CAPÍTULO IV - Parte 3

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No Palácio Real, Louis despertava de uma ótima noite. Olhou para o lado e avistou o rosto da bela jovem, que aparentava ter seus 17 anos. Que com toda sua aparente pureza de menina, na realidade se mostrava uma mulher audaciosa, e ultrapassava limites para se tornar afortunada. Ele passou seus dedos carinhosamente pela face da moça, o que a fez despertar, descendo-os até sua barriga, fazendo círculos ao redor do umbigo, a garota o retribuiu com um beijo. Ela sorriu, diferente dele que ficou sério. Louis colocou uma mecha do cabelo da jovem atrás de sua orelha e sentou-se na beira da cama.

— Preciso sair. — disse Louis encarando a cabeceira.

— Tens certeza? — a jovem aproximou-se o abraçando por trás, encostando-se em seu corpo nu. Com as unhas acariciava as costas do Rei, que as retirou rapidamente deixando-a sem reação.

— Absoluta.

A garota somente assentiu levantando-se da cama. Louis olhou para trás e pode ver a silhueta nua indo de encontro à porta, apanhando as várias roupas que estavam no chão.

— Já é tarde, creio que seja melhor trocar-se aqui. — disse ele com desdenho, por parte queria sorrir, ou ser gentil, mas era melhor daquela maneira. Ela apenas atendeu ao seu pedido. Vestiu-se, o reverenciou e saiu em passos leves.

Elizabeth já estava à espera de seu filho que descia a escadaria com um sorriso afável. Logo o servo pôs-se a anunciar a chegada do Rei à sala de jantar, todos o reverenciaram como de costume. Sentou-se e cumprimentou sua mãe.

— Como passou a noite, meu filho? Parece-me feliz hoje.

— Como se a Senhora não soubesse, não é maman? Digamos que, agradável. — sorriu.

— Creio que sim, pois a jovem é muito bonita. — gargalharam.

— O que tem de bela, tem de ambiciosa.

— E como estão os preparativos para o Baile?

— Artois está tomando conta de tudo.

— Eis aí um servo fiel, como sempre. — ironizou Elizabeth.

— Não questione meu servo, maman. Temos coisas melhores para tratar, estou bem animado com este Baile. Pierre confidenciou-me que há garotas realmente esplendorosas.

Je crois, mon fils. Realmente acredito. O Baile ocorrerá aqui no Palácio, mesmo?

— Sim, sinto-me mais a vontade no salão dos espelhos. Ele não foi feito para ficar às moscas. — sorriu o Soberano.

Mãe e filho dialogaram como sempre, o principal assunto naquela manhã era o Baile. O dia se aproximava e Artois corria contra o tempo para deixar tudo perfeito. Sua obsessão por elogios do Rei era demasiada grande para fazer algo mal feito.

Como todas as tardes, Pierre fora visitar Louis para mais uma de suas caçadas pela floresta. Quando a Rainha Charlotte permanecia em vida, Louis fazia questão de sair com o amigo tão somente para irritá-la. A mesma não gostava de se sentir sozinha naquele grande Palácio, por mais que estivesse rodeada de tantos servos. Era divertido, contudo dessa vez não era o mesmo. Essas saídas traziam lembranças, só não queria admitir, nem para o amigo, e muito menos a si mesmo.

Ao adentrar a floresta, cada um sobre seu cavalo, Pierre e Louis avistaram de longe o alvo. O veado se alimentava despercebido perto de vários galhos quebrados há certa distância, mal sabia que estava prestes a morrer sem motivo algum. A caça era uma das diversões na época, e podia ser praticada apenas pela Realeza e por nobres, considerava-se um treino para guerras. Louis levara apenas sua espada, assim como o Duque. Ainda em cima de seus cavalos, foram se aproximando lentamente do animal, porém o mesmo sentiu vossa presença e estirou-se mata adentro. Claro que isso não impediria o Rei da França de ganhar. 

L'ÉPOQUE - O Relógio do Tempo (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now