Gil qual é? Estamos comendo. - reforçou Noah.

    -Esperem, esperem, ainda não terminei... ainda não cheguei na melhor parte - disse ele e continuou. - Depois de horas e horas apaixonantes, um ronco de motor de carro rompe o silêncio que tinha se estabelecido. A ruiva fica agitada e me diz que era seu namorado, ele era muito ciumento, ele tinha chegado e não podia me ver ali. A casa era um sobrado, em cima e em baixo, entendem? Como chamam? Um duplex, pronto. Essa era a casa dela. Logo que o namorado chegou, ela olhou para todos os lados possíveis, visou uma janela e foi me expulsando, eu mal tinha vestido as calças e ela me empurrou pela janela. Tentei me equilibrar em cima do telhado, mas estava meio úmido, eu escorreguei e cai lá de cima, justamente sobre o namorado dela. Nos levantamos e ele gritou espantado: "quem é você?" "O que faz aqui?". Eu sem saber o que dizer, como me explicar, falei pra ele: -ah, bom... eu sou um antenista, sua namorada me ligou dizendo que o sinal da TV estava uma porcaria e eu vim concertá-la. Ele olhou pra mim com uma cara furiosa e perguntou: "Você estava ajeitando a antena sem calças? Como isso funciona? Quero ver você me explicar isso.". Eu engoli seco, mas respirei fundo e falei calmamente: - Bom, meu caro compatriota. Seu telhado estava um pouco úmido e na primeira vez que caí fiquei enganchado pela calça que acabou rasgando, achei muito constrangedor ficar vestido com uma calça rasgada, então, logo depois que subi de novo, as estava tirando. Ele olhou bem pra mim, olhou pra minha calça e concordou: -"É, isso é foda viu. Também já passei por coisa parecida." Ele acreditou em mim, dei sorte que minha calça realmente tinha rasgado na queda, do contrário, minha história teria uma baita inconsistência. Aproveitei a boa fé do homem e perguntei: -Ei, teria como me emprestar uma calça, brow?. Ele disse: "sem problemas". Me arrumou uma calça e ainda disse: "vai pela sobra, irmão". E essa é a história de como consegui essa calça.

    -Pensei que era a história, de como você tinha saído com um ruiva, com quem você acabou dormindo e que tinha um namorado ciumento, de quem você escapou de levar uma surra. -Comentei ironicamente.

    -É, foi uma história de como eu consegui essa calça e isso também. As duas coisas tem seus méritos.

    -Você é mesmo inacreditável, Gil.

O Sol na minha janela Where stories live. Discover now