Cecili estava muito mais feliz, assim como Anne. Mal pareciam se importar em estar no tempo errado. Claro que, diferente de Annelise que estava perdidamente apaixonada e correspondida, Cecili estava só... Apaixonada.
A festa continuava dessa vez só com bebidas. O Jantar já havia sido encerrado. Pierre dançava com Maximillienne. Thomas não se importava, gostava de ver sua esposa animada, e Pierre... Bem, era seu amigo. Quem não estava gostando nada disso era Cecili, a mesma não conseguia parar de encarar os dois. Por várias vezes Maxi percebeu os olhares e corou. Ainda tinha medo que a jovem contasse para seu esposo. Algo que realmente Cecili não tinha em mente. Sua vontade era de estar no lugar daquela mulher, mas ele mal olhava para ela desde o seu último encontro. Além de desejo, a raiva lhe tomava quando percebia que estava apaixonada por um homem tão cafajeste.
Annelise percebeu a irritação de sua irmã de longe, só pelos olhares, então decidiu tomar uma atitude. Aproximou-se de um jovem que observava a festa, escorado numa coluna. Era filho de um dos secretários da Corte. Perguntou-lhe se queria dançar e ele, é claro, aceitou. Mas a dança não era com ela, era com sua irmã. A intenção de Anne era que Cecili passasse ciúmes em Pierre. Se é que ele se importava. E a morena estava certa. O duque pisou no pé de Maximillienne por várias e várias vezes, enquanto encarava a dança de Cecili com o rapaz, enciumado.
Satisfeita com a situação, Anne rodopiou em meio ao salão, de alegria. Seu vestido longo e armado ajudou-a a rodar. Se olhado por cima, parecia um guarda-chuva em movimento. A cena agradou aos olhos dos Reis. Tanto Pedro, quanto Louis a encaravam absorvidos em pensamentos.
— Quem é aquela dama? — perguntou o Rei português, demonstrando interesse. As narinas de Louis inflaram.
— Lady Annelise Lefebvre. — respondeu entre dentes.
— Tu te incomodarias se ela me fizesse companhia essa noite? Um agrado para o rei. — Pedro piscou, dando mais uma vez, seu sorriso amarelo insípido.
— Não! Essa não... Digo essa não dá... É protegida de minha mãe. Todas as noites ela e sua irmã a servem. Mas há muitas outras. — inventou a primeira desculpa que lhe veio em mente. Jamais deixaria que outro homem tocasse Anne, se nem ele mesmo ainda havia tocado.
— A protegida de sua mãe, ou a sua protegida? — ironizou Pedro, passando as unhas entre os dentes da frente.
— As duas coisas. — respondeu Louis levantando a taça com um torto sorriso debochado. — Quer dançar Majestade? Não comigo, é claro.
— Sim Majestade! Claro que não. — gargalhou levantando-se do trono.
Pedro fez menção de escolher Annelise para dançar, mas Louis já premeditara sua ação e agiu antes do mesmo. O Rei português não teve escolha a não ser escolher outra dama, Natalie. O coração de Anne batia descompassado só pela aproximação do Rei.
— Aceita dançar comigo, Lady Anne? — convidou Louis, dando um de seus sorrisos mais brilhantes.
— Claro Majesté! — retribuiu o sorriso.
Louis tomou-lhe pela mão, caminhando até o centro do salão. Todos os outros dançarinos abriram espaço para os Reis. Elizabeth aborreceu-se em silêncio ao ver o filho com Annelise. Natalie não estava nada satisfeita com seu par, fazia caretas a cada palavra que saia da boca do Rei Português. Seu mau hálito a perturbava.
Mulheres de um lado, homens de outro. Antes de tudo, cumprimentaram-se com leve reverência, curvando-se suavemente, um perante o outro. Quando a música começou a tomar ritmo, os casais aproximaram-se com as mãos sem encostá-las uma na outra, fazendo círculos. Depois se afastavam e mais uma vez fazia o mesmo movimento, mas em sentido contrário. A junção dos corpos no próximo passo indicou o início da valsa.
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L'ÉPOQUE - O Relógio do Tempo (CONCLUÍDA)
Historical FictionAs irmãs Annelise e Cecili Lefebvre viviam no século XXI. Perderam os pais há sete anos e desde então moravam com os tios. Uma vida normal e regada por uma enorme saudade de seus pais. Até o dia que tudo mudou e um amigo lhes apresentou um objeto es...