24- Supermassive Black Hole- Alexia

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Os dias se passaram e Zac simplesmente decidiu me ignorar. Somando todas as minhas emoções ao fato dele nem me contar que estava com visitas em casa e seu desaparecimento me surgiu um sentimento de raiva genuína. Quando saí pela porta, notei que a moto dele estava estacionada na frente da casa do pai. Ao passar pela casa e vê-lo saindo, continuei meu caminho, acelerando o skate e ignorando-o totalmente, mantendo a postura que tinha adotado nos dias anteriores. Para minha surpresa, ele começou a me seguir, correndo para me alcançar. 


"Nem te vi!" Respondi, sem conseguir olhar para ele, fazendo meu melhor para ignorar sua presença ali. Sua insistência me indignou. "Você ainda pergunta?" pensei comigo mesma.


"Eu pensei que eu poderia considerar entrar para o FBI. Estou começando a pensar que você se tornou um agente secreto, especializado na arte de evitar contato. Se for o caso, me avisa, que eu paro de tentar te localizar e começo a enviar sinais de fumaça," ele disse, tentando injetar um pouco de humor na situação, uma risada escapando de seus lábios.


"Veio aqui só pra fazer graça?" Disse, incapaz de esconder o tédio em minha voz, observando enquanto ele fazia um esforço para me alcançar em um mini cooper.


Ele agiu rapidamente, agarrando minha mão e interrompendo meu movimento abruptamente. Meu corpo foi puxado para trás enquanto o skate seguia seu caminho sem mim, e eu acabei caindo nos braços dele. O outro braço segurava uma sacola preta, adornada com um laço rosa, um contraste intrigante com a situação tensa.


Olhar para seu rosto tão de perto fez minha barriga se revirar de ansiedade. Por um momento, todo o ruído ao nosso redor pareceu desaparecer, e estávamos encapsulados em uma bolha de realidade paralela onde só existíamos nós dois e aquele silêncio carregado.


A proximidade involuntária, o contato físico após dias tentando manter distância, trouxe uma onda de sentimentos conflitantes. A tensão que eu tinha tentado tão desesperadamente ignorar agora estava palpável, vibrando no ar entre nós. Sua expressão era difícil de ler, uma mistura de preocupação, talvez arrependimento, e algo mais que eu não conseguia decifrar.


Enquanto eu tentava recuperar o fôlego e a compostura, percebi que, apesar de todos os esforços para me afastar e me proteger, havia algo inegavelmente cativante naquele gesto inesperado. A ansiedade que sentia era uma mistura de medo e curiosidade, uma batalha interna entre querer empurrá-lo para longe e a vontade de entender o que havia motivado sua ação.


"Por favor, podemos conversar de verdade?" ele pediu, ofegante, seus olhos cravados nos meus com uma intensidade que me fez hesitar.

"Estou... estou atrasada para a escola," consegui murmurar, lutando para manter minha voz firme.

"Posso te levar. Não seria incômodo," ele insistiu, me ajudando a ficar de pé, mas sem soltar minha cintura. "Preciso saber... o que eu fiz de errado?"


Seu olhar era intenso, penetrante, misturando raiva e desejo de uma forma que me deixava sem fôlego. Era quase como se ele tentasse decifrar meus pensamentos, buscar alguma resposta nos meus olhos. E, apesar do turbilhão de emoções que eu sentia, meu olhar encontrava o dele sem desviar, refletindo uma tempestade igualmente complexa.

A tensão entre nós foi interrompida abruptamente pela sonora buzina do carro da minha mãe, que estacionou bem ao nosso lado. Ela abaixou o óculos escuros com um movimento teatral, cheio de sarcasmo.

This Is How We Do ItWhere stories live. Discover now