20- I don't like your boyfriend, I think you need a new one- Zac

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Quando senti um movimento na outra extremidade da cama, um nó se formou em meu estômago. Era como se uma âncora de desconforto tivesse sido lançada, arrastando-me para uma realidade que eu preferia evitar. Não era que eu estava arrependido, mas a simples presença dela naquele momento parecia sufocante. Eu queria solidão, um momento para acalmar as tempestades internas que rugiam dentro de mim.


Quando ela finalmente despertou, apressei-me em inventar uma desculpa qualquer para mandá-la de volta para casa. Era egoísta da minha parte, eu sei, mas naquele momento eu precisava desesperadamente de espaço para respirar, para reorganizar meus pensamentos em um silêncio reconfortante que só a solidão poderia oferecer.


Após me desvencilhar da situação, tomei um banho demorado, tentando afogar nas gotas d'água todas as sensações conflitantes que me assombravam. Quando finalmente entrei no quarto principal, o perfume dela ainda permeava o ar, como uma carícia suave que me envolvia. 


Por mais que eu tentasse resistir, aquele aroma me trazia uma estranha sensação de conforto, uma lembrança fugaz de um momento de proximidade que, por um instante, me fez sentir menos sozinho.


Desde o sermão iluminado de Josh, uma transformação me atingiu - como se alguém tivesse finalmente desligado um filme ruim que eu estava obrigado a assistir. Um muro se ergueu, blindando-me contra a fantasia patética de Angie voltando. Era um progresso? Talvez. Mas, ah, a ironia: agora percebo que posso estar usando Alexia como um bote salva-vidas nesse oceano de drama que chamo de vida. Alexia tinha sido enfática sobre não querer me fazer apenas um substituto temporário, uma ideia que, claro, só veio dançar na minha cabeça agora. Nas raras ocasiões em que alguém dividia o mesmo ar que eu, minha mente, traiçoeira, desviava para 

Alexia. Imaginava seus lábios nos meus, como se de alguma forma isso fosse menos clichê. Sob a capa da noite, desespero tomou conta e mandei uma mensagem para ela, sabendo bem que estava atirando no escuro. E, claro, o eco do meu ato desesperado foi um silêncio retumbante.


Josh jogou no ar a questão do meu vício em fumar como quem não quer nada, e isso me deixou obcecado. Será que Alexia se afastaria por causa da minha aura de cinzeiro ambulante? Ah, os pensamentos de um homem desesperado.


A situação com Alexia, que começou como um "castigo", se revelou estranhamente revigorante. Conversar com ela me fez sentir, paradoxalmente, mais humano. No entanto, faltou-me a audácia para convidá-la para sair. Que espécie de anti-herói eu me tornei? Meditando sobre minha própria covardia, questiono-me, enquanto a madrugada se estende, um vasto teatro para minhas inseguranças.

...


E lá estavam eles, de volta ao jogo. E eu? Me sentindo um completo idiota por isso. Ela tinha conseguido, com maestria, esmagar meu ego, transformando-o em pó. E quem eu tenho a 'agradecer' por essa bagunça? O maldito Josh. O mesmo que me fez revirar cada pensamento em torno dela, agora me abandonava nesta espelunca de bar, afogando minhas mágoas em álcool barato enquanto ele desfrutava de um encontro às escondidas. Que amigo, hein?

A ironia da situação era quase poética. Lá estava eu, tentando esquecer alguém que claramente já tinha me esquecido, e meu 'apoio', meu 'parceiro no crime', resolve fazer das suas, deixando-me à deriva em um mar de whiskey e autopiedade. "Grande ajuda você é, Josh", murmurava para mim mesmo, entre um gole e outro, sentindo o amargo da bebida se misturar ao amargo da situação.

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