XVIII - Penas Prateadas

1.9K 230 110
                                    

Quando completou uma semana que os garotos haviam voltado, Abba escreveu a carta

Йой! Нажаль, це зображення не відповідає нашим правилам. Щоб продовжити публікацію, будь ласка, видаліть його або завантажте інше.

Quando completou uma semana que os garotos haviam voltado, Abba escreveu a carta. Então a amassou, jogou no fogo, e escreveu uma segunda, uma terceira, e todas as vezes que levariam até a sexta carta – a mais polida de todas, com tão poucas informações concretas que pouco fazia para parecer verdadeira – finalizada. Ambas concordamos que estava boa o bastante, e mesmo que tivesse sido inteira escrita por Abba, eu a enderecei com a minha assinatura. Porém ainda havia uma questão martelando na minha cabeça. Eu não tinha certeza para quem eu deveria envia-la.

A opção mais lógica seria Fox, ele era o rei, ele era o meu noivo, mas eu não conseguia imaginar o estado dele ou o que ele imaginava a respeito do meu paradeiro. A única opção mais arriscada havia sido a primeira que seguira na minha mente: Isabel. Mas mesmo aprendendo a viver com Nisha, ela ainda odiava os negros e provavelmente apareceria com todo o exército Venezza para me resgatar antes de terminar de ler. Eu sequer fazia ideia se Alicia e Apolo já haviam ido para Versalhes, ou se a rainha Lenna estava lá e não em alguma de suas viagens. Eu não conseguia lembrar se ela realmente estava no palácio na noite em que fui levada.

Foi para Annie que enderecei a carta – ela saberia analisar tudo com calma e decidir a quem no palácio contar e o que fazer, eu pensava, enquanto as gêmeas, pintadas de branco, vestidas como garotas da cidade, partiram no inicio da noite para entregar a carta a alguém, que entregaria a outra pessoa que, supostamente, levaria até Versalhes.

Meus dias ali estavam contados agora, enquanto eu esperava uma resposta. Estabeleci uma rotina pelos dias seguintes, de manhã eu treinava com Gelo – Uzuri, por alguma razão, deixou de aparecer na maioria dos dias – e às tardes, ajudava Cléo com suas ervas, ou ficava com ela naquela cabana, lendo algum livro ou analisando os desenhos cuidadosos de plantas. Ela falará que iria ter que deixar quase todos ali – quando partisse, ela só levaria aqueles que ela mesma preencherá com informações que ele nem sabia se seriam uteis para onde iriam, onde as plantas seriam outras e os males também.

Levou mais uma semana para a resposta chegar. Annie respondia a Abba, e não a mim, exigindo uma nova carta, deixando claro quais cidades a se evitar no caminho de Versalhes e marcando de me buscar apenas depois de dar tempo para que me largassem e partissem. Ela era firme, quase rígida na carta, extremamente formal. Mas o que mais me surpreenderá fora o nome de quem me resgataria: O Duque de Bordeaux.

James. De todas as pessoas, Annie havia decido que James Bordeaux, que odiava e divertia-se com o sofrimento dos negros, era a melhor pessoa para me resgatar – ou isso havia sido escolha de outra pessoa? Ela não dizia ter contado a ninguém sobre a carta, mas isso não significava que não tivesse. Talvez achassem que era uma armadilha.

Eu queria dizer a Cléo para não ir, que James apareceria lá com todos os seus homens e mataria todos sem pensar duas vezes – mas me contive. Quem mais Annie mandaria, um soldado qualquer ou talvez Fox, o próprio rei? James era um guerreiro experiente e capitão de um exército grande, ele conhecia aquelas terras e seria capaz de lidar com uma emboscada. E se não fosse capaz, era uma forma conveniente de se livrar dele. Balancei a cabeça, Annie jamais pensaria naquilo. James era da família, e para ela e Valenttina isso era o bastante para confiarem nele.

O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Where stories live. Discover now