Rival Lovers ✖ l.s

Chapter Fifteen

Demorei, mas cheguei.

.x.

A vida com certeza não deveria ser tão massacrante, ao ponto de não ser possível se permitir criar experiências novas e negligentes, num mundo onde mais da metade da população acaba enlouquecendo por algum motivo. No fim, ninguém realmente encontra o ponto primordial de tanto sofrimento injusto, dores inexplicáveis e destinos fadados ao fracasso. A única coisa a qual é necessário se apegar para não se deixar cair como todo o resto, é a paixão pelo o que faz. E era assim que o discurso sempre prosseguia de uma boca a outra, até que fosse capaz de acreditar para perpetuar a utopia de um canto ao outro também.

O único problema era que Louis havia passado a repensar sobre isso.

Ele gostava de sua profissão mais do que qualquer coisa. Tinha lutado muito para alcançar seu lugar entre tantos outros talentos natos, especialmente vindo de uma cidade pequena de interior, sem muito dinheiro para investir em si mesmo. A maioria sequer o dava confiança no começo de carreira, e tivera que dar a cara a tapa durante muito tempo, se propondo a fazer coisas que jamais imaginou que faria sem sequer hesitar. Mas era a inocência. Uma palavra com poucas sílabas, que havia o feito sacrificar a própria essência em meio a uma industria cruel e manipuladora.

Então, qual era o ponto afinal? Por que deveria continuar com aquilo, quando o sentido havia se dissipado, a partir do momento em que começará a entender a vida e enxerga-la do modo mais ganancioso? Era como uma arma apontada com o gatilho para a própria dignidade, te obrigando a dar passos além das pernas e controlando cada ação, cada pequena atitude. E, no fim, a resposta voltava ao motivo principal do debate interno em si. O dinheiro.

As notas moviam o mundo, declaravam suas atitudes e formulava qualquer coisa que fizesse. Não era simples abrir mão disso, não quando se tratava de uma mera necessidade. O que faria se jogasse tudo para o alto? Louis não era de um berço de ouro, não tinha conquistado tudo com o poder de seus antepassados ou através de alguma herança rechonchuda. Não. O dinheiro que havia conquistado ao longo de sua jornada era suado, e muito bem merecido, graças a vocação para manipular uma bola nos pés durante uma partida. Era dessa forma que conseguia ajudar sua família, mandando dinheiro a cada mês, para que pudessem se manter em dignidade desde que havia começado a colher os frutos.

Estava bem com isso na verdade, ou pelo menos não havia se dado conta do quão prejudicial estava sendo a caminhada em si, até conhecer Harry naquela boate numa sexta a feira à noite. O rival servira como um par de óculos, dando lhe capacidade para enxergar muito além do que estava acostumado em sua realidade idealizada. E embora tivesse agido sem saber, Styles havia conquistado não somente sua atenção em meio a tanta gente interesseira, como também tinha resgatado sua vontade de sentir-se livre de novo.

Louis nunca tinha questionado as responsabilidades, nunca tinha sequer tentado levantar suas próprias ideias contrárias as que era obrigado a seguir dia após dia, mesmo que absurdas. Aquela era a primeira vez, em muito tempo, que sentia-se livre de amarras dolorosas. Sobretudo, porque havia tido coragem o bastante para permitir que Harry fizesse parte de sua vida ao balançar a cabeça involuntariamente em afirmação. Fora naquela decisão tomada de fato pela emoção, que tinha se dado conta de que um lar, mesmo com tantos milhões na conta, era tudo o que não havia conquistado até então.

Naquele resto de noite, quando suas ações tornaram-se automáticas e Harry o levou até seu quarto e ficou ali até que caísse no sono, percebeu que o dinheiro na verdade não importava tanto assim. Mas principalmente, como a paixão pela vocação não era a única coisa que ditava seu caminho contra a queda, porque aquela sensação de segurança e paz também eram peças chave para a vida de qualquer ser humano que estivesse a procura de um propósito. Ter um lugar ou alguém para se apegar, além de si mesmo, era um aspecto quase fundamental dentro daquele show de horrores que era viver.