Como tudo começa

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- Eis que mais uma vez me curvo diante de ti, guardião do universo. – Rurubi havia se colocado de joelhos, curvando sua cabeça até que ela fosse de encontro ao chão. – Somente a ti e a tua clemencia me curvo, colocando-me mais uma vez a sua inteira disposição. Faz de mim o que tu quiseres, mas permita que meu filho não sofra os atentados dessa marca que carregamos a tantos anos em nossas vidas. – Esse era o final da oração que o rei vinha realizando nos últimos anos desde que tivera seu filho.

- Querido, não ore dessa forma, você já se sacrifica a muito tempo por todos. Nosso reino é repleto de prosperidade e paz, seu filho te ama de tal maneira, a querer se tornar igual a você algum dia, não desmereça o caminho de nosso filho dessa forma. – A voz de Medéia soava doce ao sair de seus lábios com tamanha leveza e calma.

- Um caminho amaldiçoado, marcado por tragédia. Não quero que ele se arrisque, quando o momento chegar, eu mesmo irei até aquele lugar. Tomarei o castelo de volta, ou morrerei tentando.

- Calma meu amor, ainda não sabemos quando isso irá acontecer, mas reconheço o perigo. Não se preocupe tanto, nosso filho é especial, desde que ele completou seus 15 anos que você vem se alterando desta forma. – Ela manteve a suavidade de sua voz, porém, encarou o rei com um olhar sério.

- Ele cresceu rápido demais, não parece um garoto qualquer. – Enquanto Rurubi pausou sua fala em um suspiro, a rainha aproveitou para continuar tecendo seus comentários.

- Realmente, cresceu rápido. O problema é que ele tem um pai maravilhoso, que é o guerreiro mais temido de todo território do mar morto. Ele olha para o pai dele com os olhos todos cintilantes, tendo a figura paterna como seu maior herói. Já parou para pensar isso, tem noção do quanto ele quer ser como você?

- Eu sei sim, por isso adiei tanto seu treinamento, queria que ele aproveitasse ao máximo sua vida simples sem obrigações. Parece que não adiantou muito, aquele trio sempre se mete em confusão. Fico tranquilo por Horus estar se tornando um dos melhores soldados do nosso reino, sei que ele protegeria Erick com sua vida.

- Estamos falando do mesmo Horus? Aquele que vira e mexe faz Erick chegar aqui no castelo sangrando porque brigaram?

- Ele mesmo, ele está fazendo nosso filho forte. Sei que não é o ideal, mas queria que Erick aproveitasse melhor sua vida. O garoto insiste em se aventurar, insiste em tudo o que eu não queria. Quando não está aprontando com Horus e Kéfera, está enfiado dentro da cabana de Hermes. Tenho até medo do que ele ensina ao garoto.

- Calma, Hermes é nosso mago a muito tempo. Mago do reino muito antes de você ser rei, sei que nosso garoto está em boas mãos. – A rainha abriu um largo sorriso, confirmando a leveza de suas palavras.

- Eu não tenho tanta certeza.

- Acho que isso é ciúmes, não se preocupe, seu filho quer ser igual a você. Basta parar e observar, você é o único herói que existe para o garoto.

- Claro. – Confirmou o rei ao se deitar. Essa noite eles dormiriam tranquilamente em seu leito, mas essa seria a última noite de paz que teriam.

Na década de 15 D.C. o reino de Amom era um dos mais prósperos e bem estabelecidos em todo território do mar morto. Conquistara respeito e poder através de Rurubi e seu mago, que seguidos por um exército bem treinado, resistiram a todos os ataques sofridos nas últimas décadas. Há muito tempo no reino perdura a paz constante e a tranquilidade de uma administração estratégica trazida por Rurubi de seu antigo reino. A família real era querida e admirada por seus súditos, todos em unanimidade amavam seus senhores, que mais pareciam pessoas comum, devotos por igual de suas terras.

A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now