Velha infância | L7NNON

capítulo 45

Capítulo por Lennon

📍Rio de Janeiro, Barra - 2022
🗓️ Domingo

Acordei há algum tempo e observo Ayana dormir serenamente em meu braço. O modo como sua respiração calma e os fios de cabelo caem delicadamente em seu rosto é hipnotizante. Decido levantar com cuidado para não acordá-la, tomando o cuidado de não perder nenhum detalhe da imagem.

Caminho pela casa até a cozinha e noto que nessa casa não tem nada. Lembro que o Léo semana passada comprou umas paradas de café da manhã em uma padaria aqui perto, pego meu celular e ligo para Léo, pedindo o número da padaria.

...

Fiz o pedido de uma cesta de café da manhã e desço para buscar.

- Bom dia! - cumprimento o entregador.

- Bom dia! Aqui está. - ele me entrega a sacola - Espero que curta a refeição!

- Valeu, irmão. Obrigado pela entrega rápida.

- Pô, irmão, desculpa te incomodar, sou muito fã do seu trabalho. Posso tirar uma foto com você?

- Claro que pode, mano. - o cara pega o celular, se posiciona ao meu lado e tira umas fotos.

- Muito obrigado! É uma grande satisfação. Isso vai deixar meu dia ainda melhor, pprt.

- A satisfação é minha. Eu que agradeço o apoio. - retribuo e me despeço, subindo de volta ao apartamento.

Depois de arrumar tudo na bandeja da melhor maneira que pude, retorno ao quarto em silêncio, querendo surpreender Ayana. Observo sua expressão tranquila enquanto dorme e me aproximo com cuidado. Me inclino em direção à cama, balançando-a levemente e deixando alguns beijos em suas costas nuas, subindo em direção ao seu rosto.

Aya, ainda sonolenta, resmunga baixinho antes de abrir os olhos. Ela me encara por um momento, sem expressão, passa a mão no rosto, se espreguiçando e senta na cama olhando para um ponto fixo e se levanta.

Enquanto Ayana se afasta, eu me encosto na porta do banheiro, ansioso para ver sua reação ao café da manhã que preparei. Observo sua expressão atenta enquanto ela se aproxima da bandeja.

Ela dá um sorriso mínimo de lado e agradece brevemente, meio distante, antes de pedir licença rapidinho e ir em direção ao banheiro. Seu comportamento "distante" me deixa aflito, mas não falo nada. Decido dar a ela seu momento de privacidade.

Antes que ela entre completamente no banheiro, tento dar um beijo, mas Ayana se esquiva meio sem graça, dizendo que precisa ir ao banheiro primeiro.

Me afasto e ela entra, fechando a porta. Sinto uma pontada de preocupação, questionando se fiz algo errado na noite anterior ou se Ayana está arrependida.

Ouço o barulho do chuveiro sendo ligado, o que só aumenta minha apreensão enquanto fico aqui pensando no que poderia ter acontecido.

Depois de alguns minutos, finalmente, Ayana sai do banheiro, com a toalha enrolada em seu corpo. Então pergunto imediatamente:

- Nega, tá tudo bem? Tem alguma coisa te incomodando?

Ela me encara confusa por um momento e responde:

- Não, por quê?

- Você tá meio distante - respondo e ela se aproxima, sentando em meu colo e coloca suas mãos delicadamente em meu rosto, acariciando delicadamente.

- Relaxa, preto. Tá tudo certo, eu só precisava de um banho pra minha alma voltar para o corpo. Sinto muito se pareci distante - ela murmura dando um sorriso - Foi só o cansaço falando mais alto, mas está tudo bem entre nós.