27- Nothing Breaks Like a Heart - Zac

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"O que diabos está acontecendo aqui?" grunhi, arrastando-me para uma posição sentada, cada parte do meu corpo se sentindo como se tivesse sido emprestada de um manequim - e um bastante maltratado, por sinal.


"O senhor acordou?" ela exclamou, com um tom que misturava surpresa com um pânico digno de uma cena de filme de terror ruim. "Vou chamar o médico..." E lá se foi ela, correndo como se eu fosse uma bomba prestes a explodir. Honestamente, eu não sabia se me sentia mais insultado ou divertido.


Quando o médico finalmente chegou, eu já estava sentado, ainda que envolto em uma confusão mental que rivalizava com a de um turista perdido sem Google Maps. Ele checou meus sinais vitais com uma eficiência que teria sido impressionante, não fosse pelo fato de que eu me sentia como se estivesse sendo inspecionado por um mecânico pouco entusiasmado.

"O senhor se lembra do que aconteceu?" ele perguntou, como se esperasse que eu simplesmente sacudisse a cabeça e todos os meus neurônios voltassem magicamente ao lugar.


"Não tenho certeza, está tudo uma neblina... A não ser que participar de um tiroteio fosse parte da minha agenda de segunda-feira," respondi, tentando encontrar alguma lógica na situação.


"O senhor levou um tiro no ombro. Vou te deixar em avaliação por uma semana por conta do acidente. O senhor teve muita sorte, senhor Hastings!" ele anunciou, com um otimismo que eu achei quase ofensivo.


"Oh, maravilhoso. Tomar um tiro agora é sinal de sorte. Vou me lembrar de jogar na loteria assim que sair daqui, então," eu murmurei, minha voz pingando com um sarcasmo tão espesso que você poderia cortá-lo com uma faca. A definição de sorte do doutor era, no mínimo, questionável.


E lá se foi ele, deixando-me para trás, possivelmente para espalhar sua alegria e 'sorte' por outros quartos. Enquanto isso, eu fiquei ali, ponderando se meu novo padrão de sorte significaria que eu deveria começar a me preocupar sempre que um gato preto cruzasse meu caminho ou se apenas deveria evitar armas de fogo como um todo.


Alívio inundou meu ser quando Alexia e Josh entraram na sala, como se fossem os cavaleiros do apocalipse, mas em vez de trazer o fim dos tempos, trouxessem um vislumbre de normalidade ao meu dia caótico. Alexia, com sua mera presença, fez meu coração disparar — uma façanha notável, considerando que estava mais dopado que um festival de música nos anos 70. Claro, o monitor cardíaco decidiu ser um fofoqueiro eletrônico e delatar cada palpitação.


Depois de pedir a Alexia que saísse, com toda a dramaturgia de um protagonista de novela mexicana, minha atenção se voltou para Josh. "Sabe, eu começo a pensar que a Angeline tem um dedinho nessa confusão toda," disse, passando a mão pelo rosto, como se isso fosse magicamente aliviar a dor e a confusão."Como assim?" Josh estava claramente navegando sem GPS nessa conversa.


"Oh, ela me fez a generosa oferta de uma viagem à Europa. Claro, porque meu maior sonho é ser arrastado para o outro lado do mundo por alguém que acha que 'proteger' é sinônimo de 'abandonar no primeiro sinal de problemas'." O sarcasmo pingava das minhas palavras como veneno. "Depois me vem com um papo de mafiosa de filme B, dizendo que não poderia mais me proteger. De quê? Da invasão dos marcianos?"


"Isso é estranho, mas..." Josh parecia estar mais perdido que eu em pensamentos.


This Is How We Do ItWhere stories live. Discover now