1. there's a new girl in town

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— Então foi um ótimo dia, não é? Eu estava tão preocupada quando você não me atendeu, mas fico aliviada em saber que estava com seus novos amigos

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— Então foi um ótimo dia, não é? Eu estava tão preocupada quando você não me atendeu, mas fico aliviada em saber que estava com seus novos amigos. Americanos são simpáticos? Eu aposto que sim, qualquer pessoa é mais simpática que os alemães...

Nina parou de prestar atenção um segundo na conversa da sua mãe, apoiando o celular no ombro enquanto murmurava 'uhums' quase inaudíveis no meio do falatório de Camille e tentava esvaziar a última caixa de papelão que tinha sido enviada da Alemanha com suas coisas.

Sua mãe, inglesa de nascença, tinha um ponto quando dizia que qualquer pessoa seria mais simpática que os alemães com quem ela cresceu. Mas Nina não se atreveu a corrigi-la e dizer que não estava com novos amigos, e sim com o grupo de calouros que eram três anos mais novos mas, assim como ela, novatos em Silvermount. Tampouco sabia se podia classificar seu primeiro dia como um ótimo dia, já que as quatro horas que passara no turno da tarde entre calouros foram tão exigentes quanto as aulas de ballet que fizera até três anos atrás.

Em algum momento Nina até pensou em burlar aquele tour obrigatório do campus, aceitando levar o dobro do tempo para chegar até o prédio do seu curso toda manhã se isso fosse necessário para se livrar dos gritos ansiosos e dos olhares atravessados que ela recebia por claramente não fazer parte daquele grupo. Era quase como se ela estivesse no ensino médio rodeada de alunos do fundamental que tinham metade da sua altura, ansiosos com a oportunidade de escrever de caneta pela primeira vez.

Mas Nina sabia que seria denunciada se desse um passo em falso para o lado, já que pareciam virar de minuto em minuto para checá-la só para se certificar que tinham olhado em sua direção por tempo o suficiente para gravar seu rosto.

Bem, talvez esse fosse o preço por ter uma reputação.

— ... e eu sempre soube que você se daria bem, Prinzessin. Eu e seu pai nós orgulhamos ao dizer que criamos vocês para isso, mas, escute, se a qualquer minuto você desistir dessa sua ideia maluca de conquistar o mundo saiba que...

Nina suspirou pesadamente e soube que sua mãe tinha escutado pelo murmúrio desgostoso que ela emitiu antes de continuar a falar. Era óbvio que Camille Houston não ia perder uma oportunidade de frisar mais uma vez que ela poderia voltar para a Alemanha assim que cansasse de correr atrás de uma carreira que nem seus próprios pais acreditavam.

— Não é uma ideia maluca, mama — a interrompeu, não se preocupando em estar sendo rude. — É um plano de futuro. Assim como você é médica e o Papa foi um jogador de futebol ou qualquer coisa que ele faça hoje em dia. Você fala como se eu quisesse ser um astronauta ou estivesse escolhendo algo que não fosse real...

— Mas nós não podemos fingir que a diplomacia não seja quase isso...

Camille só parou de falar porque Nina a interrompeu, ocupando o lugar do seu pai em acabar com aquela discussão como ele costumava fazer sempre que o tópico 'o que você vai fazer com seu futuro' surgia dentro da casa dos Houston-Löwe. E, por mais que Marco Löwe pensasse exatamente como a esposa, ele ao menos preferia evitar brigas e guardar seus pensamentos para si.

Dirty Laundry ✅Where stories live. Discover now