11- All I want- Alexia

9 5 0
                                    


"Você e o irmão da Melissa?" Chad indagou, sua voz tão próxima que eu podia sentir sua respiração contra minha pele.


"Eu só estava ajudando ele a achar a irmã dele," disse, tentando soar casual.


"Se fosse há algum tempo atrás, você já estaria nos meus braços," ele retrucou, com um tom que flertava entre o brincalhão e o sério.


"Essa cantada não vai colar," repliquei, embora o efeito do álcool já estivesse tornando minhas palavras menos firmes e meu corpo mais inclinado a ceder ao impulso de me aproximar ainda mais.


"Olha, me desculpa pelo que eu vou fazer, mas..." Ele mal havia terminado a frase quando seus lábios encontraram os meus. Por um momento fugaz, o mundo ao redor parecia desaparecer, até que uma sensação desconfortável e avassaladora tomou conta do meu estômago. Com um lampejo de lucidez, afastei Chad e, para meu horror, acabei vomitando em seus pés.


"Desculpa, desculpa," murmurei, enquanto tentava me recompor, a vergonha escorrendo por mim. 


E como dizem, a tequila, quando bem tomada, pode ser uma grande amnésia líquida. Foi exatamente o que aconteceu, pois os detalhes da noite se perderam em um borrão de memórias fragmentadas. Não me lembro de mais nada, a não ser do embaraço momentâneo e da sensação de ter ultrapassado um limite, tanto do álcool quanto da proximidade com Chad. 


Acordar no dia seguinte, com a cabeça latejando e a luz do sol tentando se infiltrar através das cortinas, foi como emergir de um sonho profundo e confuso. O braço de Chad ao meu redor era uma lembrança física da realidade da noite anterior, e seu sorriso ao acordar trouxe uma mistura de conforto e confusão.



Ficar ali, tentando juntar os pedaços da noite, foi um lembrete de que, apesar dos jogos de flerte e das danças sob as luzes pulsantes, havia momentos de conexão genuína que podiam surgir nos lugares mais inesperados. Chad, com sua aproximação inesperada e seu beijo surpreendente, tinha sido parte de um desses momentos – um lembrete de que, por trás das máscaras que todos usávamos, havia vulnerabilidades e desejos reais.


Enquanto me desvencilhava do abraço de Chad e tentava processar tudo o que tinha acontecido, não pude deixar de me perguntar sobre o que viria a seguir. A noite na festa do Harry tinha sido uma montanha-russa de emoções, e agora, no silêncio do amanhecer, eu estava tentando encontrar meu equilíbrio novamente, ponderando sobre as escolhas feitas e as consequências que ainda estavam por vir.


Acordar com Chad ao meu lado foi uma surpresa, especialmente considerando como a noite tinha se desenrolado – entre a festa caótica, o beijo inesperado e, claro, o meu constrangedor episódio de vômito. Mas, de alguma forma, naquela manhã tranquila, tudo isso parecia distante, quase como se pertencesse a outra vida.


"Bom dia!" A simplicidade do seu sorriso e a pureza que ele transmitia eram desarmantes. Minha preocupação inicial sobre o que poderíamos ter feito foi rapidamente substituída por uma sensação de alívio ao ouvir que nada mais havia acontecido.


A confissão de Chad sobre ter ficado ao meu lado a noite toda, mesmo após o desastre, me tocou de uma maneira que eu não esperava. Havia algo reconfortante em saber que, apesar de tudo, ele optou por cuidar de mim, por estar ali quando eu precisava.

This Is How We Do ItOnde as histórias ganham vida. Descobre agora