𝐕𝐈: 𝐁𝐚𝐛𝐚𝐜𝐚𝐬ʳ*

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     Gally andava pelas ruas de cabeça baixa, as pessoas na rua conversavam animadas e riam alto, enquanto ele se sentia deslocado e um total estranho no meio de todos

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     Gally andava pelas ruas de cabeça baixa, as pessoas na rua conversavam animadas e riam alto, enquanto ele se sentia deslocado e um total estranho no meio de todos. O que não era surpresa, afinal, mesmo após uma semana naquele local desconhecido ainda se sentia deslocado. Mesmo após as tentativas de socialização que foram recomendadas por Ágata, ainda assim todas foram fracassadas. Ninguém parecia gostar dele ou sequer simpatizar. Ele se sentia sozinho, mais do que podia suportar e a falta da clareira junto com a culpa de tudo o que aconteceu nos últimos minutos com seus antigos amigos ainda pesavam mais e mais. Ele balançou a cabeça, enfiou as mãos no bolso da blusa enquanto passava, precisava urgente sair dali e ir para um lugar afastado para organizar seus pensamentos. Foi quando acidentalmente esbarrou em um homem, não foi sua culpa já que o homem gigante cambaleou repentinamente para trás no momento em que ele estava passando e o acertou.*

      O garoto se virou para se desculpar, mas não conseguiu fazê-lo já que o punho do homem tinha encontrado sua face com rapidez. Seu corpo caiu com força no chão, o impacto espalhou diversas ondas de dores por seu corpo, inclusive em seu peito e onde estava o curativo.

 — Aí, babaca! – o homem gritou, a voz embolada revelando estar claramente embriagado. – Vê por onde anda!

 — Desculpa. – Gally murmurou enquanto se levantava com custo devido a dor, já em pé ele bateu as mãos para limpar a terra de suas vestes.

 — Eu tô falando menino. – os dedos do homem agarraram a gola dele e o puxou para mais perto, sua face encarou a dele bem de perto e Gally pode sentir o odor fétido de seu bafo misturado ao álcool – Eu devia te encher de porrada pra aprender o seu lugar, seu merdinha!

 — Se fizer isso com meu garoto, então eu te encho de bala, Patrick! – a voz de Annie fez os dois olharem para o lado e encontrarem a garota ali parada, estava com uma expressão de tédio enquanto as mãos permaneciam enfiadas no bolso da jaqueta verde musgo – Tira as mãos dele.

 — Chefe, eu não… – ele soltou Gally e se afastou.

 — Calado! – a ordem foi dita em um tom tão aveludado e calmo que fez parecer mais assustador e ameaçador do que se fosse dito com raiva – Vou deixar essa passar, mas se tocar no meu garoto de novo eu corto a porra da tua língua. Vaza daqui! – a ordem foi clara e no segundo que ela havia dito o homem já havia desaparecido. Annie encarou Gally e cruzou os braços – Já me arrumando problemas, Gally? 

 — Não, me desculpa por…

 — Cala a boca. – ela o cortou após estalar a língua, então se aproximou e segurou a mão do garoto o puxando dali – Vou cuidar do teu rosto 

*

 — Era só o que me faltava. – resmungou para si mesma enquanto molhava um pano com água fria e colocava no rosto ferido do garoto, a mancha vermelha marcava bem o ponto em que foi atingido pelo punho de Patrick – Vai caçar briga durante sua recuperação, tem ideia da sorte que tem de eu estar lá? Você levou uma lança no peito, garoto, no peito! Não saia por aí caçando confusão ou vai morrer. Você podia ser corajoso antes, mas coragem sem freio e sem cuidado é chamado de burrice.

 — Foi mal. – ele murmurou – Ele esbarrou em mim.

 — Essa é a sua desculpa? Ele esbarrou em você? Garoto, eu só vou poder te levar para enfrentar os Crancks quando souber sobreviver aqui. Se não sobreviver a esse lugar, morrerá lá fora. Não interessa quem começou o que, sua única preocupação é terminar, mesmo que seja fugindo ou deixando a outra pessoa inconsciente. – ela o encarou, seus rostos estavam consideravelmente próximos, ela analisava ainda o local ferido e então fixou seus olhos castanhos nos esverdeados do garoto. Um sorriso de lado brotou em seus lábios. – Embora eu acredite que no seu caso fugir seja a opção.

 — Espera, mas o que são crancks? – ele a encarou confuso, a testa franzida.

      Annie parou o que estava fazendo e aos poucos recuou uns passos, a face sem reação com aquela pergunta, então perguntou em um sussurro quase inaudível:

 — Você não sabe? – o garoto apenas negou e deu de ombros, Annie soltou um gemido alto de lamentação enquanto jogava o pano molhado na mesa ao lado. Uma das mãos livres foram até suas têmporas esfregando a região com os dedos enquanto andava de um lado para o outro – Ah, puta que pariu! Inferno! Caralho! Como eu pude ser tão burra, porra? – de repente ela parou e encarou o garoto que a encarava totalmente confuso – Garoto, o que você sabe sobre a situação do mundo?

 — Eu não… sei.

 — O que a porra do CRUEL fez todos esses anos? Brincou de casinha, caralho? Única organização combatendo o fulgor uma ova! 

 — Você poderia parar e explicar de que mértila você tá falando? – ele perguntou, o cenho cerrado e a encarando com confusão e impaciência. Por um segundo trazendo a tona sua real face. *

     Annie parou encarando-o confusa, nunca ouviu ninguém dizer aquilo, mas essa não foi sua principal preocupação. Colocou as mão na cintura, respirou fundo fechando os olhos e então abriu no segundo seguinte. Estava mais calma, então encarou o garoto visivelmente confuso a sua frente, os olhos esverdeados abaixo do par engraçado de sobrancelha a encaravam com preocupação. Então ela disse, a voz neutra e tentava mantê-la calma:

 — Eu quero que você me explique tudo o que você sabe e tudo o que passou no CRUEL.

INFECTED (Gally Maze Runner)Kde žijí příběhy. Začni objevovat