28- Lovely- Alexia

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O simples toque de Zac no meu braço desencadeou uma avalanche de emoções e pensamentos, como se toda uma novela se desenrolasse em minha mente. Em um impulso, acabei confessando que gostava dele. Obviamente, eu gosto de Zac, mas não tinha certeza se estava pronta para o que isso significava. A noite foi pesada, como se eu carregasse o peso do mundo nos ombros, mas em algum momento, consegui encontrar o descanso.


Ao despertar, ainda me sentindo um pouco melhor, o som da porta se fechando me alertou. Levantei-me lentamente e me arrastei para fora do quarto, encontrando Zac no banheiro. A visão de sua camisa manchada de sangue pela parte de trás me assustou profundamente.


"Zac," chamei, correndo em sua direção, alarmada. "Que sangue é esse?"


"É do curativo. Acho que não consegui fazer direito," ele explicou, tentando minimizar a situação. "Colocaram o ombro no lugar e... não sei como explicar sem te assustar," ele disse, esboçando um sorriso forçado.


"Tira a camisa!" exigi, sem paciência para brincadeiras.


"Tão rápido assim? Não vai nem me pagar um café antes?" ele tentou fazer uma piada, mas eu não estava no clima.


"Eu não estou brincando, Zac. Tira essa camisa e me mostra suas costas agora!" insisti, a urgência clara em minha voz.


"Tá tudo bem, Alexia. Já passou. Vou trocar o curativo," ele disse finalmente, removendo a camisa.


"Por que você não me falou?" perguntei, frustrada por ele tentar esconder algo tão sério.


"Porque não é nada demais..." ele tentou se justificar.


"Você levou um tiro e acha que não é nada demais?" repreendi, incrédula com sua tentativa de diminuir a gravidade da situação.


" Sabe, eu mantive segredo por causa do Jason. Ele entrou nessa de 'protetor da galáxia' e decidiu que ninguém mais deveria se meter. Parece que tem um turbilhão de coisa sinistra rolando, e ele quer te manter numa bolha, livre de preocupações," Zac explicou, tentando injetar uma dose de tranquilidade numa situação que era tudo, menos tranquila. A tensão era palpável, como uma onda de choque que atravessava o ambiente cada vez que ele falava. "- E pra piorar o enredo dessa novela, o Jason tem um tipo de arqui-inimigo. Sim, estilo filme de super-herói, só que menos glamouroso. Ele me ameaçou umas semanas atrás, e estou quase convencido de que a Angeline tá mais enrolada nessa história do que fios de fone de ouvido no bolso."


"Ainda estou tentando processar por que você achou que deveria guardar isso pra você," rebati, ainda chocada com tudo o que ele havia dito.


"Olha, eu já estou te contando demais e te puxando pra dentro de um furacão que não é da sua conta. Sério, tenta esquecer isso. Estou bem, larguei o emprego com o Jason, e de algum jeito, isso tudo vai se resolver. Então, esquece, tá bom?" Zac pediu, a sinceridade misturada com uma pitada de desespero para me manter fora do perigo.


Era difícil assimilar tudo aquilo. Por um lado, entendia a preocupação de Zac em querer me proteger, mantendo-me afastada dos problemas que pareciam persegui-lo como uma nuvem negra. Por outro, a ideia de ser deixada no escuro, especialmente sobre algo tão sério, me incomodava profundamente. A preocupação dele, embora bem-intencionada, me fazia sentir como se estivesse caminhando à margem de um abismo, vendada. Não saber contra o que me defender era, de certa forma, uma vulnerabilidade ainda maior.

This Is How We Do ItWhere stories live. Discover now