— Não acredito que nós estamos fazendo isso.
— Nós não teríamos que fazer isso se você não fosse um idiota, Remi.
A repreensão de Leo fez Remi revirar os olhos antes de se jogar no sofá para esperar o tempo passar, cruzando os braços como uma criança mimada que tinha sido impedida de jogar videogame o dia todo. Leo ia de uma lado para o outro entre a cozinha e a sala de estar, atendendo pacientemente todo chamado de Nate, que tinha um avental de estampa de cupcakes amarrado no corpo.
— Você está parecendo a minha mãe — Remi murmurou baixinho, mas alto o suficiente para que Leo escutasse, exatamente como um adolescente faria após brigar com os pais.
— Talvez porque você esteja merecendo esse tipo de tratamento — Nate entrou na discussão, falando mais alto pela distância que estava do sofá, com um sorriso estampado em seus lábios. Adorava provocar Remi daquela forma. — Cara, essa é a coisa mais deliciosa que fiz pra vocês. Juro.
Nate tirava uma torta de frango do forno com muito cuidado e uma luva com a mesma estampa que o avental, sorrindo como um bobo ao apreciar seu feito. Leo parou para admirá-la junto ao amigo, encantado pelos corações de massa que ele tinha colocado em cima da torta para decorá-la, graças as forminhas que Hawkins trouxera depois de um dia inteiro procurando por elas em Silvermount.
— Tudo o que você cozinha é delicioso, Nate, mas não tenho dúvidas que isso aqui está fenomenal.
Remi, a contragosto, virou a cabeça para tentar enxergar dentro da cozinha, sentindo seu estômago se remexer com o cheiro que saia do cômodo.
Não era mentira que eles nunca tinham provado nada ruim feito por Nate Duncan. Até seus experimentos eram gostosos e neste momento não estavam falando como dois jogadores enormes e famintos de hóquei que precisavam de três mil calorias diárias e traçariam qualquer coisa que fosse colocado em sua frente depois de uma dia pesado.
Nate realmente tinha talento para a coisa e sabiam que teriam um jantar dos deuses toda vez que o via entrar na cozinha, pedindo ajuda de um deles — geralmente Leo, já que Remi era absolutamente inútil até para cortar uma cebola —, e designando a louça para o outro — Remi, porque isso ele conseguia fazer.
Mas naquela quarta-feira nublada, havia um lugar a mais posto na mesa que, milagrosamente, tinha um arranjo de flores belíssimas como enfeite.
Cortesia de Remi Vince.
(Na verdade, o cartão passado tinha sido o de Remi. A ideia tinha sido de Leo).
Porque Leo Hawkins precisava que tudo se saísse perfeito naquele dia. O jantar, o pedido de desculpas, o cartão...
— Leo está fazendo isso porque gosta dela.
Remi interrompeu seus pensamentos com a típica voz de birra.
Hawkins não tinha irmãos, mas apostaria seus patins novos que aquele era um card que pré-adolescentes usam para constranger os irmãos mais novos quando eles estão brigando.
É, se encaixava. Remi era como seu irmão e certamente ainda estava atravessando a puberdade, com todos os hormônios, os argumentos ruins e a cabeça vazia.
— Eu estou fazendo isso porque você foi um otário — Leo apontou diretamente para o amigo enquanto falava, arqueando as sobrancelhas. — E quando seu amigo é um otário, você deve repreendê-lo e não fingir que está tudo bem.
Mais um ponto para Nina Houston. A alemã estaria orgulhosa em ver que Leo estava realmente aprendendo algo com ela. Além de microeconomia intermediária, óbvio, já que suas aulas iam muito bem, obrigado.
KAMU SEDANG MEMBACA
Dirty Laundry ✅
RomansaNina Houston-Löwe tinha uma grande meta para seu semestre na Oak: se tornar a melhor no seu curso e voltar para casa com o maior número de coisas que conseguisse colocar em seu currículo. Conhecer Leo Hawkins estava fora dos seus planos, assim como...