Imagines Theodore Nott

Passeio (parte 1)

Tumblr: pepsichrry

Título: Passeio (parte 1)

Emparelhamento: Theodore Nott x Leitora

Resumo: Um casamento arranjado entre duas famílias sangue puro é quase comum, mas o que acontece quando uma paixão repentina é trazida à mistura?

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Theo sentiu-se escapar. Não exatamente como ele fez quando recebeu a Marca Negra, e não exatamente como ele fez quando viu a vida desaparecer dos olhos de sua mãe. Desta vez, parecia diferente.

Ele observava você através das vidraças embaçadas nas manhãs orvalhadas de primavera e do outro lado da mesa de jantar enquanto você tomava o café da manhã. Ele não conseguia parar de observar você e isso o deixou louco. Sua esposa o deixou louco. É claro que ele tinha ouvido essas frases dos colegas de seu pai e de outros homens que reclamaram, mas esses sentimentos não eram nada parecidos com os de Theo. Não como a dor em seu coração quando ele observava você nos campos gramados da propriedade ou o carinho disfarçado por olhares duros enquanto você trocava gentilezas como estranhos. Afinal, vocês realmente eram estranhos.

Mas Theo passou a conhecer você como você nem se conhecia. Para ele, você era tudo menos uma estranha.

Ele não conseguia nem contar quantas vezes sonhou com você dormindo ao lado dele, sentindo seu calor, imaginando como seria te beijar e te agradar como qualquer marido desejaria, Merlin, como qualquer homem que se deitasse olhos em você fariam. Se não fosse pela sua total falta de interesse por ele, ele já teria pedido que você fizesse o que queria com ele, mas desde o casamento você não tinha nenhum interesse em se aproximar dele. Ele não podia culpar você, a princípio ele se opôs a se casar tão jovem, alegando que seu pai estava tirando sua liberdade, privando-o de sua juventude e deixando-o preso com um estranho em sua casa. Mas, ah, como ele estava errado.

Você foi uma delícia, uma luz pura e inocente na escuridão da propriedade da família. Você trouxe consigo poucos pertences, talvez apenas alguns vestidos e caixas de bugigangas, mas deu vida às tábuas rangentes do piso e às paredes empoeiradas. Em questão de meses, você plantou flores e árvores frutíferas, despojou os quartos escuros da miséria e os substituiu pela luz do sol e por uma decoração mais clara. De repente, o fogo foi aceso e a casa não causou mais arrepios na espinha. Pelo menos por isso Theo poderia estar grato.

Observando as sutis mudanças feitas, ele sempre fazia questão de agradecer com uma coisa ou outra, fossem vestidos de seda, joias brilhantes, sapatos ou perfumes. Mas nada disso pareceu impressioná-la.

Com o passar do tempo, Theo percebeu sua aversão por seus presentes caros e tentou de tudo para satisfazê-la à distância, mas foi difícil. Quando ele estava na escola, uma linda pulseira teria sido suficiente para fazer uma garota o querer, mas parecia que não havia nada que ele pudesse dar que fizesse você desejá-lo. Então ele decidiu dar a você a única coisa que ele poderia imaginar que você desejaria dele: espaço.

Ao deixá-la sozinha, ele começou a observá-la sempre que podia e, ao fazê-lo, começou a entender que você não desejava vestidos ou brilhos para se admirar, embora ele tenha visto você experimentando seus presentes anteriores na frente de você. Ele olhou para o espelho com um sorriso e, em vez disso, percebeu que você gostava de sentar na biblioteca com um livro ou relaxar no jardim comendo frutas.

Ele admirava você todos os dias quando você usava seus vestidos brancos rendados sob o sol da primavera, o cabelo caindo sobre os ombros bronzeados. Ele admirou você enquanto você tomava um gole da limonada fresca que os elfos domésticos prepararam e observou seus lábios macios envolverem o copo. Ele admirou você enquanto você descansava na sala com os pés descalços no chão de carvalho. Ele até admirava você em seu quarto de vez em quando enquanto você dormia, rezando a Merlin para que você não acordasse enquanto ele passava os dedos suavemente em sua têmpora.