capítulo 14

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Capítulo por Lennon

📍Rio de Janeiro, Ipanema-2022
🗓️ Sexta-feira

Enviei o endereço do restaurante para o pessoal da minha família, avisando que eles deveriam vir direto para cá.
Estou aqui no escritório dela, esperando que ela resolva um problema que aconteceu na cozinha.

- Por que você veio mais cedo? - perguntou ela enquanto entrava e fechava a porta.

- Queria te ver, ue - dei de ombros - Não posso querer a companhia da minha melhor amiga?

- Ahram... E como foi sua noite com a Patrícia? - disse ela, dando um sorriso que eu acho que estava carregado de deboche e talvez ciúmes.

- Ela te falou? - perguntei.

- Ela não me disse nada, uai. Ela postou no CF, tu tá no close? - neguei e ela me mostrou.

- Mas, respondendo sua pergunta, dona ciumenta, foi tranquilo. Pô, sua amiga é bem doidinha né? - disse eu.

- Não tô com ciúmes, bê. Vocês dois podem ficar. Quem sou eu pra falar que não? Mas você uma hora vai entender o meu lado... Enfim, ela é bem doidinha mesmo, né?

- Eu não vim aqui falar de Patrícia. Eu quero saber é de você. Tá tudo bem?

- To bem. - Deu um sorriso que não me convenceu. - E você, tá bem com todas essas fofocas rolando com seu nome?

- Ah, tô tentando. Não importa muito, mas tá suave. E tu?

- Eu, o quê? - perguntou.

- Tu é muito retraída. Você não era assim, não. Toda vez que me via, me abraçava. Hoje, nem tchun - falei, e ela deu risada.

- Desculpa, eu juro que não é por mal - riu e veio até mim, me abraçando.

- Tá cheiroso, né? Passou um kilo de perfume pra vir me ver?

- Sempre muito cheiroso, sabe como é, né? - pisquei um olho, e ela gargalhou.

- Convencido você, né, palhaço? Mas o foco hoje é a sua família. Quem tá vindo aí?

- Meus avós e minha mãe. Meu pai não vai poder vir, e nem a Maria e o Lucas, mas depois a gente resolve isso - Vi as mãos dela inquietas - Tá nervosa?

- Lógico, né? Maior vergonha, sei lá. Tá parecendo quando a gente vai a primeira vez conhecer a família do namorado, sabe? - riu de nervoso.

- Vem cá - chamei ela para sentar do meu lado. - Te faço um carinho, Pitbull.

- Vocês amam me ofender - ela sentou do meu lado e deitou a cabeça no meu ombro. - Eu tô cansada... Fui deitar 1hr e acordei quase 6.

- Também, pô, só trabalha? - falei.

- Tu chegou há uma semana e já deduziu isso, feioso?

- Agora eu tenho o Diego pra poder falar da sua vida pra mim - respondi.

- Diego só sabe fazer fofoca. O que ele falou pra você? - disse enquanto deitava o corpo no sofá e colocava a cabeça no meu colo.

- Ele disse que a sua rotina é acordar cedo, fazer as responsabilidades que tu tem com a Maya, trabalhar e depois chegar em casa e fazer mais coisas. Tu tem que dar uma pausa nas paradas e olhar mais pra tu, pô - falei fazendo cafuné.

- Bem-vindo à minha vida, my boo! Eu não sou casada e nem mãe, mas tenho todas as responsabilidades de uma. - deu risada

- Tu cuida bem da Maya e precisa cuidar de você. Amanhã, tu vai se distrair no meu show.

- Amanhã eu vou descontar o tempo que estou sem sair. Papo reto!

- Vai dar PT, não hein! A Maya vai com a gente

- Não vai não. Prometi a ela que no próximo show, eu levo.

Ficamos em silêncio, mas não era um silêncio ruim. Era confortável. É bom ficar ao lado dela, aproveitando o momento. Sempre fomos assim, e parece que nada mudou.

Ayana mudou sua posição, ficando deitada de costas, e me encarou por alguns segundos.

- O que foi? - Perguntei, quase sussurrando.

- Será que nossa amizade vai ser sempre assim? - Perguntou. - Porra, é muito estranho parecer que a gente nunca se afastou.

- Acho que, com o tempo, a gente vai se reconhecendo, tanto o lado ruim quanto o bom, mas nossa amizade está acima de qualquer defeito.

- Espero que você esteja certo - Disse ela, dando um sorriso mínimo.

- Eu sempre estou certo - Falei convicto, e ela se levantou do sofá enquanto gargalhava.

- Ah, vai caçar um serviço, Lennon.

Pouco tempo depois, minha mãe avisou que já tinha chegado.

- Minha mãe chegou, vou descer - avisei.

- É pra mim descer agora? - perguntou aflita.

- Espera só uns minutos e eu te envio uma mensagem para você descer - ela concordou, e eu desci.

Procurei por eles no restaurante e vi minha mãe sentada no canto. Fui até eles e dei um beijo de cumprimento em Dona Silvana, no Careca e depois na Marlene.

- Boa tarde, mãe, como você tá? - perguntei.

- Estou bem, meu filho, graças a Deus. E você? - perguntou, e respondi que estava bem, me sentando ao seu lado.

- E ai, Careca, tudo bem? - perguntei para meu avô.

- Tranquilo, meu filho. Eu só queria saber de uma coisa - disse semicerrando os olhos enquanto me olhava, e eu balancei a cabeça para que ele falasse.

- Por que você saiu daquela porta e não pela entrada? - dei risada.

- Você até pode ser de idade, mas não é bobo, né? Mas daqui a pouquinho vocês vão saber. Os três ali na mesa ficaram insistindo, curiosos, querendo saber o que eu estava aprontando. Então, vi o momento de pedir para a Aya descer.

Peguei o telefone, abri o WhatsApp, falei o número da mesa e pedi para que ela descesse.

Peguei o telefone, abri o WhatsApp, falei o número da mesa e pedi para que ela descesse

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Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now