This Is How We Do It

18-Sucker for you- Zac

Ao voltar da casa dela, fui presenteado com a visão de um conversível, cenário perfeito para um filme de adolescentes rebeldes, exceto pelo fato de que era Melissa sendo devolvida à civilização. Duas figuras femininas no controle, talvez espiãs ou apenas rainhas do baile em fuga. A vontade de interrogá-las era palpável, mas a última coisa que eu queria era ser pego no ato, parecendo um vencedor de um concurso de olheiras graças ao Chad. 

"Nada como um pouco de drama para temperar a noite", pensei, seguindo adiante, dignidade intacta.

Em casa, fui recebido pela notória escapista, Provolone. Sua habilidade em desaparecer do apartamento trancado rivalizava com os grandes mágicos da história. "E aí, Provolone, praticando para o seu próximo número de fuga?" brinquei, enquanto a recolhia em meus braços. "Talvez devesse te chamar de Houdini, considerando sua habilidade de desafiar as leis da física."

Afundei na cama, deixando-me envolver pelo perfume que não pertencia a Angie, mas que inexplicavelmente me agradava. Provolone, sentando-se majestosamente diante de mim, miou ao detectar o aroma. "Interessante, não é?" comentei, sorrindo enquanto a acariciava. "Aparentemente, tenho um nariz apurado para perfumes desconhecidos. Angie estaria orgulhosa... ou horrorizada."

Refletindo sobre meu estado lamentável, não pude evitar um riso amargo. Angie se tornara o núcleo do meu universo, e eu, um satélite em desordem sem ela. "Fantástico, agora sou um astrônomo emocional sem licença. Angie saiu, e eu fiquei aqui, procurando por uma nova estrela para orbitar. Talvez deva adicionar 'masoquismo sentimental' ao meu currículo."

Alexia tinha esse jeito atencioso que transformava até o mais trivial dos 'bom dia' em algo especial. E não vamos falar dos vídeos engraçados que ela me enviava - que, entre nós, nem sempre acertavam na comédia, mas a intenção valia ouro. Era como se, por um breve momento, eu fosse o centro do universo dela, ou pelo menos da lista de contatos.

A semana se desenrolou numa troca frenética de mensagens e vídeos, uma espécie de pingue-pongue digital onde eu me via vasculhando o Instagram em busca de conteúdo que arrancasse dela aquela risada que eu começava a gostar mais do que deveria. Claro, isso quando o tempo me permitia - não é como se eu tivesse transformado isso numa missão de vida. "Agora, além de astrônomo emocional, sou curador de vídeos para impressionar", pensei, ironizando minha própria dedicação a esse novo hobby inesperado.

...

"Eu preciso arrumar outro emprego", soltei assim que sai pela porta da cozinha, jogando-me no sofá com um suspiro de alívio.

"O salário não é bom o suficiente?", Josh perguntou, sua voz carregada de curiosidade.

"É ótimo. Mas não consigo encontrar um momento de paz. Estou exausto...", respondi, sentindo meu corpo relaxar finalmente.

"Aqui está cheirando a produtos de limpeza", ele observou, apagando seu cigarro no cinzeiro.

"Contratei uma empregada", expliquei, sentindo um leve desconforto ao admitir isso.

"Do nada?", Josh arqueou uma sobrancelha, claramente surpreso.