A maldição do discípulo

Uma festa de despedida

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Realmente o dia não começou nada bem, o príncipe sangrava bastante. Seu pai o levou de volta ao castelo e cuidou de seus ferimentos, enquanto fazia discursos um atrás do outro sobre o quanto era importante um guerreiro ter o total domínio de sua força, ainda mais se ele também for um mago. Erick poderia ser considerado poderoso a essa altura, porém, era necessário aprender a dosar esse poder para saber como usá-lo.

Neste dia ele não treinou mais por conta do ferimento, saindo do castelo somente no final da tarde para encontrar-se com seus amigos.

- O que foi que aconteceu com você? – A amiga estava preocupada como sempre.

- Foi meu pai. – Ele falou meio triste. – Hoje foi meu primeiro treinamento com ele, achei que seria diferente.

- Eu já esperava por isso. – Horus falou tranquilamente. – O rei não treina com ninguém, as poucas vezes que o vi em movimento foi para apartar as brigas que começavam a sair fora de controle em nossos treinos. Incluindo uma das minhas. Ele é sobrenatural, me desarmou em um instante sem que eu percebesse seus movimentos. Não consigo nem imaginar o tamanho da sua força por conseguir arrancar uma espada que eu segurava com as duas mãos firmemente, ele arrancou sem fazer nenhum esforço.

- Você tem razão. – Erick comentou. – Os golpes que recebi dele, pude calcular que ele teria o dobro da sua força, e ainda existe a possibilidade de ele estar pegando leve comigo, podendo ainda ser muito mais forte que isso.

- Realmente os boatos são verdadeiros. – O amigo do príncipe falava com admiração. – Não consigo imaginar um guerreiro que possa ser melhor que seu pai. Quero melhorar ainda mais, para um dia ter a honra de treinar com ele, assim como vocês estão fazendo.

- Isso não é tudo, ele bloqueou um poder que aprendi com Hermes usando sua espada. Não compreendo como conseguiu fazer aquilo. O poder que lancei era muito forte.

- Para isso poderei te esclarecer. O aço da espada de seu pai é altamente resistente a magia. Ele me contou que foi o mago do seu antigo reino que tinha feito para ele. Foram duas espadas que foram preparadas com esse aço enfeitiçado, ele sempre usou as duas em suas batalhas. Mas como você pode ver, uma delas está comigo, ele me deu no meu aniversário, e a outra ele irá dar a você.

- Eu não sabia disso. – Erick falou animado. – Realmente ele e seus truques são surpreendentes. Quero merecer carregar uma dessas espadas.

- Você vai amigo. Eu estarei a seu lado para sempre, serei seu melhor guerreiro. – Afirmou Horus. – Até por que, acho que vou me casar com a irmã de sua noiva.

Esse comentário foi o suficiente para que Kéfera saísse de seu estado tranquilo para brigar com os dois. Gritou com os dois adjetivando-os dos piores nomes que ela conhecia, enquanto socava um de cada vez.

- Você não se atreveria a fazer uma coisa dessas. – A garota falou após esgotar suas forças de tanto soca-los.

- Veja Horus, acho que tem alguém com ciúmes. – Erick comentou pronto para ver a face da garota envermelhar de fúria e ataca-los novamente.

- Aqui no reino tem muitas garotas bonitas, escolhe uma daqui mesmo.

- Concordo com Erick, você está com ciúmes. Agora quer até que eu me case com alguém daqui. Você só pode estar brincando, e perder uma beldade daquelas. – Horus conseguiu enfurecer a garota, já que o príncipe não teve êxito.