Asco

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Enterramos os ossos do nossos familiares dentro da Floresta Proibida, em plena lua cheia, confesso que no começo a idéia ainda me assombrava, mas algo em mim estava mudando, lentamente, como se algo começasse a me habitar, algo começasse a adentrar meu ser sorrateiramente, era estranhamente bom tal sensação, eu tinha pequenos deslizes de maldade, eu me sinto atormentada por estar mudando para algo assim...eu não era assim.

Estamos voltando para o quarto de Tom de mãos dadas e um sorriso confidente no rosto, mas estou ficando preocupada...Tom me amava por eu ser dócil, amorosa e sem maldades... mas agora, não sei se ele vai continuar a me amar com esse meu novo jeito de ser, ele pode me achar uma meretriz, e eu não quero isso.

Andamos com cuidado pelos corredores, pois mesmo os professores pegando leve nessa época do ano, ainda sim era perigoso para nós ser-mos descobertos em nossa aventura noturna.

Adentramos seu quarto e automaticamente como a rotina que criamos aos poucos sem nem sequer cogitar, tiramos nossas roupas e vamos para o banho.

Foi um banho maravilhoso como todos que tomamos juntos, ele me tratando como uma princesa e eu o tratando como o meu rei.

Saímos juntos do mesmo colocando nossos respectivos pijamas, no meu caso o grande moletom verde da Sonserina de Tom, e ele sua calça preta de flanela.

Deitamos na cama nos cobrindo com suas cobertas, me deito em seu peito quente, o meu lugar preferido e Tom lê para nós o romance trouxa que comprei para eu ler, O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë.

Ele no começo detestou eu ter comprado o livro, mas depois que começou a ler para mim de noite, Tom se deixou se interessar pela história.

- Amor? - ele me chama após parar brevemente sua leitura.

- Sim, meu amor - o respondo tranquila ao desenhar pequenos círculos em seu peito.

- Eu seria como Heathcliff sem você em minha vida...a espera da morte me consumir para me juntar a você novamente - sinto meu coração errar uma batida ao ouvir uma declaração tão profunda como essa. Tom, ele era tão...intenso em tudo que me fazia e me dizia, tudo dele sempre me surpreende.

- T-Tom nós vamos ficar juntos para sempre, meu amor... não sei como, mas ficaremos - respondo me levantando para ficar em sua frente e segurar seu rosto com carinho.

- Você...faria isso? Faria qualquer coisa para ficar-mos juntos eternamente? - me questiona baixinho olhando no fundo dos meus olhos.

- Eu...faria, Tom, faria qualquer coisa para ficar-mos juntos eternamente - respondo sorrindo para ele que sela nossos lábios com amor.

- Eu sei de algo que pode nos deixar juntos por toda a eternidade - ele começa a dizer - mas tem de fazer um sacrifício em troca - me abraça forte.

- Que tipo de sacrifício, Tom? - pergunto interessada no assunto.

- Você teria que matar alguém - solta me encarando com um possível medo da minha reação.

Fico minutos pensando nos prós e contras da situação, esse tipo de feitiço é das trevas eu não sabia se seria bom corromper minha alma dessa forma, mas por outro lado tem eu e Tom juntos por toda a nossa eternidade.

- Não pode ser alguém de Hogwarts - foi tudo o que falei no momento.

- Você...você está falando sério? - ele me senta em seu colo me encarando seriamente.

- Sim, muito sério - me remexo em seu colo, arrancando um suspiro profundo de seus lábios tentadores.

- Temos a nossa família materna ainda... - o encaro nervosa e triste, eu não tinha certeza se eles mereciam tal fim...mas que se dane, eu amo esse homem e a coisinha em mim diz que é o certo a se fazer- só se quiser meu amor - acaricia meu rosto.

- Vamos fazer - é o que falo convicta antes de sua boca colar na minha em um beijo guloso.

[...]

Dois dias se passaram e hoje era o dia em que os alunos voltavam para Hogwarts e Tom queria nos assumir agora, eu estou tão nervosa, não sei se é uma boa idéia...

- Tom, tem certeza que quer nos assumir, hoje? Vão nos encarar muito e podem até nos xingar... eu estou com medo - falo ao segurar sua mão fortemente o impedindo de ir para fora de seu quarto.

- Meu amor, nós temos que fazer isso, eu vou estar ao seu lado o tempo todo...eu te amo - sela nossos lábios brevemente.

- eu te amo mais Tom - me deixo ser levada por ele ao sairmos do seu salão comunal.

Andamos em direção ao salão principal onde os alunos já estavam em seus lugares, seguro mais firme a mão de Tom, e ao chegarmos na porta do salão principal, Tom me vira para ele rapidamente e me dá um beijo avassalador, minhas mãos vão para os seus cabelos assim como as suas vão para minha cintura e minha nuca.

Gritos surpresos e muitos burburinhos são escutados mas nos desgrudamos quando o nosso ar se faz falta, notando o silêncio terrível que se estabeleceu no local.

Me viro para eles e percebos todos nos olharem chocados demais para dizer qualquer coisa, assim como os professores que nos olham aterrorizados com a cena.

Menos Dumbledore que nos encara aparentemente enojado como se a cena o causasse asco... eu sabia que ele era um tanto "maluco" com Tom, sempre o encarando e o vigiando.

Tom me leva para a mesa sonserina como se nada estivesse acontecendo e nos senta com os outros que já não nos encarava como os outros por já saberem do fato.

- É...iniciemos nosso delicioso banquete - Dippet fala ao se sentar em sua cadeira e surgir em nossa frente a comida.

Comemos em silêncio e Tom sempre que podia segurava minha mão como uma forma de passar segurança.

O jantar estava muito bom como sempre foi, os olhares em nós eram muitos assim como os comentários, mas se eu estava com Tom, no momento não me importava com nada.

Saímos do salão trocando carícias inocentes e sorrisos apaixonados indo em direção ao salão comunal da Sonserina, mas somos impedidos por Dumbledore, Dippet e Slughorn que nos encaravam completamente desgostosos, mais Dumbledore no caso.

- Podemos conversar, senhor e senhorita Riddle? - Dippet questiona ao chegar-mos perto deles.

A Paixão ProibidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora