XVII - Floresta de Esmeraldas

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Uzuri impedirá que as gêmeas se divertissem me penteando e maquiando outra vez, tomando a suposta diversão para ela, como um presente para sua festa – Não uma festa de aniversário, mas sim marcando o dia em que Kambami a salvará de ser morta, aban...

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Uzuri impedirá que as gêmeas se divertissem me penteando e maquiando outra vez, tomando a suposta diversão para ela, como um presente para sua festa – Não uma festa de aniversário, mas sim marcando o dia em que Kambami a salvará de ser morta, abandonada como um sacrifício por seu próprio povo.

Ela havia pintado metade do meu rosto em tinta dourada, na diagonal, com tinta dourada, formando arabescos e caracóis nas pontas. O resto seguirá limpo, sem maquiagem nos olhos ou na boca. Eu estava usando uma saia vermelha de Cléo, que ficava pouco acima dos meus tornozelos, e um lenço dourado enrolado e preso atrás do meu pescoço como um top, depois dela ter descartado categoricamente cada uma das roupas que as gêmeas haviam deixado, e percebido que as dela eram pequenas demais para mim.

Por mais que tenha verbalizado que queria desfazer as tranças, Uzuri concluiu que seria trabalhoso demais, então apenas começou a prendê-las, formando um padrão que a mim remetia a uma rede de pesca sobre o resto do cabelo, até se dar por satisfeita e me arrastar ao seu lado para a campina.

A fogueira crescia em direção aos céus. As festas deles eram diferentes das do palácio em mais modos do que eu podia descrever. Nem mesmo os pontos de dois dias atrás impediram Azizi de participar – ou de dançar em volta da fogueira, com mais animação do que eu jamais vi qualquer pessoa dançar nos salões do palácio. Sem convites de dança, sem orquestra ou flertes.

-Posso falar com Uzuri um minuto, Bethany? - Abba perguntou, envolvendo Uzuri pelo braço livre. Soltei-me dela, rapidamente, deixando que as duas seguissem, observando todos os outros sentados em um círculo em torno da fogueira. Era bem claro que todos bebiam. Gelo tinha a única companhia de uma garrafa de vidro com liquido transparente, e bebia encarando fixamente a fogueira. Tsehai e Kambami tocavam, uma flauta e um tambor, enquanto Azizi pulava e girava em torno da fogueira, equilibrando uma lança com ambas as extremidades em chamas. Cléo estava pintando algo na testa de Tuwalole com tinta vermelha brilhante.

-Bethany! – gritou Thandiwe, mesmo ela e a Irma sendo as que estavam mais próximas de mim. Sushaunna estava com a cabeça no colo dela, rindo olhando para o céu – Quer provar? Não precisa beber tudo se não gostar.

Aceitei o copo da mão dela, enquanto ela enchia o meu e a irmã levantava, erguendo o próprio copo para ser preenchido. Ela virou todo o liquido na boca, enquanto eu ainda analisava a bebida cor de rosa cheia de bolhas antes de provar, ainda receosa. Thandiwe virou a garrafa direto nos lábios.

O líquido era delicioso – Quente, efervescente, inacreditavelmente doce e relaxante. Não me importei quando ao esvaziar o copo elas me entregaram outro, e seguiram fazendo consecutivamente por diversos copos após aqueles, me deixando beber tanto quanto elas até que estivéssemos as três rindo e cantarolando coisas sem sentindo.

-Vamos dançar! – Exclamou Sushaunna, se levantando e puxando nós duas mais para perto do fogo, enrolando os braços em volta de nós enquanto dançávamos ao lado das chamas, como se elas espelhassem nossos movimento. Em algum momento, cheguei até mesmo a acreditar que estava dançando dentro do fogo.

O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Where stories live. Discover now