CAPÍTULO XII - Après la trahison, La guerre

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Três semanas após a chegada na França, Versalhes estava em plena paz. Os problemas do país estavam todos ao alcance de suas resoluções. Elizabeth continuava a sobrecarregar Annelise com tarefas absurdas. Tais como tirar manchas inexistentes de seus vestidos. Anne sentia-se como a gata borralheira da história "Cinderela". Tudo isso para mantê-la distante de seu filho.

Elizabeth exercia um certo poder sobre Louis. Por mais que ele fosse o Rei da França, ainda seguia ordens de sua mãe, por ela já ter sido Rainha, e ainda ser. Afinal, Rainhas morrem Rainhas. Também seguia os mandamentos de Deus a risca. Religião era algo que um Rei devia dar exemplo.

Era noite quando Artois apareceu ofegante no quarto real. As notícias não eram boas. Louis perguntou-lhe o que havia acontecido de tão grave para tê-lo deixado naquele estado.

— Os portugueses, Senhor! Eles falharam conosco. — respirou fundo. — Estão roubando o dinheiro que é do nosso comércio, para eles. E três dos portugueses, acunhados do Rei português, estiveram aqui fazendo balbúrdia entre os trabalhadores franceses. Cinco guardas reais foram mortos a facadas no centro.

— Ora, ora... Como o previsto. — sorriu vitorioso. Artois não entendia como o Rei podia estar feliz com aquela situação.

— Não entendo, Vossa Majestade.

— Como não entendes? Está claro como água. Eu sabia que eles falhariam conosco. Claro que, eu não queria ver nossos guardas mortos, mas somente fazendo esse acordo absurdo, mesmo sabendo das consequências dos meus atos, eu teria motivos para iniciar uma guerra. E, finalmente, tomar a Ilha de Vera Cruz das mãos daqueles que não a merecem. — deu mais um de seus sorrisos. — Vá, Artois! Envie uma carta a Roma, pedindo o perdão a Vossa Eminência por ter de iniciar a guerra. E para as províncias mais próximas requerendo armamentos e escudos. Convoque o nosso exército. Treine-os. Escolha os mais corajosos, e mais fortes, que não tenham medo de matar, nem de morrer.

— Mas Senhor! Terias de falar com os outros secretários. Talvez fosse mais apropriado convocar uma reunião antes. Nem temos fundos o suficiente.

— Eu sou o Rei! Todos vós tendes de me obedecer. Não há necessidade de uma reunião. — respondeu irritado. O rei costumava ser um tanto mimado.

•••

Anne organizava as diversas cartas recebidas do Rei, dentro de uma caixinha de madeira que encontrara em baixo de sua cama de madeira empoeirada. O único que sabia onde ficava as cartas era Louis, pois lhe perguntara uma vez, para que ninguém as encontrasse. Seu coração ainda batia descompassado com a última que recebera.

Lady Anne,

Pergunto-me onde está o meu poder que simplesmente desapareceu quando se trata de ti. Três semanas sem tocar-te a pele, beijar-te os lábios ou sentir o teu cheiro doce, é torturante.

Trocar palavras escritas não é o mesmo que ouvir a tua sublime voz, mas contento-me com o vozear do teu coração.

Queria eu possuir-te em meus braços e sussurrar em teu ouvido o que almejas ouvir. Não demorará e eu te tomarei em meu afago novamente. Mostrarei ao céu e ao inferno que tu és minha e eu sou teu. Para todos os dias úteis de minha vida.

Com afeição,

Louis Rousseau.

Esperava ardentemente que o tempo passasse logo para que pudessem ficar juntos. Tempo. O passado a envolveu de maneira tão excitante que esquecera completamente do futuro. — Mas quem precisa do futuro, se o mesmo lhes deu as costas? — Cecili estava a cada dia mais deslumbrada. Pierre então, mal se podia dizer que era o mesmo. Sua responsabilidade estava impressionando a muitos. O mesmo nem se assustou com o anúncio do Rei sobre a guerra que estava por vir.

L'ÉPOQUE - O Relógio do Tempo (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now