XXVII - Segredo Americano

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-Nem acredito em quão feliz eu estou que esse jantar acabou – suspirou Alicia, se jogando na cama quando chegamos ao quarto dela

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-Nem acredito em quão feliz eu estou que esse jantar acabou – suspirou Alicia, se jogando na cama quando chegamos ao quarto dela.

-Digo o mesmo – suspirei, me sentando em uma poltrona, olhando para a enorme gaiola perto da janela – Seus pássaros não eram azuis?

-Ah, soltamos aqueles – ela desfez com a mão, gemendo ao se sentar novamente – Apolo comprou esses para mim. Foram resgatados de um navio na costa de Portugal, estavam tão machucados quando ele os trouxe.

-São tão diferentes – franzi a testa, observando as aves acinzentadas com indícios de penas verdes começando a crescer, e bicos curvos para baixo - Da maioria dos pássaros, na verdade.

-Nós pesquisamos um pouco... – ela balançou a cabeça como se aquele pensamento fosse absurdo – Bem, Apolo pesquisou um pouco – ela se corrigiu , levantando e pegando um livro em um aparador, folheando um pouco antes de me entregar – Parece que são... Ah, é um nome difícil... Pa-pa-guei-o. Não tenho certeza se é assim que se fala. Apolo disse que são aves da América do Sul, então nem imagino como chegaram até aqui ou se poderei soltar eles depois que crescerem.

-É tão grande – falei, passando a mão pelo desenho na página, uma ave verde maior do que a minha mãe, com a legenda "escala reduzida" – Tão bonito...

-Nem parece um animal de verdade – ela deu os ombros, sentando-se em uma segunda poltrona em frente a mim e pegando um copo de água da mesa de centro – Então, qual era o problema de Fox essa noite?

-Eu gostaria de saber tanto quanto você – suspirei, puxando uma das almofadas na qual eu estava sentada e apoiando no colo – O humor dele estava péssimo.

-Bem, ele passou vários dias viajando – ela tentou contornar, mas deixou uma careta escapar – Mas Tina insistiu em fazer isso. Parece que nada do que falo para ela faz efeito.

-Foi ideia de Tina esse jantar? – perguntei. Já não era sequer capaz de me surpreender com aquilo.

-Quando eu a alcancei mais cedo, alguns organizadores a alcançaram para falar sobre isso. Eu disse que era uma péssima ideia, mas tudo que ela dizia era que "as pessoas precisam ver o rei" – Alicia mordeu o lábio inferior – Não sei o que fazer.

-É como se ela nem fosse mais a Tina de quando eu cheguei aqui – confessei – Como se fossem duas pessoas diferentes.

-Talvez seja – ela deu os ombros – A princesa Marie Antoinette que grita ordens no campo de batalha e ameaça generais nos conselhos de guerra, sem dúvidas não é a mesma Annie tímida que chora de saudades de Nisha.

-Sou capaz de amar as duas – falei, rindo – Não sei se posso dizer o mesmo de Valenttina.

-E de Fox? – ela ergueu uma sobrancelha.

-Fox – bufei – Nem acredito que ele deixou Dylan naquela situação. Ele sequer me deixou ir ajuda-lo.

-Passe alguns dias ao lado de James, e é isso o que acontece – ela grunhiu, pegando o jarro de biscoitos e devorando dois seguidos, aninhando ele no colo.

O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Where stories live. Discover now