A destruição

268 19 15
                                    


Galerinha quero ver todo mundo votando e comentando, aguardo a opinião de todos...


Era estranho, mas no castelo de Rurubi o alarme soava e os guardas do castelo se movimentavam de um lado para o outro. O rei acordara no meio da noite com o alerta e estava se vestindo para descer quando visualizou uma imensa bola em chamas no ar que vinha em uma velocidade extraordinária contra seu castelo, atingindo a torre do outro lado a de seu quarto, o barulho foi de um estrondo gigantesco, parecia que o castelo iria ruir. Sabendo do que se tratava o rei vestiu sua armadura de combate, pegou sua espada, pegou também sua esposa, levando-a para o lugar que achava mais seguro, uma passagem que saia na casa de Hermes do lado de fora do castelo. Pediu para que ela informasse ao mago que estavam sendo atacados, ele esperaria pela ajuda mística o mais rápido possível.

Enquanto sua esposa seguia para a casa de Hermes, o rei seguiu para o pátio do castelo onde estava concentrado a maior parte do seu exército. Alguns guerreiros estavam colocados nas torres frontais do castelo, na localização do portão. Rurubi pediu para que todos os outros soldados se reunissem no pátio e que fossem buscar os demais que ainda não estivessem ali, enquanto isso ele iria até a torre para identificar seu inimigo. Subiu as escadas, avistando o primeiro soldado, pediu um relatório do que estava acontecendo e se identificaram os inimigos. O guerreiro relatou que a avaria havia sido somente a da torre, mas que havia um exército enorme se aproximando devagar e que estavam preparando o lançamento de outro ataque destrutivo. Ainda não era possível identificar os inimigos. O rei seguiu para o pilar mais alto na esperança de conseguir enxergar melhor, enquanto isso, Horus já havia conseguido reunir o restante dos soldados que aguardavam as ordens de Rurubi. Era assustador o silêncio que se seguiu nos próximos instantes, o rei só conseguia enxergar as sombras que se aproximavam devagar, porém para uma batalha, já estavam próximos demais, ele precisava agir e rápido. Enquanto analisava a situação, pôde ver uma luz em meio as sombras, essa luz começou a aumentar e ele pode deduzir que era fogo, e gritou para seus companheiros se protegerem que estava vindo mais um ataque.

Dessa vez atingiu a torre principal, a torre onde o rei dormia, e a imagem de que sua esposa poderia ter morrido com aquele ataque se ele não a tivesse tirado daquele lugar atormentou sua mente por alguns instantes. Rurubi gritou para que seu exército se reunisse, estava na hora de armarem uma defesa, estavam em guerra, precisavam contra-atacar para se defender.

O exército inimigo aumentou o ritmo na direção do castelo, mandando um emissário mais adiante para encontrar-se com o rei e tentar uma rendição sem batalha. No momento que Rurubi pôde avistar o standard da bandeira inimiga, sua mente paralisou, era o exército assírio, seus atuais aliados, o povo a quem ele entregaria seu filho em um casamento com a princesa daquele reino. Assim que recobrou a consciência, o cavaleiro estava se aproximando do castelo, ele olhou para o lado e pediu para um de seus soldados lhe entregar seu arco e uma flecha.

O rei esticou o arco a um ponto onde os músculos de seus braços tremiam, passou bastante tempo apontando para o inimigo, esperando sua aproximação, a tensão de seus músculos era nítida a olho nu. Escorria também um pouco de suor em sua face, mas sua concentração era inabalável. Os soldados olhavam todos paralisados e fixos no que o rei estava fazendo, em algum momento, ele então largou a flecha, o cavaleiro ainda vinha bem distante, talvez o rei apenas quisesse estabelecer uma distância para que ele não ultrapassasse.

Era o que os soldados estavam pensando até perceberem que a flecha atingiu em cheio o peito do cavaleiro que caiu no chão, esticado sem se mexer, provavelmente morto. Ecoou um grito de guerra das sombras que se aproximavam, todos começaram a correr. Enquanto colocavam fogo em mais uma de suas armas para ataque, arremessando-a contra o castelo, Rurubi desceu para o pátio onde estavam seus soldados, deixando os arqueiros que estavam na torre olhando para ele pasmos pelo que acabaram de presenciar, seria impossível atingir um oponente naquela distância. Não acreditariam se não tivessem visto com os próprios olhos. Até que um dos soldados o perguntou.

- Porque o senhor fez aquilo, matou o emissário sem nem mesmo ouvir a proposta do rei inimigo?

