22- In another life, I would be your girl- Zac

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A manhã me surpreendeu com um despertar menos poético: o toque incessante do meu telefone. Era a clínica de DNA. Num movimento quase coreografado pela preguiça, vesti o que parecia ser uma combinação de roupas decididamente não planejada. A clínica, por um golpe de sorte ou pura preguiça urbana, ficava a uma curta caminhada de distância.


A recepcionista, com um olhar que sugeria uma novela de intrigas, me atendeu. "Aquela moça que estava com você... Ela é sua namorada?" perguntou, suas mãos pausando dramaticamente sobre o teclado.

"Não, ela é minha irmã mais nova," esclareci, tentando parecer desinteressado, mas por dentro, achando divertido o quão clichê aquela situação poderia se tornar.



"Isso é bom," ela disse, e seu olhar ganhou uma camada de intensidade que beirava o roteiro de um filme barato de sedução. Internamente, dei risada. Ah, como a vida adora me jogar nessas comédias românticas de quinta categoria.



A alegria momentânea foi interrompida por uma avalanche de mensagens de Jason. "Pode agilizar isso? Tenho que entregar para o meu chefe." Ah, claro, porque minha vida precisa mesmo de mais urgência e estresse.



"E se eu acelerasse o processo... Você me daria seu número?" ela sugeriu, com um sorriso que tentava ser sedutor, mas que a mim só parecia desesperado.



"Prefiro esperar. Obrigado," respondi, recuando para o território seguro de uma cadeira na sala de espera. Porque, claro, eu sou o mestre em rejeitar avanços quando estou claramente no auge do meu charme matinal.


Enquanto me afundava na cadeira, não pude deixar de me questionar. Rejeitar uma investida tão direta? Parabéns, campeão, você deve estar em uma nova fase de auto-sabotagem romântica. Vamos celebrar minha habilidade em transformar potenciais romances em um exercício de introspecção cínica. Talvez eu devesse receber um prêmio por isso, ou, quem sabe, apenas mais um dia de reflexão sobre minhas excelentes escolhas de vida.


E aqui estou eu, protagonizando a clássica trama do cara que se apaixona pela garota comprometida. Alexia, com seu namorado que tem tanto charme quanto uma porta, tornou-se, de alguma forma, o centro do meu universo emocional. E eu, na minha infinita sabedoria, decidi que rejeitar os avanços de outras mulheres era a maneira mais lógica de lidar com isso. Bravo, campeão. Alguém me dê um troféu por atingir novos patamares de idiotice romântica.

Não me conformo. De todas as pessoas no mundo, por que minha mente e coração decidiram que Alexia, a eternamente indisponível, seria minha musa inspiradora? Ela está namorando com outro cara, um verdadeiro mané por sinal, e aqui estou eu, fazendo malabarismos mentais para justificar meu celibato autoimposto. É sério que estou deixando passar oportunidades de conhecer alguém interessado em mim... por causa dela?


Isso é o que chamo de dedicação ao masoquismo emocional. Um talento nato para complicar o que poderia ser simples. É como se eu estivesse competindo nas Olimpíadas da Friends zone, buscando o ouro em "Como se apaixonar pelas pessoas erradas". E pelo visto, estou prestes a quebrar o recorde mundial.

Mas, oh, a ironia! Negando flertes e avanços com a destreza de um monge, tudo porque meu coração decidiu que Alexia, e somente Alexia, é a dona da chave para a minha felicidade. Com uma estratégia dessas, quem precisa de inimigos quando se tem um coração tão "experiente" em fazer escolhas amorosas?A nuvem de autodepreciação que pairava sobre mim se dissipou abruptamente com o olhar sobre o resultado do teste: NEGATIVO. Lá estava eu, carregando a notícia que jogaria Jason de volta à estaca zero. A decepção que ele e Josh sentiriam era quase palpável, e eu, ainda com a missão de buscar o contrato com a Fiona, apressei-me de volta, carregando uma sensação de derrota.

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