Uma última batalha

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Tudo estava ficando escuro, Rurubi ainda sentia um gosto estranho e quente em sua boca. Era sangue, o gosto estranho tornou-se familiar de repente. Ele olhou devagar para baixo, pôde ver a ponta da espada do guerreiro saindo de seu tórax. Aquele desgraçado havia fincado sua espada no peito do rei antes que o mago o atingisse. Hermes por sua vez em um último esforço, preferiu tentar salvar a vida do rei, que a própria vida. Uma batalha épica com mortes dignas da dupla magnifica que eram. O rei fechou seus olhos e deixou seu corpo cair no chão uma última vez em um baque ensurdecedor.

Nada melhor que morrer ao lado de seu melhor amigo e guardião em uma última batalha. Essa era a sensação que o rei Rurubi deveria ter sentido naquele episódio de sua morte, onde seu mago tentara salvar sua vida sacrificando a dele, esquecendo seu próprio inimigo. Um final digno do guerreiro e do grande mago que eram, mas a realidade era outra, teria sido melhor se o mago tivesse eliminado seu inimigo, sobrevivido e escapado, para poder ajudar seu povo, poder ajudar sua esposa, e poder ajudar até mesmo a noiva de seu filho. Não foi isso que aconteceu, o rei Nazir conseguiu matar todos os soldados que restaram, conseguiu dominar todo o castelo, e em pouco tempo, todo o reino.

 Por mais que a casa do mago ficasse escondida na pequena floresta atrás do castelo, não demorou muito para que os soldados de Nazir conseguissem encontrar a pequena cabana, levando a rainha Medeia e a princesa Lilith como prisioneiras sem muita resistência. Depois de tantos dias elas já imaginavam o que havia acontecido, principalmente Lilith por conhecer o exército de seu pai.

Por mais que a ideia de Nazir fosse a de cortar a cabeça da rainha na frente de seu povo e logo depois cortar a cabeça de sua filha como uma demonstração do que acontece com os traidores de seu reino, seu bom senso, o levou a manter as duas como prisioneiras em seu calabouço. Afinal, ainda existia um príncipe, que talvez poderia voltar a sua terra e querer vingança, e as duas reféns seriam uma ótima distração para poder matar o príncipe, e assim que fizesse isso, mataria as duas juntas a ele.

A realidade que atingira o reino de Amon era perturbadora, era fria, era sangrenta. Uma última batalha travada pelo bondoso rei Rurubi, um rei que amava seu povo, um rei que os defendera até o final de seu último suspiro. Essa batalha era contada dia após dia entre os aldeões que faziam parte do reino, todos faziam questão de jamais esquecerem de seu melhor rei. Ele seria eternizado pelas histórias de seu povo, e guardado em seus corações para sempre. Foi uma última batalha para salvar vidas, uma batalha que o matou, e matou também seu grande e fiel amigo Hermes, um lendário mago, um excelente conselheiro, uma das criaturas místicas mais distintas que o povo já havia visto. 

Era com essas definições que as histórias se espalhavam pelo reino, era com todo esse apreço que o povo se lembrava de seu rei e seu fiel amigo. A ameaça de uma morte iminente tentava abafar todas as histórias contadas sobre Rurubi e seu mago, foi assim que Nazir resolveu acabar com o mito que estava sendo criado sobre o rei, era matando todos que ousassem pronunciar seu nome, era uma morte imediata e sem piedade.

Após ter vencido a batalha Nazir escravizou todas as pessoas do reino, todos trabalhavam para ele e seus soldados. Deveriam fazer e obedecer a todos seus comandos se não quisessem ser mortos igual ao seu rei. Nazir estava tirando o máximo de proveito da terra produtiva e bem cuidada que Rurubi deixara para seu povo. 

A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now