- Você reconheceu a bandeira adversária?

-Não.

- Então prepare-se, são os assírios que vem vindo, e você já ouviu dizer que os assírios fizeram algum acordo de rendição alguma vez?

- Não senhor.

- Justamente soldado. Creio que eu e meu filho fomos usados apenas para o reconhecimento do inimigo.

- Desculpe senhor.

- Não se desculpe, saiba apenas que matarei qualquer um que se atreva a machucar meu povo.

Desta forma ele seguiu para o pátio central onde poderia instruir melhor seus soldados. Existia uma guerra batendo à sua porta, ele não poderia ficar parado, tinha seu povo para defender.

Todos os soldados estavam aguardando as instruções de Rurubi, incluindo Horus, todos estavam prontos para a batalha. Colocados em fileiras assim como era feito em seus treinamentos. Rurubi chegou e pediu calma para todos, pediu para que relembrassem de todos seus treinos e que ele estava ali para conduzi-los rumo a uma vitória gloriosa.

- Você acha que podemos vencer? – Horus o questionou.

- Sim, se conseguirmos suportar alguns ataques até a chegada de Hermes poderemos vencer. Vocês não conhecem o poder daquele mago.

- Realmente não conheço, mas imagino pelo que ele ensinou ao príncipe.

- Então, tenha fé. Iremos vencer essa batalha.

- Claro que vamos! Estou ansioso para estraçalhar alguns assírios com minhas próprias mãos.

- Faça isso, mas fique ao meu lado. Erick não me perdoaria nunca se algo acontecesse a você.

Os arqueiros foram posicionados nas torres do portão principal, duas catapultas foram colocadas no meio do pátio, o rei e alguns soldados estavam colocados na porta do castelo no topo das escadas. Os arqueiros disparavam continuamente sem parar, Rurubi sabia que o inimigo estava se aproximando. Ordenou que as duas catapultas lançassem duas pedras por cima das muralhas do castelo. Elas acabaram atingindo uma grande quantidade de soldados que vinham fazendo a fileira de frente do inimigo.

O exército inimigo havia sido colocado com duas fileiras de frente, contendo soldados armados com espadas e lanças, logo atrás deles vinham duas catapultas, atrás das armas destruidoras, vinham uma linha de arqueiros. Só então vinha a comitiva com a família real e seu rei rodeado por soldados armados com espadas. Quando as pedras atingiram a linha de frente derrubando uma parte do exército de Nazir, os soldados abriram espaço e as catapultas foram levadas para frente e acesas novamente. Foram arremessadas duas bolas de fogo gigantescas, elas viajaram no ar, flamejantes com o brilho de suas chamas. Atingiram as torres do portão principal do castelo, matando inúmeros soldados e reduzindo a linha de defesa dos arqueiros de Rurubi pela metade.

A cena nesse momento, começava a tomar os contornos de uma verdadeira guerra. Existiam alguns corpos mortos, outros tantos feridos agonizando, esperando a morte chegar. O que coloria em maior parte essa batalha era o vermelho, o sangue manchava todo lugar, do lado de dentro do castelo, onde Rurubi perdia seus guerreiros e amigos, tanto do lado de fora, Nazir também estava perdendo muitos guerreiros, o sangue estava espalhado por todo lugar.

O rei retribuiu com mais dois arremessos de suas pedras brutas, elas flutuaram secamente pelo céu, atingindo partes separadas, derrubando alguns soldados do exército inimigo. Era uma visão que muitos, jamais deveriam ter visto. Os corpos com seus membros amputados se espalhavam e jorravam sangue a cada ataque, muitos jovens estavam morrendo ali. O exército inimigo encontrava-se dividido ao redor das catapultas, enquanto Nazir e seu comboio ficava logo atrás protegido por elas. Novamente foram arremessadas duas enormes bolas em chamas contra o castelo do rei Rurubi. Essas atingiram o portão e toda a muralha que defendiam a frente do castelo, deixando assim, o rei e seu exército expostos. A linha de defesa caiu, e junto com ela grande parte dos soldados que o rei estimava tanto, alguns estavam mortos, outros agonizando partidos em pedaços, esperando a hora da morte chegar.

Os gritos de dor ecoavam na cabeça do rei a todo momento. O ódio que ele tinha por seu inimigo aumentava cada vez mais. Pessoas comuns estavam morrendo pela ambição de um rei idiota. Rurubi desejava que Hermes aparecesse logo para poderem acabar com aquilo.


A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now