Um novo sonho

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Dessa vez ele estava mais tranquilo, pois sabia que era um sonho. O príncipe caminhava por um longo campo com uma paisagem tranquila e bonita, com grama bem verde, a luz do sol estava raiando, parecia o começo de uma bela manhã. Caminhava em passos lentos não sabia qual direção especifica deveria seguir, apenas seguia em frente, rumo ao horizonte. Sua mente estava tranquila e seu coração parecia-se com um mar em calmaria. Logo mais à frente do caminho existia um pequeno morro antes do declive da planície que seguia direção abaixo. O morro cobria a visão da continuação do espetáculo da natureza que Erick vinha acompanhando, ele então se aproximou para enxergar mais além.

Existem vários tipos de divisões no mundo, o belo e o feio, o forte e o fraco, o doce e o amargo, ou mesmo, o bem e o mal. Era a única forma de definir todo aquele contraste de cores, ele caminhava em um belo campo com gramas verdes, algumas arvores dando um toque especial à aquela paisagem, mas quando ele chegou na ponta do declive, era até difícil acreditar que existia dois ambientes tão distintos no mesmo lugar. Do declive ele pode ver o Vale de Árnon, e não acreditava no que os seus olhos enxergavam.

Logo abaixo do declive não havia vegetação, a terra era seca, sem nenhum sinal de vida, seja ela vegetal ou animal, não somente isso, o solo não era nem mesmo marrom, era de um tom bem preto, como se toda a vida, todo mineral ou qualquer outra fonte de nutrientes que alimentasse a terra não existisse mais ali. O príncipe foi acompanhando toda aquela devastação até conseguir enxergar de longe um castelo, a construção era enorme, e estava coberto por uma nuvem negra, onde nem mesmo os raios de sol conseguiam abrir passagem para atingir o solo infértil. Para o príncipe aquela era a visão do mal, e seu corpo sentiu isso dos pés à cabeça, foi um arrepio que percorreu todos seus músculos, suas artérias e suas veias. Era um sinal que aquilo ali seria o fim de tudo.

Aquela calma, aquela tranquilidade, já não existiam mais, seu coração havia entrado em pânico. Não teria outra forma de descrever a reação transtornadora que tomou conta do corpo de Erick, não até ele se assustar com um grito que ecoou atrás de suas costas. Vinha de muito perto, e ele pensava como alguém poderia ter se aproximado sem que ele notasse. Talvez fosse o pânico que a imagem de toda aquela destruição teria causado a seus sentidos.

- Hei, príncipe!

- Ah! Você de novo?

- Por acaso você estava esperando por alguém?

- Não, claro que não, sei que essa missão é somente minha.

- Então porque a surpresa? Ainda mais quando você sabe que isso tudo é um sonho.

- Mesmo sendo um sonho, não consigo deixar de sentir a agonia e o tormento que essa imagem me causa.

- É mesmo, é uma visão muito triste.

Dissera a criatura misteriosa que novamente havia tomado a forma do pai de Erick.

- Você não sente medo do que está vendo?

- E porque eu sentiria medo daquilo, você é o príncipe, você que terá de enfrenta-la.

Erick pôde perceber um meio sorriso na face da criatura.

-Você não consegue sentir o mal dominando este lugar?

- Consigo, mas você sabe ao menos o que é aquilo? Se aquilo for nada mais nada menos que um simples humano que ninguém conseguiu vencer até agora?

A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now