VII - Vidro Embaçado

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Aniversário do Príncipe FoxMetade de Janeiro

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Aniversário do Príncipe Fox
Metade de Janeiro

Perguntei-me quantas cidades deveriam estar em chamas, enquanto Fox apagava as velas de seu bolo de aniversário de vinte e um anos. O aniversário do príncipe herdeiro, o futuro rei, deveria ser o estopim para uma noite de terror.

Todos ainda estavam sorrindo e batendo palmas, quando percebi que Fox olhava para mim. Eu havia perdido algo da cerimônia, pensei algo do que Veronicca repetira mil vezes.

Primeiro Tina entraria, e então eu viria com Alicia e Isabel atrás de mim – minhas damas. Só então, Fox entraria e por fim, algum tempo mais tarde, a Rainha Lenna, para felicitar o filho. Abraços seriam dados, sorrisos forjados, e antes que as conversas se estendessem o bolo seria trazido para a mesa principal, e após todos cantarem parabéns, Fox apagaria as velas e... Oh, é claro que eu esquecerá esta parte. E então, nós nos beijávamos.

Engoli em seco, me virando para ele, estrategicamente calçada por Tina, sem um centímetro sob meus pés, para que ele extraordinariamente tivesse de baixar o rosto para me beijar. Embora, não possa dizer que era a posição incomum que deixava aquele beijo tão desconfortável.

Alguém riu na multidão.

Tentei lembrar, quanto tempo era razoável para um casal se beijar, e me perguntei se o tempo já havia acabado, quando ele enfim se afastou de mim. Havia mais saliva do que qualquer beijo que eu já dera, e havia uma sensação incomoda de vergonha, não por estar sendo observada – nem mesmo pela mentira. Aquilo apenas parecia errado e de certa forma, sujo.

-Um brinde ao príncipe – Falou Tina, erguendo sua taça animadamente. Então, todos começaram a brindar a Fox, a mim, ao noivado, ao reino e a coroação, até não se saber ao certo por que estavam brindando, e todos estarem girando levemente bêbados pelo salão.

-Não parece feliz, futura princesa – Eliott Martins se moverá em sua cadeira de rodas até o local onde eu estava sentada, na mesa principal – Eu até a convidaria para dançar, porém...

-Ao menos assim não preciso recusar – dei um sorriso constrangido, olhando em volta – Veio com Veronicca?

Ele ficou um pouco corado, mas sorriu – Não, Ruby insistiu que eu viesse. Ela está feliz por não estar mais na torre.

-Eu sou que ela ficou no lugar da... – olhei pelo salão, até encontrar Annie. Ele assentiu quando voltei a olhar para ele – Por que ela?

-Ela tinha menos de dois anos, quando a mãe morreu. Com meu trabalho, seria difícil cuidar de uma criança pequena e eu não poderia larga-lo e condenar minha filha a viver uma vida miserável – ela deu os ombros, sorrindo para a menina que abanava na multidão – Quando a princesa fez a oferta, foi quase impossível de recusar.

-Você é um bom pai – falei pensativa – Não acho que muitos fariam isso. Ficar tão longe pra proteger sua filha.

Ele riu – O meu, com certeza, não o fez. – a expressão dele se tornou sombria – For expulso do exército, e se recusou a ficar longe de nós para procurar por outro trabalho. Com o tempo, as dividas e a miséria o tornou tão violento que quando minha mãe foi aceita pelo palácio, nos mudamos para cá e nunca olhamos para trás.

O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Where stories live. Discover now