13- Good Night Gothan- Alexia

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"Então, você é do colégio da Melissa?" Josh perguntou quebrando o iceberg que estava entre nós e eu apenas assenti com a cabeça afirmando. "É um bom colégio..." Eu concordei, ainda tentando manter a calma e entender a situação. "Zac me falou que você odeia ela porque ficou com o seu namorado, isso é a cara da Mel mesmo" sua risada me fez dar um leve sorriso.


"Então Zac falou de mim pra você" em retribuição ele sorriu sarcástico.  


" Falou que vocês dançaram em um orgia ou coisa assim, só o básico mesmo"


" Ele é sempre exagerado?"


" Está mais pra dramático" ele deu uma risada, " mas ele é um bom menino". 


"Só?" Eu não pude deixar de perguntar, minha curiosidade sobre o que mais Zac poderia ter dito me consumindo. A menção de que eu parecia curiosa sobre Zac fez minhas bochechas corarem, uma reação involuntária que não passei despercebida.



A revelação de que Zac havia mencionado nossa dança na festa me fez rir, um riso nervoso e incrédulo. "Então ele falou de mim?" perguntei, incapaz de esconder minha curiosidade. A ideia de Zac compartilhando detalhes sobre nós – mesmo que fosse apenas uma dança – com alguém fora do nosso círculo imediato era tanto surpreendente quanto lisonjeira.


"E agora te conhecendo, eu vi que você gosta mesmo de se meter em roubada!" ele comentou, antes de dar um beijo no rosto de uma mulher sentada na cozinha. "Tia Pepita, ela é amiga do Zac!"


Ser introduzida como amiga do Zac e receber cuidados naquela casa estranha trouxe um misto de alívio e perplexidade. A situação toda parecia surreal – de estar fugindo de um assalto a ser acolhida por conhecidos de Zac em um bairro desconhecido. Enquanto o segurança estava por ai procurando minhas coisas eu não pude deixar de me perguntar sobre os muitos lados de Zac que eu ainda não conhecia e sobre o que o futuro reservava para nós. Josh fez um gesto me mandando o seguir até outro cômodo da casa.


A cozinha se tornou o palco de um encontro inesperado e revelador. Tia Pepita, com sua presença calorosa mas direta, repreendeu Zac por sua incapacidade de preparar um simples lanche, enquanto ele tentava persuadi-la com o charme de que seu lanche era insubstituível, especialmente na presença de uma "visita" – eu.



A chegada de Zac trouxe uma nova camada de complexidade à situação. Sua explicação de que não tinha me trazido, mas sim me encontrado na porta do prédio após um assalto, foi tanto um choque quanto um alívio. O fato de ele mencionar o término com Jason em meio a essa confusão apenas adicionou mais perguntas à minha mente já tumultuada.



Josh, por sua vez, trouxe leveza e humor à conversa com sua falta de arrependimento por ter mexido no programa de Zac, apesar das consequências sérias que isso poderia ter tido para o trabalho de Zac. A troca de farpas entre os dois, embora tensa, também continha um elemento de camaradagem difícil de ignorar.


A chegada de Jason foi o momento que trouxe a realidade de volta com força total. Sua preocupação com minha segurança e o potencial desastre que minha presença ali poderia causar se minha mãe descobrisse, pesava no ar.



"O que você estava pensando, andando por aqui sozinha?" Jason me repreendeu com uma severidade que deixava transparecer sua preocupação. "Vou manter isso em segredo desta vez, mas se eu descobrir que você pisou aqui de novo, eu vou te delatar, Alexia."


Eu assenti rapidamente, minha voz quase um sussurro: "Prometo que isso não vai mais acontecer."


A severidade em sua voz não deixava dúvidas sobre a gravidade da situação, apesar de seu gesto carinhoso de passar a mão pela minha cabeça indicar que, acima de tudo, ele estava aliviado por eu estar segura.


"Para com isso," interrompeu Tia Pepita, sua voz trazendo um contraponto à tensão. "Ela está tremendo igual vara verde. Venha aqui, querida." Ela me estendeu um comprimido e empurrou um copo de água pela bancada. "Isso vai ajudar você a se acalmar."


Sem dar-me tempo para pensar ou hesitar, aceitei o remédio, engolindo-o com um gole d'água. Naquele momento, qualquer coisa que pudesse aliviar o torvelinho de emoções dentro de mim era bem-vinda. Eu precisava desesperadamente dessa pausa, um momento para respirar e acalmar o coração acelerado, enquanto tentava processar tudo o que havia acontecido e o que ainda estava por vir. Depois de me despedir de todos Zac e eu fomos para o uber que tinha chegado.


No Uber, a caminho de casa com Zac, o peso dos eventos da noite finalmente me venceu, e eu adormeci, deixando para trás a confusão, o medo e a adrenalina para mergulhar em um sono profundo e necessário. A noite tinha sido uma jornada inesperada de perigos, descobertas e, de certa forma, de conexão, revelando camadas das pessoas ao meu redor – e de mim mesma – que eu mal sabia que existiam.

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