Capítulo 25

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"Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas quanto maior é a perda, mais profundo é o corte e mais difícil é o processo para ficar inteiro novamente. A dor pode desaparecer, mas as cicatrizes servem como lembrete do sofrimento e nos deixam preparados para nunca mais sermos feridos."

Melissa's POV

- Você dança muito bem! - Jackson comentou sorridente, tentando acompanhar meus passos elétricos.

Trancamos Luna e Ashton em um quartinho e voltamos para aproveitar a festa. Callie e Chloe estavam ocupadas demais com seus bofes, e Jackson se ofereceu para passar o restante da festa comigo, e claro, não neguei.

- Só às vezes! - respondi ofegante, parando de dançar junto com o fim da música.

Fomos até a mesa de bebidas, virando alguns copos de uma vez e rindo das caretas que cada um fazia.

- Ei, acho que está na hora de tirarmos os dois de lá. Já faz uma hora! - Callie se aproximou, tirando o copo da minha mão, me fazendo prestar total atenção em sua fala.

- Acho melhor eu não ir, pois se não tiver dado certo a Lu vai querer me encher de porrada e eu sou muito jovem pra morrer. - respondi com o bom humor presente em minha voz, e até Jackson riu, mesmo sem saber do que eu estava falando.

Callie deu uma piscadinha e se afastou. Torci mentalmente para Lu não estar brava conosco, mesmo sabendo que ela provavelmente estaria.

- Você trancou a Lu com o Ashton? - Jackson arriscou o palpite.

- Talvez eu tenha trancado. - arrastei a voz de maneira inocente, gargalhando em seguida.

- O casal está em crise?

- Talvez estejam.

- Qual é, você pode me contar essas coisas! - falou com certa insistência coberta em bom humor.

- Não estou autorizada a falar nada sobre a vida dos dois. - fingi estar fechando um cadeado em minha própria boca, e até me senti infantil por isso mas Jackson riu.

- Meu bem, não tem nada sobre Ashton Harper que eu não saiba. - sorriu debochado, passando um dedo pelo meu rosto.

- Mesmo assim. - dei os ombros.

- Amor é uma coisa maluca, ainda mais nessa idade. - o garoto murmurou, encarando todas aquelas pessoas felizes e animadas a nossa volta.

- Amor é amor. Nessa idade estamos confusos e descobrindo o mundo, mas o amor continua sendo do jeito que é. Aliás, nós que complicamos tudo até demais. - exclamei, procurando Theo com os olhos e o encarando de longe. Droga, o que eu estou fazendo?

- Que seja. - o garoto pareceu não dar importância a minha fala e riu.

- Me conte sobre você. - mudei de assunto, indo para o meu favorito: conhecer pessoas novas. Digo, conhecer de verdade. Sobre sua vida, medos, o que se passa na mente e por aí vai.

- O que você quer saber? - sua atenção voltou para mim, com um olhar divertido e sapeca.

- Hm... Saber tudo seria uma boa. - apresentei uma boa opção, sorrindo como quem não quer nada.

- Não gosto de falar, gosto de mostrar. - o garoto sorriu e arqueou uma sobrancelha, e não pude evitar um arrepio que percorreu pelo meu corpo. Seus olhos azuis me encaravam de maneira divertida, mas eu podia ver tanta coisa em meio àquele azulão que acabei me distraindo.

Ok. Ele gosta de mostrar. Mostrar. Mostrar o quê?

- E o que você pode me mostrar? - acordei do meu transe, desviando meu olhar para algum ponto que não fossem seus olhos.

BlinkWhere stories live. Discover now