capítulo 38

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Capítulo por Lennon

📍Rio de Janeiro, Barra - 2022
🗓️ Sábado, 02:44

Estava canetando uma música quando ouvi meu telefone tocar. Levantei e fui até a mesa para atender. Vi no visor que era uma ligação da Aya e atendi imediatamente.

📞Aya

- Alô?

- Lennon... - fungou, parecendo estar chorando - Desculpa te ligar agora, mas eu preciso que você venha aqui o mais rápido possível.

- O que aconteceu, preta? Por que você tá chorando?

- Depois eu te explico. Você vai vir?

- tô indo aí agora. Em 20 minutos, no máximo, tô chegando.

- tá bom.

Chamada encerrada.

Desliguei o telefone e corri até onde estavam minhas chaves do carro. Fui avisar a Juliana para fechar a porta, já que depois da nossa discussão ela ficou aqui, eu não ia mandar ela embora naquele horário.

- Onde você vai?

- tô indo ali, Juliana. Não dá para explicar - saí do quarto e fui abrir a porta.

- Você vai sair nesse horário e não vai avisar para onde está indo? tá brincando?

- Depois eu te falo - respondi e passei pela porta, peguei o elevador até o estacionamento, entrei no meu carro e fui em direção à casa da Aya.

Cheguei em frente à sua casa, estacionei de qualquer jeito e fui até o portão. Bati, e em segundos Aya abriu o portão. De cara, vi seu olhar mostrando que ela estava com medo e insegura. Ela me abraçou, afundando o rosto no meu peitoral e me apertando. Levei minhas mãos para o seu cabelo, fazendo um carinho.

- Calma, preta. Eu tô aqui agora... Vai ficar tudo bem

Levei Aya para o quarto, onde ela deitou na cama. Me deitei ao lado dela e acariciei seus cabelos, na tentativa de acalmar. Depois de longos minutos de silêncio, notei que ela estava mais calma.

- tá melhor? - perguntei, e ela balançou a cabeça em concordância - O que aconteceu e por que esse machucado?

- Assalto.

- Assalto? O que eles levaram? Não tem nada fora do lugar lá embaixo.

- Eu não sei o que ele levou, eu não vi. Só acordei com alguém batendo no portão. Quando fui abrir, não tive tempo de olhar para o rosto dele, ele me empurrou pra trás. Foi tudo muito rápido.

- Por que você não chamou a polícia ainda, Ayana? A gente tem que fazer um boletim de ocorrência.

- Não. Não precisa de polícia. Não vai dar em nada, só vai trazer dor de cabeça.

- Não, Ayana, a gente tem que registrar! Tem câmeras lá fora, é mais fácil resolver.

- Não, Lennon. Depois eu penso nisso. Minha cabeça tá explodindo. - Não insisti mais, pelo menos não por agora.

- Por que você desligou quando liguei pela primeira vez? - perguntou baixinho.

- Você ligou antes?

- Liguei, você atendeu e desligou. Quando tentei ligar novamente, dava fora de área - terminou de falar e lembrei de quando eu e Juliana estávamos discutindo e o celular tocou.

- foi mal, preta, com certeza nem me dei conta de quem era.

- Obrigado por ter vindo, de verdade - agradeceu.

Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now