9- Escapism - Alexia

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Envolvida na minha própria bolha de diversão, a última pessoa que esperava encontrar naquela festa era Zac. Mas a vida adora uma surpresa, e lá estava ele, aparecendo como um fantasma do passado – ou talvez um lembrete de que o mundo é realmente pequeno.


"Nunca pensei que te encontraria vestida de roupa de couro, baby Al," Zac disse, sua voz imediatamente reconhecível mesmo no meio do caos.


"Zac," eu respondi, um pouco pega de surpresa, tentando manter a compostura apesar do meu coração estar fazendo acrobacias.


"O próprio," ele riu, claramente se divertindo com a situação. "Você parece tão quietinha, não sabia que frequentava orgias."


"Todo dia te surpreendo, não é mesmo? O que faz aqui? Harry te convidou?" perguntei, tentando desviar do assunto, mas a curiosidade era mais forte.


"Não, eu adoro invadir rituais de bacanal adolescente mesmo...Na verdade, estou procurando a Melissa. Ela postou que estava aqui, Harry anunciou para todo o Instagram onde seria a localização," ele explicou, a proximidade dele me fazendo lembrar de todas as vezes que tentamos manter uma distância segura um do outro.


"Não sei como não tem nenhum sequestrador aqui! Jovens com pais riquíssimos bêbados é um perfeito point," comentei, meio que brincando, meio que séria.


"Eu mesmo estou querendo uma grana extra. Boa ideia," ele brincou, afastando-se um pouco.


"Achou ela?" perguntei, aproximando-me para que ele pudesse me ouvir melhor.


"Não, e isso me deixa mais preocupado ainda," ele disse, claramente distraído e preocupado, coçando a cabeça enquanto seu olhar varria a festa.


"Bebe uma dose comigo, e eu te ajudo a procurar ela!" ofereci, fazendo sinal para o garçom trazer duas doses de tequila. A música ao fundo parecia incentivar a loucura da noite, e por um momento, esqueci das complicações que Zac representava.


"Você pode beber isso?" ele perguntou, um pouco hesitante, mas antes que pudesse argumentar, eu já estava celebrando a música com o copo na mão.


"Adoro essa música!" exclamei, aproveitando o shot de tequila. "Vamos, conhecendo ela, deve estar lá dentro dançando," disse, puxando-o pelo braço assim que ele terminou o dele.


Era estranho, de certa forma, estar ali com Zac, unidos por uma preocupação comum. Mas, por outro lado, era a essência daquela noite – imprevisível, um pouco perigosa, mas definitivamente inesquecível. E enquanto nos aventurávamos festa adentro, eu não pude deixar de pensar que, apesar de todos os nossos altos e baixos, momentos como esse eram os que realmente ficariam marcados em minha memória.


"Swin" do Chase Atlantic criava uma atmosfera quase hipnótica, e entre as luzes piscantes e a música pulsante, eu me vi sendo levada por um turbilhão de emoções. Por um momento, esqueci completamente a nossa missão de encontrar Melissa, e me deixei levar pela música, puxando Zac para a pista de dança. Ele ria, um pouco envergonhado no começo, mas logo entrou no ritmo, dançando comigo de uma forma que diminuía a distância entre nós.


"Cadê o seu rebolado?" provoquei, aproximando meu rosto do dele enquanto continuava a dançar ao ritmo da música, sentindo cada batida reverberar pelo meu corpo.


"Minha única forma de mostrar meu rebolado é se estivéssemos sozinhos," ele respondeu, com um sorriso de lado e um olhar que me prendeu de tal maneira que só consegui respirar novamente quando ele desviou o olhar. "Lá está ela!" ele apontou de repente, quebrando o encanto.


"Eu disse que ia te ajudar a encontrar ela!" respondi, ainda um pouco ofegante pela proximidade e a intensidade do momento.


"Preciso ir, a gente se vê!" Zac me deu um beijo no rosto antes de ir ao encontro de Melissa, deixando-me ali, parada, observando-os de longe.


A discussão entre eles foi imediata, mas Zac parecia saber exatamente o que dizer, colocando a mão no ombro dela e sussurrando algo em seu ouvido que a fez parar de discutir. Eles saíram juntos, desaparecendo da minha vista.


Fiquei ali, sozinha na pista de dança, observando o espaço agora vazio onde eles estavam. Apesar da confusão de sentimentos, havia algo reconfortante em saber que, mesmo em meio à loucura dessa noite, eu tinha desempenhado meu papel em ajudar Zac a encontrar Melissa. Mas, ao mesmo tempo, a rapidez com que a noite tinha mudado me fez refletir sobre a complexidade das relações humanas, especialmente aquelas que, por algum motivo, parecem ficar suspensas no tempo, sempre à beira de algo mais.

This Is How We Do ItWhere stories live. Discover now