A Verdadeira Escória

11.1K 803 127
                                    

- Eu...bem, não sou nenhum anjo, Walburga. E não é meu dever tirar alguém de uma situação onde ela mesmo se coloca, estou falando de vocês e de Tom Riddle - falo severamente olhando os três, afinal, se estão nessa é porque concordaram com o conceito por trás disso - vocês escolheram acreditar no que quer que ele vos falou, eu não sou nenhuma super-heroina e muito menos justiceira, vocês estão arcando com suas escolhas egoístas, acha que eu sou burra e não percebo o preconceito com nascidos trouxas e mestiços? - pergunto brava a ponto de explodir - acha que eu concordo com essa porra? EU NÃO CONCORDO, SE EU FOSSE SALVAR ALGUÉM COM TODA CERTEZA SERIAM AQUELES POBRES ALUNOS PETRIFICADOS, PORQUE VOCÊS SÃO UM BANDO DE CRIANÇAS MIMADAS, QUE SÓ PORQUE TEM A MERDA DE UM SANGUE PURO, ACHAM QUE SÃO DIGNOS DE SUPERIORIDADE... MAS ACREDITEM A DIGNIDADE EM SI NÃO VEM DO SANGUE, VEM DO CARÁTER, COISA QUE VOCÊS E SEUS AMIGUINHOS SONSERINOS NUNCA TIVERAM- explodo totalmente e sem perceber os vidros das janelas da sala se espatifaram e agora estão apontados a os três, que me olham com medo - eu tenho cara de palhaça, pra vocês acharem que eu irei ter dó de pessoas que só se importam com o próprio umbigo? Eu fui muito boazinha com vocês...paciente demais, bobinha achei que poderiam mudar conforme os anos iam passando, que tolinha eu fui, mas agora queridos - falo me aproximando mais deles enquanto eles se afastavam aterrorizados, eu não sei o que está havendo comigo, mas estou me sentido cada vez mais aliviada - tudo que tivemos, cada momento, tudo...foi apagado, vocês, seus pais e cada bruxo que acredita na pureza de sangue são verdadeiramente a escória desse mundo, eu os enojo e espero que vocês paguem por cada coisinha que fizerem, e eu farei questão de estar lá para ver - olho para meu reflexo em um vidro e percebo que meus olhos estão violeta, e minhas veias saltadas, eu não sou assim, não sou um monstro.

Antes que eles digam algo, simplesmente saio correndo e esbarrando nos alunos que estão no corredor, vou para o banheiro, trancando o mesmo e desabo em lágrimas por tudo, como eles puderam fazer isso? São pessoas inocentes eu me sinto tão culpada, por ter deixado isso acontecer.

Choro por mim, choro por Tom, choro pelos meus ex amigos, choro pelos petrificados. Fico assim até que percebo que está escurecendo e provavelmente é hora do jantar, me levanto cambaleando e lavo meu rosto rápida.

Estou um caco, meus olhos inchados, meus cabelos revoltos, meu rosto vermelho e minhas vestes bagunçadas. Parece que um trasgo passou por cima de mim.

Vou em direção ao salão principal e me sento na ponta da mesa da Sonserina, e sem olhar as pessoas ao meu redor, me perco em pensamentos.

Decido que vou falar com meu irmão essa noite após sua ronda, vou o esperar perto do seu quarto de monitor.

Como silenciosamente, sem me importar com os olhares que queimam minha pele como braza.
Me levanto e vou para o meu salão comunal, entrando em seguida no dormitório feminino. Tomo um banho relaxante que me ajuda a pensar.

Minha magia está instável, sinto isso, ela estava fraca sem Tom, mas hoje após meu acesso de raiva, senti ela fluir por minhas veias, mas não de uma forma boa e leve como sempre a senti. Minha magia estava me devorando, assumindo meu ser como um lado que estava oculto dentro de mim mesma.

Termino meu banho e coloco uma roupa confortável para que eu possa falar com Tom, e pela primeira vez em cinco meses, desço para me sentar no salão comunal.

Me sento no chão em frente a lareira e me permito sentir o calor constante que ela me proporciona.

Escuto burburinhos atrás de mim e me viro para ver quem são. Tom Riddle, e seu grupinho seleto de vadios, me olhavam intensamente.
Dou de ombros e volto a me concentrar na lareira.

Sinto passos em volta do meu corpo e sei que ele estão sentados nos sofás perto de mim, mas nem sequer cogito me mexer para os olhar. Apenas ignoro a presença deles, não os quero mais perto de mim, não me sinto forte para sequer conversar. Abraço minhas pernas e me encolho.

A Paixão ProibidaWhere stories live. Discover now