XXII - Cartas à Morte

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Alguém estava batendo na minha porta

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Alguém estava batendo na minha porta. Abri os olhos, confusa, olhando em volta. As luzes fracas do quarto sem janelas pouco diziam se estava de dia ou noite, mas as pequenas lâmpadas iluminavam o bastante para que eu pudesse enxergar o relógio na parede. Já havia passado das quatro da manhã.

Levantei-me devagar, arrastando os pés pelo chão e abrindo a porta apenas o bastante para enxergar o rei, com um olhar nervoso do outro lado, usando uma camisa amassada, sem colete ou blazer, sequer usando uma gravata.

Abri a boca, mas antes que eu pudesse falar algo Fox passou pela fresta da porta e me beijou, me segurando nos braços como se eu fosse algo capaz de escapar.

Grunhi contra a boca dele, o empurrando para trás. Ele pareceu surpreso, quando sua boca se separou da minha e suas costas bateram contra a porta. – Desculpe, eu...

Mas era minha vez de impedir que ele falasse, por que eu não queria ouvir nada, era cansativo ter os ouvidos cheios por tanto tempo, mas principalmente por que eu queria beija-lo. Queria pressionar meu corpo contra o dele e enfiar os dedos em seus ombros, queria ficar sem fôlego por um motivo que não fosse correr para salvar a minha vida.

Ele pareceu ainda mais surpreso depois que deixei de beija-lo, olhando para mim na luz fraca como se eu fosse uma pessoa que ele não conhecesse. Ele não conhecia, mas ele conheceria em breve.

Ele respirou fundo, balançando a cabeça como se afastasse um pensamento e eu corei, puxando a alça da minha camisola, o decote perigosamente mais baixo do que deveria. Engoli em seco – Vossa Majestade prometeu a sua irmã que me daria algum tempo para descansar.

-A senhorita não parece cansada – ele deu os ombros, sorrindo de forma relaxada.

Tombei a cabeça de lado – Você bebeu vossa majestade?

-Dois goles, talvez. Dylan está... – ele balançou a cabeça outra vez – Isabel trancou todos que não fossem Teodore fora do quarto, e ele se trancou com algumas garrafas no escritório em seguida. Precisei dar um gole ou dois para evitar que ele fizesse alguma bobagem.

Como deslocar o braço uma terceira vez, pensei.

-Entendo – engoli em seco, baixando os olhos – Quando eu estava, hmm, longe... Eu bebi algo e acabei beijando alguém.

Ele pareceu ainda mais surpreso – Forçaram você a...

-Ninguém me forçou a nada – interrompi, antes que ele concluísse o que tivesse surgido em sua mente – Não depois de me resgatarem de quem me sequestrou.

-Bethany, precisa me contar tudo que aconteceu – ele falou, pegando meus ombros e olhando nos meus olhos – O que fizeram com você?

-Prometeu a Annie que me daria tempo antes de fazer perguntas – Me mexi, forçando meus braços para fora de suas mãos – Vai ser cansativo ter que contar tudo amanhã, na frente de todos. Prefiro fazer descansada, e contar tudo apenas uma vez. Mas não vou contar isso, e achei que você deveria saber.

O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora