7- Dancing with a stranger- Alexia

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Naquele momento, eu já estava rolando de rir com a ideia toda, mesmo sabendo que era, possivelmente, o plano mais absurdo e hilário que já tivemos. "Esse é literalmente o pior tema para uma festa que eu já ouvi na vida. Basicamente, é só uma desculpa pra gente ficar bêbado e acabar fazendo besteira na casa do Harry," eu disse, não conseguindo conter minha ironia."Mas é exatamente isso que ele quer," Alec respondeu, rindo enquanto contemplava sua fantasia de maneira exagerada, "inaugurar a coluna de fofocas em grande estilo."


"Vou pegar umas algemas e me prender a alguém que eu quero ficar. Só pra garantir," brinquei, entrando na vibe da loucura.


"A assistente da mamãe não vai estar lá, tá tão óbvio assim?" Alec retrucou, e eu só pude revirar os olhos. A nossa entrada triunfal na seção de roupas da Pretty só fez aumentar o absurdo da situação.


"VOCÊ SABE QUE NINGUÉM VAI DAR ITENS DE SEX SHOP PARA A GENTE, NÉ?" gritei, tentando trazer Alec de volta à realidade.


"Se você falar mais baixo, talvez dê sim," ele disse, com um sorriso maroto, se dirigindo para uma área separada por uma porta de vidro fumê.


O diálogo com o atendente foi uma obra de arte da manipulação. Alec, com uma cara de pau inacreditável, conseguiu convencer o coitado de que nossa mãe iria declarar guerra se não nos deixassem levar o que queríamos da revista. Eu quase não consegui me segurar de rir com a facilidade com que Alec fez o atendente entregar as chaves do closet da revista.


"Você é assustador! Como aquele cara acreditou em você?" perguntei, ainda incrédula com a situação.


"Alec, são sete da noite em Paris," eu disse, tentando apontar a falha no seu plano, mas ele apenas deu de ombros, despreocupado.


"Ele não vai se dar ao trabalho de pesquisar isso, Alexia, relaxa," Alec disse, já distraído com as novidades do setor de sexy shop. "Olha só, calcinhas comestíveis."


"Como você sabe disso?" perguntei, surpresa.


"Não que eu já tenha usado, mas eu vi na revista no mês passado," ele disse, meio sem jeito, admitindo ler revistas femininas por causa de uma coluna da Vanessa.


Eu não pude evitar rir da situação. "Vou levar esse chicote," declarei, entrando na brincadeira."Eca!" Alec me olhou com uma expressão de nojo.


"Pelo menos eu não vou sair por aí dando calcinhas comestíveis para ninguém!" eu retruquei, achando graça da cara de Alec. A aventura toda na loja foi definitivamente um daqueles momentos que só a nossa insanidade juvenil poderia transformar em realidade.


Depois de uma verdadeira caça ao tesouro na loja, finalmente voltamos para casa. O tempo voou enquanto eu tentava encontrar o equilíbrio perfeito entre deslumbrante e aterrorizante para a festa do Harry. Desci para a cozinha, precisando de um lanche rápido, e optei por um pacote de bolachas, sentando casualmente sobre a bancada.


"Alex?" A voz era de Chad, que parecia ter entrado sem problemas. "Achei que vocês estivessem aqui ainda."


"Alec deve estar descendo. Quer?" ofereci, enquanto ele se acomodava na minha frente.


"Isso fica bom com pasta de amendoim!" ele sugeriu, claramente entusiasmado com a combinação.


"Você é um caso à parte!" eu respondi, não conseguindo conter minha expressão de desgosto."Você come bolacha de doce com cream cheese, garota," ele rebateu, rindo enquanto se deliciava com sua escolha peculiar.


O fato de ele lembrar desses pequenos detalhes sobre mim, coisas que até eu tinha esquecido, era estranhamente tocante. Conversamos um pouco mais, trocando leves provocações e risadas, até que Alec apareceu, pronto para partir para a festa.


Alec, em sua fantasia de Adão, só podia ser descrito como uma visão que desafiava qualquer expectativa. Eu tinha certeza de que a festa do Harry seria memorável, mas nada poderia me preparar para o espetáculo que nos esperava.


Chegando lá, o cenário era de pura extravagância. Me senti entrando em uma versão adolescente e descontrolada de uma festa digna de Gossip Girl, onde cada detalhe parecia cuidadosamente planejado para provocar e encantar.


Harry, sempre o anfitrião perfeito em seu próprio estilo peculiar, me recebeu com um shot de vodka, brincando sobre a natureza escandalosa da festa. A ideia de que ele estava usando a festa como uma oportunidade para alimentar sua coluna de fofocas não me surpreendia, mas adicionava um elemento de diversão ao caos organizado.


Ao som de "Balanciaga", me deixei levar pela música e pela atmosfera elétrica da festa. A energia era contagiante, e por um momento, todos os dramas e complicações pareciam desaparecer, deixando apenas a pura essência da juventude e da liberdade.


Dançamos sem parar, vivendo cada batida como se fosse a última, até que a realidade do cansaço e dos pés doloridos me lembrou dos meus limites. Recuei para a área da piscina, buscando um momento de tranquilidade, enquanto observava o bartender em ação, encantada com a habilidade com que ele manipulava as garrafas ao som de "Sweet but Psycho".Era uma daquelas noites que, apesar de todos os excessos e a loucura inerente, eu sabia que iria recordar com um sorriso no rosto. A liberdade, a música, a dança, e sim, até mesmo as pequenas interações com Chad e a presença constante de Alec, tudo contribuía para uma experiência inesquecível. Era a juventude em sua forma mais pura e desinibida, um lembrete de que, às vezes, é preciso mergulhar de cabeça nos momentos de alegria que a vida oferece.

This Is How We Do ItWhere stories live. Discover now