Nina Houston-Löwe tinha uma grande meta para seu semestre na Oak: se tornar a melhor no seu curso e voltar para casa com o maior número de coisas que conseguisse colocar em seu currículo.
Conhecer Leo Hawkins estava fora dos seus planos, assim como...
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— Eu só quero deixar registrado novamente que isso tem tudo para dar errado.
Nina rolou os olhos assim que a voz de Leo chegou aos seus ouvidos, suspirando fundo antes de voltar a amarrar seus patins. Se esforçava ao máximo para ignorar a presença do jogador ao seu lado mas podia sentir, queimando em sua nuca, que o olhar dele a acompanhava em cada movimento.
Hawkins estava esperando qualquer coisa quando a alemã disse que queria algo em troca das aulas particulares de Econ121, mas ele certamente não acreditou nos seus próprios olhos quando o nome dela apareceu no visor do seu celular às 5 da manhã. Tinha trocado uma pilha de louças sujas com Remi pelo número dela — o que Vince conseguiu em segundos — e mandou uma mensagem no dia anterior avisando-a disso.
Nina pediu para ele encontrá-la na pista de patinação da Oak em dez minutos. Antes que Leo pudesse retrucar e argumentar que certamente ela deveria estar fora de si para estar de pé naquela hora, Houston desligou, deixando-o falando sozinho.
Tomou o banho gelado mais rápido da sua vida e vestiu o primeiro moletom que achou no armário, tremendo de frio durante todo o caminho até o ponto de encontro. Só sabia onde era por ser bem próximo a Arena onde treinava praticamente todos os dias. Encontrou Nina elétrica como se tivesse tomado, no mínimo, três garrafas cheias de café, ligada demais para aquela hora da manhã.
Leo a invejou. Tinha certeza que ainda estava dormindo.
Só teriam uma hora e meia para qualquer que fosse o que Nina pediria em troca de ensiná-lo à noite, mas o jogador realmente achou que seria algo muito mais simples que o plano mirabolante dela de entrar no clube de patinação artística. Não conseguiu segurar a risada quando ela explanou sua ideia em voz alta e ainda achava que devia ser uma brincadeira de mal gosto.
— Você sabe qual é o objetivo número um de um treinador? Incentivar o seu time — Nina falou ríspida, desviando o olhar dele e jogando os patins que tinha alugado para Leo ao lado do banco onde ele estava sentado, dando de ombros. — Você definitivamente não está ajudando.
Se ela estava achando isso ruim, devia participar de um treino de hóquei com o treinador Patron, Leo pensou. Ele deveria acreditar em incentivo reverso, porque nunca tinha escutado mais de dois elogios em sequência em quase três anos na sua companhia.
— Eu só não consigo ver como eu vou conseguir ajudá-la a fazer isso, Nina.
— Você patina, não é? Isso já resolve metade do problema — ela falou pausadamente como se estivesse lidando com uma criança, levando seus olhos em sua direção. — Você só precisa me ajudar a patinar por dois minutos sem cair e mostrar alguma coisa no gelo, Hawkins. Não é tão difícil assim, você teve que começar de algum lugar.
Era óbvio que ela não esperava se descobrir uma estrela na patinação. Também sabia que não seria em três semanas que aprenderia fazer um Lutz, um Axel ou um Waltz para impressionar os jurados do teste.
