Velha infância | L7NNON

capítulo 08

Capítulo por Ayana

📍Rio de Janeiro, Lagoa. 2022
🗓️ Segunda-feira

Continuei encarando o homem que estava na minha frente por alguns longos segundos, sem acreditar no que eu estava vendo. Eu nunca esperaria ou cogitaria a ideia de vê-lo aqui na minha casa depois de tantos anos. Não é para menos eu ficar completamente em choque.

Mas ainda assim, não consegui evitar o sorriso que se formou nos meus lábios.

Lennon, meu melhor amigo de infância, meu parceiro de várias aventuras e diante de mim, ele ainda parecia tão familiar e reconfortante quanto nos velhos tempos.

Depois de alguns segundos em êxtase, Bruna quebrou o silêncio ensurdecedor que estava ali.

- Amiga, cê tá bem? - disse Bruna me analisando.

- Acho que a minha pressão caiu ou eu tô muito chapada - fui na direção do Lennon ainda meio sem graça, e a única coisa que eu consegui fazer naquele momento foi abraçá-lo.

Eu o abracei com força, sentindo o coração bater acelerado dentro do peito. Fechei os olhos e respirei fundo, aspirando o cheiro familiar que tanto me fazia falta. Ele correspondeu ao abraço com a mesma intensidade, me envolvendo completamente em seus braços. Era como se o tempo tivesse parado naquele momento, e nada mais importasse além daquele abraço apertado, cheio de saudades e emoção.

- Que saudade de você - disse ele, meio abafado por causa do abraço.

- Que loucura, meu Deus! Como você me achou? - desfiz o abraço.

- Diego é o responsável por isso, e eu também tô sem acreditar que isso aqui tá acontecendo depois de quase 16 anos - ele me observou durante uns segundos e olhou nos meus olhos - você tá tão linda.

- Gente, eu tô começando a ficar com medo de vocês dois - Diego, como sempre, cortou o clima. Olhei pra ele com uma cara de ?¿? - Que foi? Vocês dois estão parecendo os personagens daquele filme de terror "SORRIA".

Nesse momento, Maya apareceu na cozinha, perplexa com o que estava vendo.

- Espera aí, o que eu perdi? Cara, estou ficando louca ou o L7 tá na minha casa? - disse ofegante, parecendo que correu uma maratona, mas só desceu as escadas.

- É a Maya? - Lennon perguntou incrédulo, já que ele a viu quando ela era recém-nascida.

- Sou eu mesma. - Lennon foi até ela e a abraçou.

- Pô, estamos ficando velho mermo. Tu tá quase maior que a Aya. - disse Lennon.

- Mano, agora eu vou tirar maior onda na escola que o L7 gato estava na minha casa. - repreendi Maya com o olhar. Nunca vi uma menina tão desbocada.

- Não vem me olhar com essa cara não que eu sei que tu acha ele gato, aí Lennon. Esses dias ela até viu uma foto que a Bruna mostrou pra ela e disse que vc estava gostoso. - Lennon olhou para mim e viu que fiquei sem graça e deu aquela risada horrorosa que ele sempre teve.

Se eu pudesse pegar essa menina e colocar em uma caixa e mandá-la para casa do caralho, eu mandava, mas infelizmente eu não posso.

- Maya, para de inventar fofoca e volta para o seu quarto que eu não mandei você descer. - Eu disse, e ela nem pensou em retrucar porque sabe que vou fazê-la passar vergonha na frente dos outros.

- Lennon, essa aqui é a Bruna, minha amiga. - apresentei os dois.

- Prazer, meu nome é Bruna. - disse ela.

- Meu nome é... - começou a falar, mas Bruna interrompeu.

- Ah, jura que você vai se apresentar? Quem não te conhece é maluco, né? - Lennon deu uma risada convencido.