13. it's just medicine

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— E aí, como eu fui?

Leo estava ansioso. Tentava, a cada segundo, ver o que Nina escrevia ao lado da folha rabiscada que tinha entregue a ela assim que entraram no mesmo café que tinham passado um tempo na semana anterior.

O lugar estava praticamente vazio. Apenas duas outras mesas estavam ocupadas à medida que o relógio se aproximava das oito horas e uma garçonete simpática já tinha preenchido as duas xícaras de café que estavam na frente dos dois.

Nina mordiscava o pretzel que tinha recebido de Leo, bebericando seu café de minuto em minuto enquanto corrigia o teste dele. Estava tão acostumada com aquele agrado que não sabia como ficaria sem ele, quando as aulas acabassem.

Talvez os pretzels que recebia não fossem ser as únicas coisas que ela sentiria falta daqueles dias.

Tinha passado o domingo inteiro ansiosa para encontrar Leo — e não só pelos seus pretzels — na segunda-feira. Cumprimentaram-se na aula de Econ121 e não houve surpresa nenhuma em seu rosto quando o jogador escorregou para a mesma fileira de cadeiras que ela naquela manhã, oferecendo-a uma piscadela indecente antes de grudar seus olhos escuros na professora.

Odiou cada segundo daquela aula e não prestou atenção em uma palavra que fora escrita no quadro. Queria não ser aquela pessoa, mas passou toda a manhã escrevendo coisas sem sentido no canto do seu caderno enquanto tentava não surtar com a proximidade de Leo. Conseguia controlar sua expressão, mas seu coração continuava agitado ao se lembrar da mensagem enviada por ele no fim-de-semana.

Se ele fosse um idiota como Remi, Nina sabia que as aulas seriam mais fáceis. Provavelmente estaria contando as horas para se livrar dele e não para vê-lo novamente. Muito possivelmente não estaria nervosa em sua presença nem ansiosa para estar em sua casa na quarta-feira.

Mas Leo... Leo era diferente.

Leo Hawkins era como um cubo mágico que ainda não tinha sido desvendado, uma caixinha de música mantida fechada por tempo demais. Leo era um enigma, um segredo que ninguém estava falando sobre, de uma forma de aguçava todos os sentidos de Nina. Era difícil — e a cada encontro se tornava quase impossível — fingir que ela conseguiria lidar com ele da mesma forma que lidava com os outros alunos que vinham até ela na monitoria.

Era impossível acreditar que ela passaria imune a ele.

— Diga alguma coisa, pelo amor de Deus — Leo implorou, apoiando os cotovelos na mesa. Balançava as pernas sem parar, esperando por uma resposta. Uma gota de suor escorria pelo canto do seu rosto e seus cabelos pareciam molhados, debaixo do moletom escuro que vestia. — Está tudo errado? Eu deveria trancar a matrícula dessa matéria hoje?

Nina sorriu pelo drama dele, relaxando seus ombros tensionados. Essa era uma das características marcantes de Leo Hawkins, impossível de ser ignorada. Ele adorava transformar um copo d'água em uma tempestade e ignorar tempestades quando elas invadiam seu espaço.

— Você foi bem — Nina pontuou, deixando a caneta de lado e finalmente levantando o olhar para Leo. Torceu para que suas bochechas não estivessem vermelhas. Tentou, como pode, não se lembrar da mensagem. — Não seria um dez, porque você não respondeu a última pergunta completa. Um nove ou oito se a Sra. Wes quiser pegar no seu pé.

— Ela sempre quer pegar no meu pé — murmurou, apertando os lábios em uma fina linha. Geralmente ficava daquela forma antes de um jogo e nunca enquanto esperava a correção de um teste não-oficial. — Um oito, então. Bom, é exatamente do que eu preciso para passar.

Apesar das suas palavras, percebia no rosto de Leo que ele não estava satisfeito. A ruguinha de preocupação — sua velha conhecida — estava entre suas sobrancelhas, enquanto seus lábios bem desenhados estavam quase sem cor. Não parecia bem.

Dirty Laundry ✅Where stories live. Discover now