Rival Lovers ✖ l.s

Chapter Twenty

Black lives matter.

.x.

"Você está tentando fugir de si mesmo, cherry."

Louis havia passado a noite toda com aquela frase na cabeça de um jeito pertinente. Mesmo depois de algumas horas, quando precisou ir embora de fato, sob a pressão de seu agente que mandava mensagens repetitivas em seu celular para que voltasse ao hotel, não conseguiu deixá-la de lado. Fora que Connor não fez nem questão de olha-lo nos olhos, assim que o viu estacionar com o carro na garagem e caminhar de cabeça baixa em direção aos elevadores. Era como uma mãe repreendendo o filho logo após cometer um erro. Nem mesmo quando o dia amanheceu e Louis fora lembrado sobre a coletiva de imprensa, Connor se deu o trabalho de dirigir alguma palavra a ele.

Não que fosse relevante naquele momento, porque Louis estava distante por conta própria, com o olhar sob os detalhes da última parede branca naquela sala de convenções, lembrando-se das palavras de Harry. Os flashs não incomodavam seus olhos claros, ou o burburinho interruptivo que se seguia entre os profissionais. Louis estava perdido em pensamentos, agindo de uma maneira totalmente robótica e automática.

Havia cerca de cinquenta jornalistas com câmeras, microfones e blocos de notas enquanto os olhos atentos de cada um deles não deixava-o, afim de flagrar cada mísera movimentação. Na bancada, do seu lado esquerdo, Niall e Dominic ocupavam seus respectivos lugares e trocavam algumas palavras vez ou outra para passar o tempo. Já do seu lado direito, Connor e Lenny mantinham ambas posturas eretas e olhares sóbrios.

Eles já tinham conversado nos bastidores, porque Louis os vira próximo ao banheiro masculino, na penumbra de uma divisória. Era fácil saber do que se tratava, já que o assunto principal resumia-se a sua aproximação excessiva com outro jogador rival. Um homem. Ele e Harry haviam dado muita motivação para a mídia nos últimos dias, seria fácil pega-los, ainda mais no dia anterior, quando tantas pessoas haviam se aglomerado num lugar só. Mesmo que as desculpas no final fossem sempre as mesmas: São montagens, nada aconteceu. Chegava uma hora, que soava inconveniente, uma mentira absurda.

– Louis! Louis! – Com um movimento mecânico e pouco animado, Louis direcionou seu olhar a uma das jornalistas. Se tivesse que julgar, daria a ela no máximo vinte e cinco anos. Uma mulher de pele preta, com olhos puxados e cabelos crespos trançados. Além disso, ela tinha uma fisionomia invejável e profissional enquanto segurava um gravador com uma das mãos. – Sou jornalista da Daily Mirror. Gostaríamos de saber se está animado para o próximo jogo e também como estão os preparatórios.

Louis quase a agradeceu pela pergunta singela sobre o que de fato importava no final de tudo: futebol. Honestamente ele já estava armado para questões que envolviam sua aproximação com Harry, ao ponto de ter decorado o que deveria dizer. Até mesmo Connor pareceu surpreso e aliviado, embora o semblante severo fosse retomado rapidamente.

– Eu estou bastante ansioso, mas feliz! É um sonho para o Doncaster Rovers ocupar a primeira divisão, então estamos nos preparando com muito esforço graças ao nosso treinador aqui, – Louis apontou a Lenny com um sorriso no rosto – para vencermos e levarmos a taça para casa!

– Niall! – A ordem seguiu entre a fileira de profissionais, cada qual dirigindo sua pergunta a determinado entrevistado atrás da bancada.

Tomlinson sentiu-se mais leve, recostando o corpo contra a cadeira, com um sorriso maleável no rosto. Talvez estivessem relevando seus atos. Talvez não estivesse tão ruim como havia pensado. Não havia o que de fato se preocupar e, muito provavelmente Connor poderia até estar se precipitando em despreza-lo por conta disso.

Mas uma pergunta fez Louis voltar atrás com o pensamento e travar no assento, como se alguém tivesse despejado toneladas de concreto sobre sua cabeça. Ele ficou zonzo, enjoado e meio desnorteado, embora tivesse tentado disfarçar o desespero com uma careta, balançando a perna de um jeito ansioso.